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Judô

Disputas do judô nos Jogos Olímpicos de Tóquio:

Feminino

-48 kg
-52 kg
-57 kg
-63 kg
-70 kg
-78 kg
+78 kg

Masculino

-60 kg
-66 kg
-73 kg
-81 kg
-90 kg
-100 kg
+100 kg

Por equipes

Equipe mista

Calendário

DataEventoTempo/Resultado
48 kg - Harriet Bonface (MWI) x Gabriela Chibana (BRA)
60 kg - Soukphaxay Sithisane (LAO) x Eric Takabatake (BRA)
48 kg - Distria Krasniqi (KOS) x Gabriela Chibana (BRA)
60 kg - Wom Jin Kim (KOR) x Eric Takabatake (BRA)
66 kg - Mohamed Abdelmawgoud (EGI) x Daniel Cargnin (BRA)
52 kg - Agatha Perenc (POL) x Larissa Pimenta (BRA)
66 kg - Denis Vieru (MDV) x Daniel Cargnin (BRA)
52 kg - Uta Abe (JAP) x Larissa Pimenta (BRA)
66 kg - Daniel Lombardo (ITA) x Daniel Cargnin (BRA)
66 kg - Abe Hifumi (JAP) x Daniel Cargnin (BRA)
66 kg - Baruch Shmailov (ISR) x Daniel Cargnin (BRA)
73 kg x Eduardo Katsuhiro (BRA)
57 kg x
73 kg - Eduardo Katsuhiro (BRA) x Guillaume Chaine (FRA)
81 kg - Eduardo Yudy (BRA) x Sagi Muki (ISR)
63 kg - Ketleyn Quadros (BRA) x Cergia David (HON)
63 kg - Ketleyn Quadros (BRA) x Gankhaich Bold (MGL)
63 kg - Ketleyn Quadros (BRA) x Catherine Beauchemin-Pinard (CAN)
90 kg - Rafael Macedo (BRA) x Islam Bozbayev (CAZ)
70 kg - Maria Portela (BRA) x Nigara Shaheen (REF)
70 kg - Oitavas - Maria Portela (BRA) x Madina Taimazova (RUS)
100 kg - 1ª rodada - Rafael Buzacarini (BRA) x Toma Nikiforov (BEL)
78 kg - Oitavas - Inbar Lanir (ISR) x Mayra Aguiar (BRA)
78 kg - Quartas - Anna Maria Wagner (ALE) x Mayra Aguiar (BRA)
78 kg - Repescagem - Aleksandra Babinstseva (RUS) x Mayra Aguiar (BRA)
78 kg - Bronze - Yoon Hyunji (COR) x Mayra Aguiar (BRA)
Acima de 100 kg - Oitavas - Ushangi Kokauri (AZE) x Rafael Silva (BRA)
Acima de 78 kg - Oitavas - Anamari Velensek (ESL) x Maria Suelen Altheman (BRA)
Acima de 78 kg - Quartas- Romane Dicko (FRA) x Maria Suelen Altheman (BRA)
Acima de 100 kg - Quartas- Guram Tushishvili (GEO) x Rafael Silva (BRA)
Acima de 78 kg - Repescagem - Xu Shiyan (CHN) x Maria Suelen Altheman (BRA)
Acima de 100 kg - Repescagem - Teddy Riner (FRA) x Rafael Silva (BRA)
Equipe mista - Quartas - Holanda x Brasil
Equipe mista - Repescagem - Israel x Brasil

Local da competição

As disputas do judô serão realizadas na tradicional Arena Nippon Budokan, na cidade de Tóquio. Construído para ser a sede do judô nos Jogos Olímpicos realizados na cidade japonesa em 1964, o local abrigará nos próximos Jogos além do judô as competições de caratê. 

Com capacidade para 11 mil pessoas durante as Olimpíadas, a Arena Nippon Budokan recebe dezenas de grandes shows e concertos ao longo dos anos. Seu nome significa “Salão de Artes Marciais”,  o que se tornará real a partir de julho de 2021.

