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Isadora Cerullo

Izzy Cerullo – rúgbi feminino – Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Ficha TécnicaMedalhas
Nascimento: Summit/EUA
Idade: 30 anos (24/03/1991)
Altura: 1,58m
Peso: 62kg
Clube: Niterói Rugby/RJ
Olimpíada: 1 (Rio de Janeiro-2016)
Pan: 2 (Toronto-2015 e Lima-2019)

PAN
– Toronto-2015

Isadora Cerullo, também conhecida como Izzy Cerullo, é abertura e meio-scrum do Niterói Rugby, do Rio de Janeiro, e representará mais uma vez a seleção brasileira de rúgbi feminino, desta vez nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

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A vida em outro país e um caminho distante do rúgbi

Isadora Cerullo ou Izzy Cerullo. Izzy. Apelido que não parece brasileiro e que realmente não é. Durante os anos finais da ditadura militar no Brasil, os pais dela imigraram para os Estados Unidos e se estabeleceram em Raleigh, capital do estado da Carolina do Norte. Além de ter a cidadania dos dois países, chegou a fazer parte das equipes de futebol e cross country durante a escola. Mais tarde, veio o período universitário.

Ali, na Universidade de Columbia, trabalhou como socorrista e se formou em biologia e direitos humanos. Prestou e passou no equivalente ao vestibular de medicina em terras estadunidenses, tratado como uma pós-graduação, mas não realizou o curso. A trajetória passou a ter outro rumo.

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Apresentada ao rúgbi, a transição foi muito rápida e desafiadora. Mudou-se para São Paulo em 2014 para começar a atuar profissionalmente. Para chegar rapidamente ao alto rendimento, teve de aprimorar e se adaptar às demandas físicas, uma vez que, agora, levaria aquilo adiante como profissão.

“Uma curiosidade é que eu enxergo muitos paralelos com o trabalho de pesquisa que fazia antes de ser atleta: exige muito foco nos detalhes, uma entrega ao processo, muita repetição, muitas tentativas e erros até chegar no resultado desejado. Sempre me considerei uma pessoa disciplinada, determinada e com uma boa ética de trabalho, então acabei levando tudo isso pra esse ofício de atleta”, disse Izzy ao ‘Tudo Pra Cabelo’.

Ensinamentos do rúgbi para lutar contra o preconceito no esporte

Cerullo enaltece a importância da diversidade na modalidade e luta para quebrar as barreiras impostas pelo machismo, estereótipos e padrões de beleza criados ao longo do tempo. Incentiva meninas e mulheres a não cederem, não desistirem e não desacreditarem do potencial individual.

 Isadora Cerullo - rúgbi feminino - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
Com as Yaras estampadas no peito, Isadora Cerullo está pronta para defender a seleção nos Jogos de Tóquio 2020. (Foto: Fotojump)

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Ela ainda ressalta os cinco valores considerados como premissa básica do rúgbi, que exaltam o respeito, a disciplina, a integridade, a solidariedade e a paixão. A cultura da sociedade afeta e acaba sendo refletida diretamente dentro dos gramados, quadras e ginásios. É importante que a mudança, o apoio e a conscientização partam de todas as pessoas envolvidas no esporte.

“O rúgbi tem uma questão familiar. Independente do seu tempo nos times e na seleção, você consegue se sentir em casa, se sente acolhido. Não é levado em conta essa questão da orientação sexual, se você é magro, alto, forte, fraco, baixo. Se entrou no time, já faz parte do time e é uma união. Pelo que eu vejo em relação com outras modalidades, isso que acontece no rúgbi é raro, é uma exceção. O esporte me permitiu ser eu mesma sempre. Em tudo o que eu faço”, revelou em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

Longa experiência com a seleção e duplo sonho vivido na Rio-2016

Aos 30 anos de idade, Izzy Cerullo é uma das jogadoras que frequentam a equipe das Yaras há mais tempo, sendo também uma das grandes referências técnicas. Experiente, já defendeu as cores do Brasil por diversas vezes em competições ao redor do mundo.

Medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, participou novamente do campeonato de rúgbi de sete em Lima-2019. Foi campeã dos Jogos Sul-Americanos de 2018, sem contar as edições envolvendo exclusivamente a modalidade. Viajou aos Estados Unidos, sua terra natal, para Copa do Mundo em São Francisco e esteve com a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

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Em dois anos morando por aqui e fazendo parte do grupo, ela teve a oportunidade de marcar presença no maior evento esportivo do planeta. Evolução muitp rápida. Abriu mão de muitas coisas para buscar e viver o sonho de uma Olimpíada, em casa, ao lado da torcida. Representou o país ao terminar com a 9ª colocação geral, mas a passagem pela capital carioca não se limitou ao lado esportivo da coisa.

 Isadora Cerullo - rúgbi feminino - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
Atelta da seleção feminina, Izzy foi pedida em casamento por Marjorie Enya durante a Rio-2016. (Foto: Instagram/izzycerullo)

Após o desempenho brasileiro e o encerramento do rúgbi nos Jogos, Isadora foi pedida em casamento ainda no gramado Estádio de Deodoro. Marjoria Enya surpreendeu a esposa atleta e concretizou o desejo de ambas: iniciar uma vida juntas. Além de especial, o momento viralizou nas redes sociais, fazendo com que elas recebessem apoio até internacionalmente. Que história! Confira uma reportagem que conta um pouco mais sobre o relacionamento!

Em 2021

Izzy fez parte do grupo que viajou aos Emirados Árabes para dois torneios amistosos. Tratava-se do Emirates Invitational de rúgbi sevens, em Dubai, desafiando várias potências. No primeiro, durante a fase de grupos, o Brasil passou por cima de França, Japão e Quênia, mas tropeçou em Canadá e Estados Unidos. Na sequência, reencontro com as francesas do time 1, que levaram a melhor e deixaram as Yaras em quarto lugar.

A segunda edição do evento contava novamente com os mesmos países. E a seleção brasileira repetiu o feito também. Desta vez, encarou as estadunidenses na briga pelo bronze, quando as rivais levaram a melhor com o placar de 24 a 19. As competições serviram como preparação para Cerullo e companhia, em reta final visando os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.