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Canoagem slalom

Canoagem slalom nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020

Provas da canoagem slalom em Tóquio

Feminino
+ C1 Feminino
+ K1 Feminino

Masculino
+ C1 Masculino
+ K1 Masculino

Calendário da canoagem slalom em Tóquio

Local da competição

canoagem slalom toquio 2020
O Kasai Canoe Slalom Centre receberá as provas da canoagem slalom na Olimpíada de Tóquio (Divulgação/Tokyo Metropolitan Government)

A canoagem slalom em Tóquio 2020 conhecerá seus medalhistas olímpicos em Tóquio no belíssimo Sea Forest Waterway, localizado na baía de Odaíba margeando o mar. O local sediará também as provas de canoagem de velocidade e remo. O Kasai Canoe Slalom Centre foi construído com uma capacidade para 7.500 torcedores. Originalmente, estava projetado para receber 14 mil pessoas, mas teve sua capacidade reduzida para seguir os protocolos de prevenção à Covid-19.

O Brasil na canoagem slalom dos Jogos Olímpicos

Pepê Gonçalves representará o Brasil na canoagem slalom masculina nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
Pedro Gonçalves da Silva, o Pepê, tem o melhor resultado do Brasil em Olimpíadas na canoagem slalom, o 6º lugar na Rio-2016 (Bence Vekassy/ICF)

A estreia do Brasil na canoagem slalom olímpica aconteceu no retorno da modalidade aos Jogos, em Barcelona-1992, com a dupla de irmãos gaúchos Gustavo e Leonardo Selbach, além de Marlon Grings. Leonardo foi 26º lugar no C1, enquanto Marlon e Gustavo foram respectivamente 30º e 31º no K1, em um tempo que os treinos eram improvisados nos canais e rios Brasil afora, o que torna este pioneirismo extremamente marcante.

Quatro anos depois, os irmãos voltaram em Atlanta-1996, com Leonardo melhorando a sua classificação para 23º lugar no C1, enquanto Gustavo terminou em 32º no K1. Em Sydney-2000 quem representou o Brasil foi Cássio Petry, que terminou em um 14º lugar no K1, mesma posição de Poliana de Paula, pioneira no feminino, no K1 de Pequim-2008.

Em Londres-2012, com apenas 16 anos de idade, Ana Sátila foi escolhida para representar o Brasil. Ficou em 16º lugar em sua estreia olímpica e 17º na Rio-2016, onde era apontada uma das favoritas para chegar ao pódio, mas acabou errando o percurso e sofrendo uma punição em sua prova e não passou para a final.

Pedro Gonçalves Silva, o Pepê, é quem possui o melhor resultado da história do Brasil na modalidade, com o ótimo 6º lugar na final olímpica do K1 nos Jogos Rio-2016. Também competiram pelo Brasil na raia do Parque de Deodoro os atletas Charles Correa e Anderson Oliveira, 11º lugar na C2, e Felipe Borges, 16º lugar na C1.

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Grandes nomes da canoagem slalom nos Jogos Olímpicos

Quando se diz que a recém-extinta categoria olímpica da C2 afetaria diretamente a autoestima do torcedor da Eslováquia, isso não é exagero. É deste país uma dupla de irmãos que para muitos são os atletas mais populares de todos os tempos nesta modalidade, os tricampeões olímpicos Peter Hochschorner e Pavol Hochschorner. Eles ganharam a medalha de ouro em Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008, além do bronze em Londres-2012.

Irmãos Hochschorner Eslováquia
Os irmãos gêmeos eslovacos Peter e Pavol Hochschorner conquistaram quatro medalhas olímpicas no C2, três de ouro (Reprodução)

Os gêmeos de Bratislava conquistaram seu primeiro ouro com 21 anos em Sydney-2000, oito anos depois do fim da extinta Tchecoslováquia. O jovem e pequeno país europeu tem na canoagem slalom sua principal fonte de medalhas, sendo a prova da C2 a que mais venceram. Além dos irmãos Hochschorner, tri olímpicos e hexa campeões mundiais, o país ainda se destacou com outra dupla de irmãos, Peter e Ladislav Škantár, campeões olímpicos na Rio-2016, despedida da prova do programa olímpico sob muito protesto eslovaco.

Individualmente, outros dois destaques do país na história da modalidade. Ouro em Atenas-2004 e Pequim-2008, Elena Kaliská venceu o K1 por duas vezes e é até hoje a única mulher eslovaca a se tornar campeã olímpica. Contemporânea a ela e aos irmãos Hochdchorner – todos os quatro nasceram em 1979 – vem Michal Martikán. Ele é o maior medalhista olímpico da história do país, com dois ouros, duas pratas e um bronze, além de 15 ouros em mundiais.