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Outro local usado nos Jogos de 64, o Nippon Budokan receberá as competições de judô e caratê (Crédito: Divulgação)

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

O Brasil no judô dos Jogos Olímpicos

O judô é o esporte que mais rendeu medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos, totalizando 22 medalhas, superando a vela com 18 e o atletismo com 17. As vinte e duas medalhas conquistadas se dividem em quatro de ouro, três de prata e 15 de bronze. 

O judô feminino do Brasil, que estreou em pódios apenas na edição de Pequim-2008, conquistou cinco destas medalhas, sendo responsável ainda pela metade das medalhas de ouro.

A primeira medalha do Brasil veio das mãos de Chiaki Ishi, um japonês que se naturalizou brasileiro no final da década de 60. Após se frustrar por não conseguir vencer a seletiva interna de seu país para as Olimpíadas de 1964, Ishi se mudou para o Brasil onde abriu sua própria academia de judô, em São Paulo. Após ser convidado a se naturalizar e a representar o Brasil, Ishi disputou Munique-1972, conquistando a medalha de bronze e fazendo história para o Brasil. Posteriormente suas duas filhas, Tânia e Vânia Ishi, também se tornaram judocas olímpicas do Brasil.

Após ficar ausente do pódio por duas edições seguidas, o Brasil só voltou a conquistar medalha em Los Angeles-1984, e logo com três pódios. Douglas Vieira, de Londrina, conquistou a medalha de prata após ser derrotado apenas na final da categoria meio-pesado pelo sul-coreano Há Hyung-joo. Já os paulistanos Luís Onmura, na categoria leve, e Walter Carmona, no peso médio, ficaram com a medalha de bronze, dando ao Brasil aquele que era, até então, o melhor desempenho do judô em uma edição olímpica.

O primeiro campeão olímpico do Brasil foi Aurélio Miguel no peso meio-leve de Seul-1988. Então medalhista de bronze no Campeonato Mundial disputado em Essen-1987, o paulistano superou quatro adversários até chegar à final, disputada contra o alemão Marc Meiling. Aurélio Miguel foi ainda medalhista de bronze na mesma categoria em Atlanta-1996. Também em Atlanta, Henrique Guimarães no peso meio-leve também subiu ao pódio com a medalha de bronze.

Quatro anos após o inédito ouro de Aurélio Miguel, foi a vez de outro judoca nascido no estado de São Paulo conquistar o segundo ouro brasileiro. O santista Rogério Sampaio, competindo na categoria meio-leve, venceu cinco lutas para conquistar o topo do pódio de Barcelona-1992. Destaque para o confronto da semifinal contra o alemão Udo Quellmalz, campeão mundial em 1991.

Um jovem Thiago Camilo surpreendeu o mundo ao chegar à final de Sidney-2000 no peso leve. Então com 18 anos, o paulista de Tupã era aposta do judô para o futuro, mas logo em sua estreia olímpica derrotou quatro adversários, sendo parado apenas na final pelo superfavorito ao ouro, o italiano bicampeão mundial Giuseppe Maddaloni. 

Uma outra prata também surpreendente foi conquistada por Carlos Honorato, que até pouco tempo antes dos Jogos era o reserva no peso médio. Honorato teve como principal destaque a vitória sobre o japonês Hidehiko Yoshida, campeão olímpico em Barcelona-1992 e quatro vezes medalhista mundial, nas quartas de final. Naquela luta, o brasileiro venceu o favoritismo nipônico em menos de 40 segundos com um belo ippon que ainda rendeu ao japonês um braço quebrado. Na luta final, o brasileiro acabou caindo para o húngaro Mark Huizinga.

O judô masculino conquistou duas medalhas de bronze em Atenas-2004, com Leandro Guilheiro no peso leve e com Flávio Canto no meio-médio. Flávio Canto protagonizou naquele período um duelo intenso pelo posto de titular da categoria com Thiago Camilo. Em Atenas, Flávio levou a melhor e conquistou a vaga. Na edição seguinte, após sofrer uma grave lesão, Flávio acabou perdendo a olimpíada e a vaga ficou com Thiago Camilo. Durante as disputas na China, Thiago Camilo voltou a subir ao pódio após a ausência em Atenas com uma medalha de bronze. Leandro Guilheiro conquistou o seu segundo bronze no peso leve também na edição de Pequim-2008.

