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Tiro esportivo

Disputas do tiro esportivo nos Jogos Olímpicos de Tóquio:

Feminino

Carabina três posições 50 m
Carabina de ar 10 m
Pistola 25 m
Pistola de ar 10 m
Fossa olímpica
Skeet

Masculino

Carabina três posições 50 m
Carabina de ar 10 m
Pistola de tiro rápido 25 m
Pistola de ar 10 m
Fossa olímpica
Skeet

Misto

Carabina de ar 10 m
Pistola de ar 10 m
Fossa olímpica

Local da competição

As provas de tiro serão realizadas no Campo de Asaka, uma base militar da Força Terrestre de Autodefesa do Japão, construído em 1941. Dentro deste enorme complexo, de mais de 900.000 m2, está o centro de tiro, construído para os Jogos de 1964, e que foi atualizado para os Jogos Olímpicos de 2020. 

Na 1ª edição olímpica, o local recebeu as provas da carabina e da pistola do tiro esportivo, além da prova de tiro do pentatlo moderno. Já na Olimpíada de Tóquio 2020, o Campo de Asaka sediará todas as 15 provas do tiro esportivo.

Asaka Shooting Range jogos olímpicos de tóquio tiro esportivo
Asaka Shooting Range, local do tiro esportivo na Olimpíada de Tóquio 2020 (Reprodução/pref.saitama.lg.jp)

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

O Brasil no tiro esportivo dos Jogos Olímpicos

O Brasil tem uma longa história olímpica no tiro esportivo. Na primeira participação, na Antuérpia-1920, a equipe brasileira conquistou suas três primeiras medalhas na modalidade. As duas primeiras medalhas brasileiras da história vieram no dia 2 de agosto na pistola de 50 m. Afrânio da Costa fez 489 pontos e ficou com a medalha de prata atrás do americano Karl Frederick, com 496. 

Por equipes, o Brasil, que tinha Guilherme Paraense, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledade além de Afrânio, somou 2.264 pontos e acabou com a medalha de bronze. No dia seguinte, foi a vez de Guilherme Paraense se tornar o primeiro campeão olímpico do Brasil, ao vencer a pistola de tiro rápido 30 m com 274 pontos.

Guilherme Paraense - Tiro Esportivo
(Afrânio da Costa/arquivo pessoal)

Desde então, o Brasil contou com atiradores em todas as edições dos Jogos, com exceção apenas em Tóquio-1964 e em Sydney-2000, mas só voltou a medalhar em casa, no Rio-2016, com Felipe Wu, prata na pistola de ar 10 m, logo no primeiro dia de disputas, conquistando a primeira medalha brasileira em casa.

O Brasil teve alguns outros bons resultados nesse meio tempo, com destaque para o 4º lugar de Delival Nobre na pistola de fogo rápido 25 m em Los Angeles-1984, o 5º lugar de José Mello na carabina deitada 50 m em Berlim-1936. Fora o 7º lugar de Débora Srour na pistola de 25 m em Los Angeles-1984, o 8º lugar de Severino Moreira na carabina deitada 50 m em Helsinque-1952 e em Melbourne-1956, e o 8º lugar de Marcos José Olsen na fossa olímpica em Munique-1972.

Grandes nomes do tiro esportivo nos Jogos Olímpicos

O maior medalhista da história no tiro esportivo é o americano Carl Osburn, com 11 medalhas no total. Oficial da Marinha, ele dominou as provas de longas distâncias nos Jogos de Estocolmo-1912 e Antuérpia-1920, faturando cinco ouros, quatro pratas e dois bronzes, sendo sete medalhas em provas por equipes. 

Nesta mesma época, os noruegueses Ole Lilloe-Olsen e Otto Olsen dominaram as provas de tiro ao veado, que precederam as competições de alvo móvel. Na Antuérpia-1920 e em Paris-1924, Lilloe-Olsen somou cinco ouros e uma prata e Olsen quatro ouros, três pratas e um bronze.