Ele venceu o C1 em Atlanta-1996, foi prata em Sydney-2000 e Atenas-2004, venceu novamente em Pequim-2008 e quatro anos depois subiu mais uma vez ao pódio com o bronze em Londres-2012. Aos 42 anos, segue em atividade e em altíssimo nível, tendo conquistado em 2021 título europeu do revezamento por equipes da C1, prova não olímpica.

Tony Estanguet
O francês Tony Estanguet foi um dos maiores nomes na prova do K1, com três medalhas de ouro olímpicas (Reprodução/Olympics)

Outra lenda do esporte é o francês Tony Estanguet, tricampeão olímpico em Sydney-2000, Atenas-2004 e Londres-2012, deixando em duas oportunidades Martikán com o vice. Estanguet é um dos maiores nomes do esporte francês e uma das figuras mais presentes na organização dos Jogos de Paris-2024. A disputa entre ele e o eslovaco, somado ao destaque dos gêmeos Hochschorner ajudou e muito a popularizar o esporte.

Entre outros grandes campeões do esporte, destacam-se também Stepánka Hilgertová, tcheca bicampeã olímpica em Atlanta-1996 e Sydney-2000, e Jessica Fox, australiana que é a mulher com o maior número de ouros em mundiais (10), além da prata em Londres-2012 e o bronze na Rio-2016 no K1.

Quadro de medalhas da canoagem slalom nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Eslováquia83314
França73818
Alemanha42511
Alemanha Oriental4015
Grã-Bretanha2619
República Tcheca2439
Itália2013
Estados Unidos1225
Tchecoslováquia1102
Espanha1012
Austrália0325
Alemanha Ocidental0314
Eslovênia0202
Áustria0112
Nova Zelândia0101
Polônia0101
Japão0011
Rússia0011
Togo0011

O esporte

A brasileira Ana Satila, um dos principais nomes da canoagem slalom feminina (Divulgação)

A canoagem slalom é uma modalidade presente nos Jogos Olímpicos que consiste em percorrer um percurso de corredeiras, artificiais ou naturais, passando por balizas (obstáculos) em um caiaque ou uma canoa. Ganha quem fizer em menor tempo e/ou com o menor número de penalizações possível. Esporte de grande tradição na Europa, fez sua estreia olímpica em Munique-1972, na Alemanha, saindo dos Jogos seguintes e retornando em definitivo vinte anos depois em Barcelona-1992.

Segundo a ICF (Federação Internacional de Canoagem) o torneio de canoagem slalom pode acontecer em um percurso de no mínimo 250 m e no máximo 400 m, sendo este o padrão olímpico. Este percurso deverá ter de 18 a 25 portas (balizas) que deverão ser atravessadas pelos atletas em ordem determinada. Essas portas consistem em dois postes verticais que ficam penduradas em uma placa que indica seu número de ordem.

O espaço entre estes postes deve ter entre 1,2 m ou 4 m de largura. Há dois tipos de postes, sendo um sinalizado com a cor amarela ou verde que deve ser atravessado no mesmo sentido da corrente de água. O outro, vermelho, é atravessado no sentido contrário da correnteza e ocorre em menor número no percurso, geralmente seis.

A cada toque nos postes que o atleta der este leva uma punição de dois segundos a serem acrescidos no seu tempo. Agora, caso o atleta perca alguma das portas ou as faça fora da ordem indicada a punição é gravíssima, acrescendo 50 segundos em seu tempo, praticamente extinguindo quaisquer chances de um bom resultado.

Existem três tipos de barcos na canoagem slalom, sendo que dois deles são olímpicos. O K1, caiaque para uma pessoa, deve ter dimensões mínimas de 3,50 m de comprimento e 0,60 m de largura e peso mínimo de 9 kg. Nele o atleta fica sentado e usa as duas pás do remo. No C1, canoa para uma pessoa, o canoísta fica ajoelhado no barco utilizando apenas um remo com uma pá. O C1 deve ter um tamanho mínimo de 3,50 m de comprimento e 0,65 m de largura com um peso mínimo de 9 kg.

Há também a disputa do C2, canoa para duas pessoas, mas este tradicional barco foi excluído dos Jogos Olímpicos para a tristeza dos eslovacos, tchecos, britânicos e franceses, grandes vitoriosos nesta prova.