O judô feminino teve sua estreia olímpica somente em Barcelona-1992, com as disputas das sete categorias que ainda fazem parte do programa olímpico. As pioneiras brasileiras foram Edilene Andrade, Soraia André, Rosicléia Campos, Jemina Alves, Andrea Rodrigues, Patrícia Bevilacqua e Tânia Ishi. O país, apesar de levar uma equipe completa, não conseguiu conquistar medalhas. O fato se repetiu nas edições seguintes, mesmo tendo grandes nomes da modalidade, como Vânia Ishi e de medalhistas mundiais como Daniele Zangrando e Edinanci Silva.

A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) passou então a desenvolver um programa voltado especificamente para o judô feminino do Brasil, liderado pela treinadora Rosicléia Campos, que havia disputado a Olimpíada de Barcelona. O projeto deu resultados e colheu seu primeiro fruto nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, quando a judoca brasiliense, e treinada no Minas Tênis Clube, Ketleyn Quadros conquistou a inédita medalha de bronze para o judô feminino nacional na categoria -63 kg.

De lá para cá, o judô feminino do Brasil se transformou, tornando-se um dos melhores do mundo, com diversos títulos e medalhas em mundiais e etapas do Circuito Mundial. Na edição olímpica seguinte, Londres-2012, o país conquistou duas medalhas com as mulheres. Grande destaque para o ouro da piauiense Sarah Menezes na categoria ligeiro, que bateu na final a vigente campeã olímpica, a romena Alina Dumitru, sagrando-se a primeira mulher campeã olímpica do judô brasileiro. 

Foi o primeiro ouro do Brasil no judô desde a conquista de Rogério Sampaio em Barcelona-1992. A segunda medalha das mulheres em Londres foi conquistada pela gaúcha Mayra Aguiar, o bronze na categoria até 78 kg. Ainda naquela edição o Brasil subiu ao pódio com o pesado Rafael Silva e com Felipe Kitadai, na categoria ligeiro, ambos com a medalha de bronze, colocando suas respectivas categorias em um pódio olímpico pela primeira vez.

O Brasil sediou uma edição dos Jogos Olímpicos pela primeira vez em sua história na cidade do Rio de Janeiro em 2016. A edição histórica para os atletas brasileiros também acabou sendo marcante para o judô do país. Competindo em casa, a judoca carioca Rafaela Silva se tornou a segunda mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica. Vinda da Cidade de Deus e fruto de um projeto de Flávio Canto, Rafaela passou por cima de todas as suas adversárias para subir ao topo do pódio da lotada Arena Carioca 2, no dia 8 de agosto, mostrando uma grande história de superação. O Brasil ainda conquistou mais dois bronzes, com Rafael Silva nos pesados e Mayra Aguiar no meio pesado feminino. Ambos conquistaram sua segunda medalha de bronze e de forma consecutiva.

Grandes nomes do judô nos Jogos Olímpicos

O Japão, como país inventor e mais tradicional do esporte, é sem dúvidas aquele que possui a maior quantidade de ídolos no judô. Uma galeria enorme de grandes judocas, multimedalhistas olímpicos e mundiais ostentam no kimono a bandeira japonesa. Tadahiro Nomura foi tricampeão olímpico consecutivo no peso ligeiro, o mais leve entre todas as categorias, entre as edições de Atlanta-1996 e Atenas-2004. Além disso, Nomura ainda foi campeão mundial em Paris-1997 e medalhista de bronze em Osaka-2003.

Dois judocas japoneses são bicampeões olímpicos. Masato Uchishiba, que conquistou os títulos olímpicos entre os meio-leves nas edições de Atenas-2004 e Pequim-2008, e Hitoshi Saito, na categoria pesado, em Los Angeles-1984 e Seul-1988. Dentre aqueles que possuem uma medalha de ouro, destacam-se Isao Inokuma, Takehide Nakatani e Isao Okano, primeiros campeões olímpicos do judô em 1964, Kosei Inoue, campeão da categoria -100 kg em Sidney-2000 e tricampeão mundial, e Shohei Ono, campeão olímpico na categoria até -73 kg no Rio de Janeiro e quatro vezes medalhista de ouro em mundiais.

