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+78 kg feminino

Chances do Brasil

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no +78 kg feminino do judô, o Brasil terá Maria Suelen Altheman, que possui totais condições de conquistar uma medalha em Tóquio. A judoca sempre esteve no top 5 do ranking mundial da categoria, vem de um bronze no Mundial de 2021, ficou em quinto lugar no mundial de 2019 e é presença constante nos pódios de competições como Grand Prix e Grand Slams. 

+Confira um perfil completo de Maria Suellen e suas chances nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Fora a experiência de Maria Suelen Altheman, que vai para sua terceira edição de Jogos Olímpicos. Em Londres-2012, ela terminou no quinto lugar. Na Rio-2016, a judoca teve que lidar com uma cirurgia no fim do ciclo, não foi bem e terminou no 9º lugar.

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Favoritas +78 kg feminino

Atual campeã mundial, a japonesa Akira Sone parte como a principal favorita ao ouro do peso pesado feminino na Olimpíada. Akira foi ouro no Mundial de Tóquio em 2019 batendo na final a cubana Idalys Ortiz na mesma Arena Nippon Budokan. Para assegurar a vaga, a japonesa venceu uma intensa disputa interna contra Sarah Asahina, que conquistou medalhas em todos os mundiais do ciclo, incluindo um ouro no mundial de 2017.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

Idalys Ortiz disputará sua quarta olimpíada e possivelmente última, e pode fechar com chave de ouro sua longa carreira vitoriosa. Após uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze, a cubana parte com favoritismo para o seu quarto pódio e aparece como a maior ameaça a estragar o sonho dourado dos japoneses e de Akira Sone. Atual líder do ranking mundial, Ortiz é a maior pedra no sapato das brasileiras e conquistou todos os títulos Pan-Americanos nesse ciclo, além de ter sido presença constante nos pódios do Circuito Mundial e ter sido vice-campeã mundial nas duas últimas edições.

+78 kg feminino - Judô - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 Olimpíada
Idalys Ortiz, ua das favoritas na Olimpíada de Tóquio

A disputa pelos dois bronzes também promete uma disputa intensa com várias atletas que podem subir ao pódio na Arena Budokan. A representante brasileira Maria Suelen Altheman possui totais condições de conquistar uma medalha em Tóquio. Maria Suelen Altheman ocupa uma posição no top 5 do ranking mundial da categoria, vem de um bronze no Mundial de 2021, ficou em quinto lugar no mundial de 2019 e é presença constante nos pódios de competições como Grand Prix e Grand Slams. 

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Kayra Sayit, da Turquia, é outra pedra no sapato do Brasil e também pode pintar no pódio em Tóquio. Larisa Ceric, da Bósnia e Herzegovina, foi medalhista de bronze no mundial de 2018, enquanto Iryna Kindzerska, do Azerbaijão, e Kim Min-jeong, da Coreia do Sul completaram o pódio no mundial de 2017. Todas elas também estão na parte de cima do ranking mundial e podem inclusive surpreender as favoritas Akira Sone e Idalys Ortiz.

Anne Fatoumata, da França, Rochele Nunes, brasileira naturalizada portuguesa e a bielorrussa Maryna Slutskaya pintam como as candidatas a zebra no peso pesado do judô.

O Brasil no +78 kg feminino do Jogos Olímpicos

A primeira participação brasileira na categoria pesado aconteceu na estreia do judô feminino em Barcelona-1992. Edilene Andrade, mineira de Ipatinga, acabou derrotada logo na primeira luta para a japonesa Yoko Sakaue. 

Na edição seguinte foi a vez de Edinanci Silva representar o país. A paraibana, da cidade de Souza, começou com o pé direito batendo logo de cara uma das favoritas ao pódio, a japonesa Noriko Anno. No entanto, a brasileira acabou derrotada na luta seguinte pela russa Svetlana Gundarenko. Na repescagem, Edinanci chegou a vencer uma luta, mas acabou sendo superada pela alemã Johanna Lagn, que posteriormente viria conquistar a medalha de bronze.

