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400m com barreiras masculino

Calendário

Recordes

OlímpicoMundialBrasileiro
46.78 / Kevin Young (USA) / Barcelona (ESP) – 06/08/1992
46.70 / Karsten Warholm (NOR) / Oslo (NOR) – 01/07/2021
47.38 / Alison dos Santos / Oslo – 01/07/2021

Chances do Brasil

O maior nome do país nos 400m com barreiras atualmente é Alison dos Santos. Conhecido como Piu, Alison fez uma temporada de 2019 excepcional, com apenas 19 anos. Bronze no Mundial Sub-20 de 2018, Alison foi campeão sul-americano adulto, pan-americano sub20, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e na Universíade em 2019. Fez ainda um excelente mundial em Doha, terminando na 7ª colocação, em uma final espetacular, marcando o tempo de 48.28.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos

Alison bateu sua melhor marca pessoal sete vezes em 2019, melhorando-a em 1.50, além de quebrar sete vezes o recorde sul-americano sub20. Em maio de 2021, o atleta fez o melhor tempo da carreira – 47s57 – bateu o recorde brasileiro e sul-americano na etapa de Doha da Diamond League e levou a medalha de prata. Em julho, baixou a marca para 47s38 na etapa de Oslo da Diamond League, ficando novamente em segundo lugar.

O outro representante do Brasil em Tóquio será Márcio Teles

+ CONFIRA OS PERFIS COMPLETOS DE Alison dos Santos E Márcio Teles

Os Favoritos

Esta foi uma das provas que mais evoluiu neste ciclo olímpico e a disputa tem sido enorme.

O principal nome da atualidade é o norueguês Karsten Warholm. Atual bicampeão mundial e campeão europeu, Warholm fez 6 dos 10 melhores tempos de 2019 e não perdeu nenhuma das nove corridas e sete finais que disputou. Sua melhor marca foi 46.92, o 2º melhor tempo da história.

O qatari Abderrahman Samba ficou invicto em 2018, quando conseguiu o tempo de 46.98, o 3º melhor da história. Campeão asiático, foi bronze no Mundial de Doha e é um dos principais adversários de Warholm. O americano Rai Benjamin, prata no último Mundial, também tem o 3º melhor tempo da história com 46.98 obtidos em 2019. Ele fez três dos cinco melhores tempos de 2019. Esses três atletas marcaram os 16 melhores tempos de 2019.

Entre os que correm por fora está o brasileiro Alison dos Santos. Em uma ascensão espetacular, ele melhorou sete vezes a sua marca pessoal em 2019, terminando em 7º no Mundial de Doha e com o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e na Universíade com apenas 19 anos. Outros nomes fortes da prova são Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, 4º no Mundial, e o cubano naturalizado turco Yasmani Copello, bronze no Rio-2016 e prata no Mundial de 2017.

O Brasil nos Jogos

Os primeiros brasileiros a disputarem a prova foram Sylvio Padilha e Carlos dos Reis Filho, em Los Angeles-1932, mas não avançaram da primeira fase. Padilha voltaria a competir em Berlim-1936, chegando à final, onde terminou na excelente quinta colocação com 54.0. Sylvio Padilha foi presidente do Comitê Olímpico Brasileiro de 1963 até 1991, membro do COI a partir de 1964 e vice-presidente da entidade de 1975 a 1978.

Wilson Carneiro competiu em Helsinque-1952, marcando 56.0 na primeira rodada e parando na segunda com 59.4. Em Melbourne-1956, Ulisses dos Santos não avançou de fase com 53.8 na sua eliminatória, assim como Anubes da Silva em Roma-1960, com 52.25 na sua bateria.

O Brasil só voltou a ter um atleta na prova em Moscou-1980, quando Antônio Dias Ferreira parou nas semifinais. Ele competiu também em Los Angeles-1984, ficando em segundo na sua bateria eliminatória com 49.85, perdendo para o espetacular Edwin Moses, e parando novamente na semifinal.

Em Barcelona-1992, Eronilde Araújo fez sua estreia olímpica, parando na semifinal. Em Atlanta-1996, o Brasil colocou dois nomes na final: Everson Teixeira foi 7º com 48.57 e Eronilde 8º com 48.78. Após um excelente ano de 1999, onde conquistou o tricampeonato da prova nos Jogos Pan-Americanos e o 4º lugar no Mundial de Sevilha, Eronilde chegou como um dos principais nomes em Sydney-2000, onde alcançou sua segunda final olímpica, terminando em 5º lugar com 48.34.