Um caso em especial merece atenção quando o assunto são os nomes do judô japonês. Trata-se de Masashi Ebinuma, considerado por muitos como um dos judocas mais técnicos da história, mas que não possui medalha de ouro olímpica. Ebinuma, três vezes campeão mundial na categoria meio-leve, até chegou aos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e Rio-2016 como grande favorito, mas acabou levando a medalha de bronze em ambos. 

Ídolo francês, octacampeão mundial no peso pesado, além de outros dois títulos na categoria aberta, atual bicampeão olímpico e para muitos o maior nome da história do judô mundial. Esse é Teddy Riner, o gigante francês, lenda viva ainda em ativa e uma das maiores chances de medalha para a França em Tóquio. Porta-bandeira de seu país na abertura da Rio-2016, o francês foi medalhista de bronze em Pequim-2008 e ouro em Londres-2012 e na Rio-2016. Em Tóquio ele tentará seu terceiro ouro, podendo se igualar ao japonês Tadahiro Nomura como o único judoca tricampeão olímpico. Poderia ser o título definitivo para assegurar ao francês o posto de melhor judoca da história.

Também da França vem David Douillet, e da mesma categoria de seu compatriota Teddy Riner. Douillet foi bicampeão olímpico entre os pesados em Atlanta-1996 e Sidney-2000, além de ter sido medalhista de bronze em 1992. Além das medalhas olímpicas, o francês foi também por quatro vezes campeão mundial. Marc Alexandre conquistou duas medalhas olímpicas em duas categorias distintas. O francês foi medalhista de bronze em Los Angeles-1984 na categoria meio-leve e quatro anos depois subiu de categoria, sagrando-se campeão olímpico no peso leve. 

Mais um francês de grande destaque é Angelo Parisi e também na categoria pesado. Nascido na Itália, o francês conquistou a medalha de ouro entre os mais pesados na Olimpíada de Moscou-1980. Um fato curioso marca a participação de Parisi em Moscou. Naquela época ainda era disputada a categoria aberta, que acolhia judocas de todos os pesos e que hoje não faz mais parte do programa olímpico. Nessa disputa, Parisi foi medalhista de prata, saindo da capital soviética com uma medalha de ouro e uma de prata. Quatro anos depois, o francês conquistou a medalha de prata em Los Angeles-1984.

A Coreia do Sul possui diversos campeões olímpicos, tanto no judô masculino quanto no feminino, sendo o segundo país asiático mais laureado da história no esporte, perdendo apenas para os japoneses. Jeon Ki-youg, que foi campeão olímpico na categoria -86 kg em Atlanta-1996 e tricampeão mundial, Ahn Byeong-keun, campeão olímpico na categoria -71 kg em Los Angeles-1984 e mundial em Seul-1985, e Lee Won-hee, campeão mundial em Osaka-2003 e olímpico em Atenas-2004 no peso leve.

Tradicionais escolas do leste europeu também tiveram nomes de grande destaque, com seu judô baseado na força. Da Rússia vieram nomes como o de Tagir Khaybulaev, campeão olímpico de 2012 e mundial de 2011 na categoria até 100 kg, Khasan Khalmurzaev, campeão olímpico na categoria -81 kg no Rio de Janeiro, e Mansur Isaev, campeão olímpico em Londres-2012. 

A Geórgia obteve um grande destaque nas últimas edições olímpicas, com destaque para Lasha Shavdatuashvili, campeão olímpico na categoria -66 kg em Londres e medalhista de bronze em 2016 na categoria -73 kg, Irakli Tsirekidze, campeão olímpico de Pequim-2008 e mundial no Rio de Janeiro em 2007 no peso médio, Varlam Liparteliani, medalhista de prata na Rio-2016 e cinco vezes medalhista em mundiais e Zurab Zviadauri, campeão olímpico na categoria -90 kg. Elnur Mammadli foi campeão olímpico pelo Azerbaijão em Pequim-2008 na categoria até 73 kg. E fechando os países do leste europeu aparece o Uzbequistão de Rishod Sobirov, três vezes medalhista olímpico de bronze e bicampeão mundial.