Em Sidney-2000, o país contou com Priscila Marques. A judoca de Santos estreou com vitória sobre uma atleta de Taiwan e logo em seguida acabou se encontrando com a chinesa Yuan Hua, que naquele mesmo dia se sagraria campeã olímpica. A derrota nas quartas deu à Priscila o direito de disputar a repescagem, quando começou vencendo Iredale, da Nova Zelândia. Porém, no confronto seguinte a santista acabou derrotada por Christine Cicot, da França, e repetiu a mesma posição de Edinanci Silva quatro anos antes.

Após ficar ausente por duas edições consecutivas, o Brasil retornou aos Jogos Olímpicos em Londres-2012. Maria Suelen Altheman conquistou para o país o resultado mais expressivo da categoria até hoje na edição disputada em solo britânico. A paulista de Amparo estreou nos Jogos derrotando a francesa Anne-Sophie Mondière e em seguida bateu a turca Cheikh Rouhou. Entretanto na semifinal a brasileira acabou enfrentando uma das favoritas ao pódio, a japonesa Mika Sugimoto, e acabou derrotada. Maria foi então para a repescagem, onde derrotou a cazaque Gulzhan Issanova e se classificou para a disputa de uma das medalhas de bronze. Entretanto, coube a Maria Suelen enfrentar a chinesa Wen Tong, principal favorita ao ouro, mas que havia caído na semifinal para a cubana Idalys Ortiz. A brasileira acabou sendo imobilizada pela chinesa, que conquistou a vitória com um ippon, terminando em quinto lugar.

Quatro anos depois Maria Suelen Altheman voltou a representar o país na edição olímpica de 2016. Aquele havia sido o melhor ciclo olímpico da vida de Maria Suelen, com direito a duas medalhas de prata conquistadas nos mundiais de 2013 no Rio de Janeiro e 2014 em Chelyabinsk. Entretanto, durante a disputa da final do mundial de 2014, a cubana Idalys Ortiz acabou caindo sobre sua perna causando uma grave lesão que acabou comprometendo o final do ciclo. Apesar de ainda conseguir se recuperar e assegurar a vaga olímpica, o desempenho de Maria acabou comprometido e ela foi eliminada logo na primeira luta nos Jogos do Rio de Janeiro-2016 para a sul-coreana Kim Min-jung.

Maria Suelen Altheman seleção brasileira de judô Grand Slam de Budapeste Hungria
Maria Suelen, de branco, disputará sua terceira Olimpíada em Tóquio (Gabriela Sabau/FIJ)

Histórico +78 kg feminino nos Jogos Olímpicos

A categoria mais pesada do judô feminino também começou a ser disputada na Olimpíada de Barcelona-1992. Em suas duas primeiras aparições o peso da categoria era acima de 72 kg, passando para os atuais +78 kg na edição de Sidney-2000. Com grande domínio chinês, a disputa ao longo dos anos ficou restrita a poucos países, sendo uma das categorias com menos variações de nações subindo ao pódio. 

Foram apenas nove em sete edições disputadas. A China conta com quatro ouros e três bronzes, seguida por Cuba com um ouro, cinco pratas e um bronze, sendo os únicos países presentes no pódio em todas as olimpíadas. Japão e França completam os países que já conquistaram o ouro na +78 kg.

As primeiras edições disputadas foram completamente dominadas pela China, que conquistou três ouros consecutivos. O primeiro ouro veio com Zhuang Xiaoyan na estreia do judô feminino em Barcelona-1992. A chinesa venceu quatro combates até chegar na disputa do ouro, quando bateu a cubana Estela Rodriguez. Natalia Lupino, da França, e Yoko Sakaue, do Japão, conquistaram medalhas de bronze. Quatro anos mais tarde, novamente uma chinesa voltou a derrotar a cubana Estela Rodriguez em uma final. O feito coube a Sun Fuming após vencer três combates anteriores em Atlanta-1996. A França novamente voltou a conquistar um dos bronzes, dessa vez com Christine Cicot. A outra medalha de bronze ficou com a alemã JohannaHagn.

O terceiro ouro dessa sequência chinesa aconteceu em Sidney-2000. Agora já com a categoria nos atuais +78 kg, Yuan Hua venceu a cubana Daima Beltran, fazendo a tradicional dobradinha China-Cuba pela terceira olimpíada consecutiva. No caminho até a final, a chinesa também derrotou a brasileira Priscila Marques nas quartas de final. Coreia do Sul e Rússia completaram o pódio ao conquistarem as medalhas de bronze naquela edição.