Mahau Suguimati, goiano criado no Japão, chegou na semifinal em Pequim-2008 e no Rio-2016. Márcio Teles também competiu no Rio, mas não avançou de fase.

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Histórico

Os Estados Unidos são os maiores vencedores da prova na Olimpíada, com 18 ouros em 25 disputas olímpicas.

A prova fez sua estreia olímpica em Paris-1900 com apenas cinco atletas na disputa e foi vencida pelo americano Walter Tewksbury com 57.6.

Foi apenas na sexta disputa olímpica da prova, em Amsterdã-1928, que um americano não ficou com o ouro. O britânico David Burghley ficou com a vitória igualando o recorde olímpico com 53.4. Em Los Angeles-1932 o ouro foi para o irlandês Bob Tisdall com 51.7. Esta final teve um fato curioso: Tisdall bateu o recorde mundial na época com este tempo, mas, por derrubar a última barreira, a marca não poderia ser oficializada. O segundo colocado, o americano Glenn Hardin, acabou igualando o recorde mundial de 52.0. Hardin ficaria com o ouro em Berlim-1936 com 52.4.

Após a 2ª Guerra Mundial, foram cinco vitórias seguidas dos Estados Unidos, com destaque para o bicampeonato de Glenn Davis em Melbourne-1956 e Roma-1960. Nas duas edições, tivemos um pódio completo dos Estados Unidos.

A sequência americana seria quebrada na Cidade do México-1968 com o britânico David Hemery, que dominou a final com recorde mundial de 48.1, colocando quase um segundo sobre os competidores, e dizimando o recorde mundial anterior, que era de 48.8. Foi a primeira vez sem um americano no pódio olímpico.

Em Munique-1972, o ouro foi pela primeira (e até agora única) vez para a África. John Akii-Bue, de Uganda, venceu com recorde mundial de 47.82, faturando o primeiro ouro olímpico da história de seu país.

Na edição seguinte, em Montreal-1976, surgiu um dos maiores nomes da história do atletismo e do esporte: Edwin Moses. O americano revolucionou a prova ao dar 13 passos entre as barreiras contra os normais 15 de seus adversários, algo facilitado pela sua altura de 1,88 m. Ele sobrou em Montreal ao levar o ouro com 47.64, recorde mundial e mais de um segundo sobre o segundo colocado. Esta era sua primeira competição internacional.

Entre 1977 e 1987, Moses venceu 107 finais consecutivas (122 corridas consecutivas), entre elas o seu segundo título olímpico em Los Angeles-1984 com 47.75 e dois títulos mundiais em 1983 e 1987. Sua despedida foi em Seul-1988, onde conquistou o bronze. Sua carreira só não foi mais espetacular por conta do boicote americano em Moscou-1980. A vitória em Seul-1988 ficou com o americano Andre Phillips com 47.19, recorde olímpico, a prata foi para o senegalês Amadou Dia Ba com 47.23 e Moses completou o pódio com 47.56.

Os americanos seguiram vencendo nas edições seguintes em Barcelona-1992 com Kevin Young, recorde mundial de 46.78, em Atlanta-1996 com Derrick Adkins com 47.54 e em Angelo Taylor em Sydney-2000 com 47.50.

Em Atenas-2004, o dominicano Felix Sánchez, bicampeão mundial em 2001 e 2003, dominou a prova para vencer o primeiro ouro de seu país com 47.63. Em Pequim-2008, ele era um dos favoritos, mas ficou sabendo do falecimento de sua avó pouco antes de sua eliminatória e, correndo muito mal, nem passou de fase. Os americanos dominaram a prova completando o pódio, com nova vitória de Angelo Taylor com 47.25.

Aos 34 anos, Feliz Sánchez disputaria sua quarta Olimpíada. Ele não fazia uma grande temporada na época, mas brilhou em Londres-2012 para levar o seu segundo título olímpico com 47.63.

No Rio-2016, o ouro ficou com o americano Kerron Clement, bicampeão mundial em 2007 e 2009.