A Alemanha também possui muita força no judô masculino. Ole Bischof é o maior nome do país, tendo sido campeão olímpico em Pequim-2008 e prata em 2012 na categoria até 81 kg. Bischof era treinado por outra lenda do judô alemão, Frank Wienek, que foi campeão olímpico em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988 na categoria meio-médio.

Waldemar Legień, da Polônia, conquistou duas medalhas de ouro em categorias diferentes. Seu primeiro título veio em Seul-1988 no peso meio-médio e o segundo quatro anos depois em Barcelona, desta vez na categoria acima, o peso médio. Iliadis Iliadis, da Grécia, possui um dos currículos mais extensos do judô mundial, tendo sido campeão olímpico na categoria -81 kg nos Jogos disputados em sua casa, Atenas-2004. Oito anos depois o grego voltou a subir ao pódio com o bronze em Londres-2012 na categoria -90 kg. Iliadis ainda conquistou três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze em mundiais, todas na categoria -90 kg.

Peter Seisenbacher, da Áustria, foi bicampeão olímpico em Los Angeles-1984 e Seul-1988 no peso médio, além de ter sido campeão do mundial também disputado na cidade de Seul em 1985. Mark Huizinga, da Holanda, possui três medalhas olímpicas, incluindo o ouro em Sidney-2000 na categoria até -90 kg. 

Assim como no masculino, os maiores nomes do judô feminino também vêm do Japão. A categoria até 48 kg é representada pela mítica Ryoko Tani, dona de cinco medalhas olímpicas. Campeã olímpica em Sidney-2000 e Atenas-2004, a nipônica foi ainda medalhista de prata nos Jogos de Barcelona-1992 e Atlanta-1996, além de um bronze em Pequim-2008. Dessa forma, a japonesa esteve presente em todos os pódios olímpicos entre a estreia da modalidade em 1992 até a edição de Pequim-2008. A melhor judoca de toda história foi ainda sete vezes campeã de forma consecutiva, entre o mundial de Hamilton-1993 e do Rio de Janeiro-2007.

Ryoko Tani jogos olímpicos judô
Ryoko Tani, principal atleta do judô feminino (Twitter/Athlete365)

Ayumi Tanimoto, da categoria -63 kg, foi bicampeã olímpica nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008, além de ter sido três vezes medalhista mundial. Mase Ueno completa o trio japonês de bicampeãs olímpicas do judô. Ueno foi campeã nas edições de Atenas-2004 e Pequim-2008 na categoria -70 kg. A japonesa ainda foi bicampeã mundial em 2001 e 2003.

O judô cubano tem sua principal força entre as mulheres. Ao longo dos anos 90 e primeira década dos anos 2000, as mulheres, comandadas por Ronaldo Veitia, foram uma verdadeira dor de cabeça para as maiores judocas do mundo e assim acabaram se inserindo também no topo dos rankings e dos pódios olímpicos. Nomes como o de Driulis González, dos pesos leve e meio médio, Estela Rodriguez e Daima Beltrán, do peso pesado, e Sibelis Veranes e Odalis Revé, do peso médio, escreveram os seus nomes na história do judô olímpico.

Mas entre todos esses nomes se destaca o de Idalys Ortiz, a cubana, atual titular do país na categoria pesado, se tornou ao longo dos anos uma das maiores judocas da história em seu peso. Natural da cidade de Pinar del Río, Ortiz também é conhecida por ser uma das judocas mais simpáticas do circuito mundial e por sempre usar em seus cabelos tranças com as cores da bandeira cubana. Campeã olímpica em Londres-2012, prata no Rio em 2016, bronze em Pequim-2008, campeã por mais de 10 vezes do campeonato Pan-Americano e oito vezes medalhista em mundiais, a cubana tentará em Tóquio sua quarta medalha olímpica para encerrar com chave de ouro o seu ciclo na seleção.