A sequência de vitórias chinesas foi interrompida pela japonesa Maki Tsukada, seis vezes medalhista em mundiais de judô somando as categorias pesada e aberta, na edição de Atenas-2004. No caminho até a final, a japonesa derrotou a australiana Jessica Malone e a ucraniana Maryna Prokofyeva, ambas por ippon, e a russa Tea Donguzashvili. Na final, vitória sobre a cubana Daima Beltran após uma luta bastante disputada. Cuba assim perdia uma final olímpica nos pesos pesados feminino pela quarta olimpíada consecutiva. Completaram o pódio a chinesa Sun Fuming, que já havia sido campeã olímpica em 1996, e a russa Tea Donguzashvili.

A Olimpíada de Pequim-2008 consagraram um dos maiores nomes da categoria: Tong Wen. Competindo em seu próprio país, a chinesa cinco vezes campeã mundial não tomou conhecimento das adversárias em suas três primeiras lutas, vencendo todas por ippon. Na semifinal Tong encontrou a jovem cubana Idalys Ortiz, que começava a despontar na categoria. Vitória da chinesa por um yuko. Na final Tong derrotou aquela que era a atual campeã olímpica, a japonesa Tsukada. Ortiz ficou com uma das medalhas de bronze e a eslovena Lucija Polavder conquistou a segunda.

Após bater na trave por cinco Jogos Olímpicos seguidos, com direito a quatro medalhas de prata, Cuba finalmente conseguiu subir ao topo do pódio do judô na edição britânica de Londres-2012. E a vitória na semifinal veio justamente contra aquela que quatro anos antes havia interrompido seu sonho dourado, a chinesa Tong. Na final, Ortiz precisou derrotar a japonesa Mika Sugimoto para ficar com o tão sonhado ouro para o país caribenho. Na disputa pela medalha de bronze, a chinesa Tong acabou derrotando a brasileira Maria Suelen Altheman por ippon após imobilização. A outra medalha de bronze ficou com a dona da casa Karina Bryant.

A última campeã olímpica foi a francesa Émillie Andeol, que acabou surpreendendo as favoritas e subiu no topo do pódio na Rio-2016. A francesa estreou vencendo as representantes do México e da Turquia. Na semifinal vitória sobre a chinesa Yu Song, campeã mundial de 2015, por ippon. Na final uma nova vitória por ippon de forma surpreendente, dessa vez contra a cubana Idalys Ortiz. Favoritas ao ouro, a chinesa Song e a japonesa Kanae Yamabe completaram o pódio ao conquistarem suas lutas pelas medalhas de bronze.

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Outro local usado nos Jogos de Tóquio 1964, o Nippon Budokan receberá as competições de judô e caratê (Crédito: Divulgação)

Medalhistas – judô +78 kg feminino – Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Barcelona-1992Zhuang Xiaoyan (CHI)Estela Rodríguez (CUB)Nathalie Lupino (FRA)
Yoko Sakaue (JAP)
Atlanta-1996Sun Fuming (CHI)Estela Rodríguez (CUB)Christine Cicot (FRA)
Johanna Hagn (ALE)
Sydney-2000Yuan Hua (CHI)Daima Beltrán (CUB)Kim Seon-Yeong (KOR)
Mayumi Yamashita (JAP)
Atenas-2004Maki Tsukada (JAP)Daima Beltrán (CUB)Tea Donguzashvili (RUS)
Sun Fuming (CHI)
Pequim-2008Tong Wen (CHI)Maki Tsukada (JAP)Idalys Ortiz (CUB)
Lucija Polavder (ESL)
Londres-2012Idalys Ortiz (CUB)Mika Sugimoto (JAP)Karina Bryant (GBR)
Tong Wen (CHI)
Rio-2016Émilie Andéol (FRA)Idalys Ortiz (CUB)Kanae Yamabe (JAP)
Yu Song (CHI)

Quadro de medalhas – judô +78 kg feminino – Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
China4037
Cuba1517
Japão1236
França1023
Alemanha0011
Grã-Bretanha0011
Coreia do Sul0011
Rússia0011
Eslovênia0011