Nas provas de pistola, um dos destaques recentes é o chinês Wang Yifu, que venceu a pistola de ar 10 m em Barcelona-1992 e em Atenas-2004,conquistando ainda outras quatro medalhas, entre Los Angeles-1984 e Atenas-2004.

Especialistas

Já nas provas de tiro rápido, o alemão Ralf Schumann foi o grande nome, com cinco pódios olímpicos na carreira, somando três ouros e duas pratas. Schumann venceu 13 vezes a pistola de tiro rápido 25 m em finais de Copa do Mundo, além de dois títulos mundiais e sete europeus. Ele ainda participou de sete Jogos Olímpicos seguidos entre Seul-1988 e Londres-2012, se tornando o primeiro alemão a atingir tal marca.

O sul-coreano Jin Jong-oh tem quatro ouros olímpicos no currículo e é o único atleta da história com quatro vitórias individuais e também o único a vencer três vezes seguidas a mesma prova, a pistola de 50 m em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016. Na capital britânica ele também venceu a pistola de ar 10 m.

Na carabina, um dos maiores destaques recentes é o italiano Niccolò Campriani, atual bicampeão olímpico nas três posições a 50 m. No Rio, ele ainda venceu a carabina de ar 10 m. Após os Jogos, assumiu como técnico de tiro da equipe italiana de biatlo.

Mulheres em ação

Por muito tempo, as provas de tiro foram mistas, mas a participação feminina era muito pequena. A chinesa Zhang Shan entrou para a história ao se tornar a 1ª e única mulher a medalhar concorrendo com os homens. Ela brilhou em Barcelona-1992 e levou o ouro na prova de skeet, onde foi perfeita na qualificação sem errar nenhum dos 150 pratos, somou mais 50 na semifinal e garantiu o ouro com mais 23 na final. Em 1996, a prova se tornou apenas masculina e ela não teve como competir. Em Sydney-2000 a prova feminina foi introduzida e ela ficou na 8ª posição.

Mas a grande atleta do tiro ao prato é a americana Kim Rhode. Ela é a única atleta da história a medalhar em seis edições de Jogos Olímpicos seguidos e a primeira mulher a subir ao pódio em seis Jogos consecutivos. Rhode estreou em Atlanta-1996 e venceu a prova de fossa doublê em casa. Depois foi bronze em Sydney-2000 e novamente ouro em Atenas-2004 nesta prova. Com a exclusão da fossa doublê feminina do programa olímpico, Rhode migrou pro skeet, ficando com a prata em Pequim-2008, mas faturou seu 3º ouro em Londres-2012 e pegou o bronze na Rio-2016.

Kim Rhode
Kim Rhode fez história nos Jogos Olímpicos (Nicolo Zangirolami/ISSF)
Na mira!

A búlgara Maria Grozdeva é o grande destaque da pistola, subindo cinco vezes ao pódio olímpico, começando com um bronze na pistola de ar 10 m em Barcelona-1992. Depois repetiu a medalha em Atlanta-1996. Já em Sydney-2000 e em Atenas-2004, Grozdeva foi bicampeã olímpica na pistola de 25 m e, em solo grego, ainda foi bronze na pistola de ar.

Nino Salukvaze estreou nos Jogos Olímpicos pela União Soviética em Seul-1988, vencendo a pistola 25 m e ficando com o vice na pistola de ar 10 m. Com a dissolução da URSS, ela passou a representar a Geórgia e ainda conquistou um bronze em Pequim-2008. A georgiana segue competindo e está classificada para Tóquio, onde disputará sua 9ª Olimpíada aos 52 anos, igualando-se ao atirador letão Afanasijs Kuzmins e o velejador austríaco Hubert Raudaschl.