Dos Estados Unidos vem Kyla Harrison, bicampeã consecutiva na categoria meio-pesado. Sem grande tradição no judô feminio, os Estados Unidos encontram na garota nascida no estado de Ohio o seu maior expoente. Forte tanto na luta em pé quanto na luta de solo, Kyla não deu muitas chances para as adversárias e sagrou-se campeã dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e Rio-2016. 

Um dos países mais fortes no judô feminino é a China, que ao longo das sete edições disputadas conquistou oito medalhas de ouro. Destaque para Xian Dongmei da categoria até 52 kg, a única bicampeã olímpica do peso, e Tong Wen, campeã olímpica em Pequim-2008, bronze em Londres-2012 e cinco vezes campeã mundial. Da França vieram Lucie Décosse, Cécile Nowak e Cathenine Fleury.

A Argentina, sem muita força no judô, deu ao mundo uma das melhores da história no peso ligeiro. Paula Pareto, apelidada carinhosamente pelos argentinos de Peke pelo seu tamanho, iniciou sua trajetória olímpica com o bronze nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Na Rio-2016, a pequena argentina conquistou a medalha de ouro batendo na semifinal a judoca representante do Japão e na final a sul-coreana Jeong Bo-kyeong. No atual ciclo olímpico, Peke dividiu o seu tempo entre o judô e o final de seu curso superior em medicina. Durante a pandemia de COVID-19 que assolou o mundo, a médica Paula Pareto esteve na linha de frente no combate ao vírus em seu país. Agora em Tóquio, Paula tentará terminar sua carreira, que conta ainda com o título mundial de 2015, no topo do pódio.

Nomes como o de Majlinda Kelmendi, primeira medalhista de ouro da história do esporte de Kosovo, Alina Dumitru, da Romênia, Giulia Quintavalle, da Itália, Tina Trstenjak, da Eslovênia e Cho Min-sun, da Coreia do Sul, também são reconhecidos entre os mais importantes do judô olímpico na história.

Quadro de medalhas do judô nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Japão39192684
França14102549
Coreia do Sul11161643
China831122
Cuba6141636
União Soviética551323
Rússia54716
Itália44715
Brasil431522
Holanda421723
Alemanha331420
Polônia3328
Georgia3238
Espanha3126
Estados Unidos24814
Coreia do Norte2248
Áustria2215
Bélgica21912
Eslovênia2035
Equipe Unificada2024
Alemanha Ocidental1438
Hungria1359
Mongólia1348
Alemanha Oriental1269
Romênia1236
Azerbaijão1214
Suíça1124
Argentina1012
Bielorrússia1012
Grécia1012
Turquia1012
República Tcheca1001
Kosovo1001
Grã-Bretanha081119
Uzbequistão0246
Canadá0235
Cazaquistão0213
Israel0145
Bulgária0123
Ucrânia0123
Argélia0112
Colômbia0112
Egito0112
Eslováquia0101
Estônia0033
Austrália0022
Portugal0022
Iugoslávia0022
Tchecoslováquia0011
Islândia0011
Quirguistão0011
Letônia0011
Tajiquistão0011
Emirados Árabes Unidos0011

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O esporte

Pretendendo criar uma técnica de autodefesa e que ainda aliasse o desenvolvimento do físico, da alma e da mente, o professor japonês Jigoro Kano criou o judô em 1882. Um dos esportes mais praticados no mundo, o judô fundiu em uma mesma arte marcial os princípios do jiu-jitsu, praticados pelos cavaleiros japoneses no período conhecido como Kamakura (1185-1333), e várias artes marciais do ocidente. 

Da lendária Kodokan, primeira escola fundada por Kano, para o reconhecimento como esporte oficial do Japão no final do século XIX e a sua incorporação nos treinamentos da polícia japonesa, o judô cresceu rapidamente. Em Londres no ano de 1918 foi aberto o primeiro clube europeu do esporte, o Budokway. No Brasi,l os primeiros registros da arte marcial datam do final da década de 1910 e início da década de 1920, durante o auge da imigração japonesa. A estreia do judô como esporte olímpico coube justamente à edição de Tóquio em 1964, quando foram disputadas quatro categorias no masculino. Ausente na cidade do México em 1968, o judô retornou aos Jogos em Munique-1972, para nunca mais sair. Em Barcelona-1992 teve início as disputas no feminino.