Os Medalhistas

Olimpíada
Paris-1900Walter Tewksbury
USA
Henri Tauzin
FRA
George Orton
CAN
St. Louis-1904Harry Hillman
USA
Frank Waller
USA
George Poage
USA
Londres-1908Charles Bacon
USA
Harry Hillman
USA
Jimmy Tremeer
GBR
Estocolmo-1912   
Antuérpia-1920Frank Loomis
USA
John Norton
USA
August Desch
USA
Paris-1924Morgan Taylor
USA
Erik Wilén
FIN
Ivan Riley
USA
Amstrerdã-1928David Burghley
GBR
Frank Cuhel
USA
Morgan Taylor
USA
Los Angeles-1932Bob Tisdall
IRL
Glenn Hardin
USA
Morgan Taylor
USA
Berlim-1936Glenn Hardin
USA
John Loaring
CAN
Miguel White
PHI
Londres-1948Roy Cochran
USA
Duncan White
SRI
Rune Larsson
SWE
Helsinque-1952Charles Moore
USA
Yuriy Lituyev
URS
John Holland
NZL
Melbourne-1956Glenn Davis
USA
Eddie Southern
USA
Josh Culbreath
USA
Roma-1960Glenn Davis
USA
Clifton Cushman
USA
Dick Howard
USA
Tóquio-1964Rex Cawley
USA
John Cooper
GBR
Salvatore Morale
ITA
Cidade do México-1968David Hemery
GBR
Gerhard Hennige
GDR
John Sherwood
GBR
Munique-1972John Akii-Bua
UGA
Ralph Mann
USA
David Hemery
GBR
Montreal-1976Edwin Moses
USA
Michael Shine
USA
Yevgeniy Gavrilenko
URS
Moscou-1980Volker Beck
FRG
Vasyl Arkhypenko
URS
Gary Oakes
GBR
Los Angeles-1984Edwin Moses
USA
Danny Harris
USA
Harald Schmid
GDR
Seul-1988André Phillips
USA
Amadou Dia Ba
SEN
Edwin Moses
USA
Barcelona-1992Kevin Young
USA
Winthrop Graham
JAM
Kriss Akabusi
GBR
Atlanta-1996Derrick Adkins
USA
Samuel Matete
ZAM
Calvin Davis
USA
Sydney-2000Angelo Taylor
USA
Hadi Al-Somaily
KSA
Llewellyn Herbert
RSA
Atenas-2004Félix Sánchez
DOM
Danny McFarlane
JAM
Naman Keïta
FRA
Pequim-2008Angelo Taylor
USA
Kerron Clement
USA
Bershawn Jackson
USA
Londres-2012Félix Sánchez
DOM
Michael Tinsley
USA
Javier Culson
PUR
Rio-2016Kerron Clement
USA
Boniface Mucheru Tumuti
KEN
Yasmani Copello
TUR

Quadro de Medalhas

PaísTotal
1Estados Unidos19121041
2Grã-Bretanha2158
3República Dominicana2002
4Alemanha Ocidental1001
4Irlanda1001
4Uganda1001
7União Soviética0213
8Jamaica0202
9Alemanha Oriental0112
9Canadá0112
9França0112
12Arábia Saudita0101
12Finlândia0101
12Quênia0101
12Senegal0101
12Sri Lanka0101
12Zâmbia0101
12África do Sul0011
19Filipinas0011
 Itália0011
 Nova Zelândia0011
 Porto Rico0011
 Suécia0011
 Turquia0011

A Prova

400m com barreiras é uma modalidade olímpica do atletismo que consiste em uma corrida de velocidade com a superação de barreiras ao longo da totalidade de uma pista padrão ovalada desta distância. Os atletas largam de blocos de partida fixados no chão e dão uma volta inteira em torno da pista dentro de suas raias designadas, saltando dez barreiras até a linha de chegada.

As barreiras, com largura idêntica a da raia de corrida, feitas de um alumínio especial e desenhadas para cair para a frente a um toque mais forte, tem uma altura de 91,4 cm na prova masculina; para as mulheres a altura é de 76,2 cm. As barreiras podem ser tocadas ou até derrubadas sem desclassificação do atleta que geralmente é o único prejudicado em seu próprio tempo nesta situação.

Assim como em outras provas de velocidade do atletismo, um tempo de reação inferior a 0.1s ao sinal de largada é considerado como uma largada falsa e o atleta desclassificado com a prova sendo reiniciada com os restantes. Um atleta também pode ser desclassificado caso pise na raia de outro competidor.