Quadro de medalhas do tiro esportivo nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Estados Unidos542927110
China22151956
União Soviética17151749
Itália16151142
Suécia15241857
Grã-Bretanha13151846
Noruega1381132
Alemanha119626
França812929
Rússia7141233
Coreia do Sul78116
Hungria73717
Suíça66921
Romênia64515
Equipe Unificada5218
Austrália51511
Finlândia471021
Bulgária46616
Grécia44513
Alemanha Ocidental44311
Polônia43512
Canadá4329
Tchecoslováquia4329
Ucrânia4228
Dinamarca310518
Alemanha Oriental38516
República Tcheca2349
Croácia2013
Iugoslávia2013
Bélgica1539
Áustria1258
Bielorrússia1247
Japão1236
Brasil1214
Índia1214
Sérvia e Montenegro1214
Turquia1203
Atletas olímpicos individuais1135
Vietnã1102
Cuba1034
Azerbaijão1023
Coreia do Norte1023
Eslovênia1023
Lituânia1001
Emirados Árabes Unidos1001
Eslováquia0235
Cazaquistão0213
Espanha0213
Colômbia0202
Mongólia0112
Holanda0112
Nova Zelândia0112
Sérvia0112
Argentina0101
Chile0101
Letônia0101
México0101
Portugal0101
Moldávia0101
África do Sul0101
Kuwait0022
Georgia0011
Haiti0011
Catar0011
Venezuela0011

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O esporte

O tiro esportivo é uma das modalidades olímpicas mais difundidas no mundo e compreende as mais diferentes disciplinas, exigindo acurácia, precisão e velocidade. As provas podem ter vários formatos, alterando o tipo de arma, a distância, o tipo de alvo, limites de tempo ou até mesmo conjugadas com provas atléticas.

Há relatos de provas de tiro desde o início do século XVIII nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. No século XIX, as competições começaram a ganhar forma e popularidade e, com a evolução das armas e das munições, os tiros se tornaram mais exatos e previsíveis e, com isso, as provas ganharam novos formatos.

O tiro esportivo está presente no programa olímpico desde a primeira edição em Atenas-1896, e já passaram pelo programa olímpico mais de 30 provas diferentes, disputadas individualmente ou por equipes.

Entrada tardia

Mesmo assim, as mulheres só começaram a competir nos Jogos na Cidade do México-1968, ainda ao lado dos homens, em provas mistas. Nesta edição, apenas três mulheres marcaram presença: a mexicana Nuria Ortiz, a polonesa Eulalia Rolinska e a peruana Gladys Baldwin. Em Munique-1972, a situação foi semelhante, com apenas quatro mulheres na disputa olímpica. Foi apenas em Los Angeles-1984 que as mulheres tiveram as suas próprias provas: a carabina de ar 10 m, carabina três posições 50 m e a pistola de 25 m.

Ainda assim, as provas de tiro esportivo ao prato seguiram mistas e foi apenas em Barcelona-1992 que uma mulher conseguiu subir ao pódio em uma prova mista. E foi logo um ouro na competição do skeet. A dona do feito foi a chinesa Zhang Shan, que errou apenas 2 dos 225 pratos. 

Apenas em Atlanta-1996, as mulheres tiveram sua primeira prova de tiro ao prato, com a disputa da fossa doublê. Em Sydney-2000, as mulheres passaram a disputar separadamente também o skeet e a fossa.

O programa olímpico do tiro esportivo sofreu uma boa mudança para os Jogos de Tóquio, com a inclusão das provas de duplas mistas da carabina de ar 10 m, pistola de ar 10 m e da fossa olímpica, as primeiras provas em equipe nos Jogos desde Paris-1924. 

Para isso, outras três provas tradicionais foram retiradas do programa olímpico, todas masculinas: pistola 50 m, carabina deitada 50 m e fossa doublê. Desta maneira, o programa passou a contar com 6 provas masculinas, 6 femininas e 3 mistas, igualando-se pela primeira vez o número de homens e mulheres.