O judô, caminho suave em tradução do japonês, é disputado em um tatame com medida variável entre 14×14 metros a 16×16 metros, sendo que, entre 8×8 e 10×10 metros, são formados pela área de competição e 3×3 metros pela chamada zona perigosa. O objetivo principal é projetar o adversário de costas, aliando força e velocidade. Quando isso acontece, tem-se o ippon, pontuação máxima do esporte e que põe fim à disputa. 

Uma outra forma de se conseguir o ippon é através da imobilização, estrangulamento ou de uma chave, de braço ou de pescoço, com duração de 30 segundos. Anteriormente fizeram parte do judô outras pontuações como o koka e o yuko, mas ambos foram retirados do sistema de pontuação. Atualmente, além do ippon, apenas o wazari é contabilizado e acontece quando o adversário é projetado ao chão de lado ou de costas, mas sem a força ou velocidade necessária para ser considerado ippon. Quando um judoca aplica dois wazaris em uma luta estes são transformados em ippon, alcançando a pontuação máxima.

Em olimpíadas e Campeonatos Mundiais o judô é disputado no formato de eliminação direta, cada luta tem duração de quatro minutos. Na fase classificatória, os judocas são divididos em duas chaves, sendo oito judocas cabeças-de-chave. Os combates acontecem até restarem dois judocas, um de cada chave, que disputam a medalha de ouro. Aqueles que foram derrotados antes das quartas de final estão automaticamente eliminados e aqueles que perderem nesta fase disputam mais uma luta na repescagem. Os dois vencedores da repescagem, um de cada chave, disputam a medalha de bronze com os derrotados nas semifinais na chave oposta. Sendo assim, além da medalha de ouro e de prata, o judô também distribui duas medalhas de bronze. 

Os atletas disputam o judô trajando o judogi, que pode ser branco ou azul. O judogi é formado por um casaco, chamado Wagi, e por uma calça, chamada Shitabaki. Além disso, os judocas possuem níveis de graduação, que são definidos pela cor da faixa que amarram o casaco e que podem variar de país para país. O nível mais baixo, dos iniciantes, é a faixa branca e a de graduação mais elevada é a faixa preta.

Desde sua estreia em Jogos Olímpicos, o esporte do “caminho suave” sempre foi dominado pelos nipônicos. Já na primeira edição, das quatro categorias disputadas, três foram conquistadas pelos japoneses e uma pela Holanda. Vem também do Japão o primeiro e único judoca a conquistar três títulos olímpicos de forma consecutiva, a lenda Tadahiro Nomura. Ao longo dos anos, outros dois países asiáticos também mostraram sua força no esporte, Coreia do Sul e China. 

Para se ter uma noção da força dos tradicionais países asiáticos nos Jogos Olímpicos, os três somados possuem 58 das 137 medalhas de ouro distribuídas até hoje nos jogos. Os países europeus formam o segundo bloco de forças na modalidade, com ênfase no judô francês, que é a segunda principal escola da modalidade, atrás apenas do Japão. Destaque também para o judô baseado na força do leste do continente europeu, sobretudo o russo. Nas Américas, destaque para o forte judô feminino de Cuba e para o judô brasileiro, que desde a primeira medalha de bronze conquistada por Chiaki Ishii em 1972, conseguiu outras 21 medalhas. 

Você sabia?

O judô foi a primeira arte marcial introduzida nos Jogos Olímpicos.

Que o judô, sendo o esporte oficial do Japão, tem a sua prática obrigatória no currículo escolar das crianças japonesas.

Um dos maiores nomes do MMA feminino, a americana Ronda Housey, começou no judô, tendo inclusive disputado a Olimpíada de Pequim em 2008, quando saiu com a medalha de bronze na categoria até 70 kg.

A disputa por equipes vai estrear em Jogos Olímpicos na Olimpíada de Tóquio 2020, com cada país misturando os dois naipes.