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1500m livre feminino

1500m livre feminino – Natação – Jogos Olímpicos Tóquio 2020 

Recordes dos 1500m livre feminino

Recorde mundial: 15m20s48 – Katie Ledecky (USA) – Indianapolis (USA) – 16/05/2018
Recorde olímpico: Não atribuído ainda
Recorde Brasileiro: 16m14s00 – Viviane Jungblut – Rio de Janeiro (BRA) – 11/06/2021

Chances do Brasil nos 1500m livre feminino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020

Viviane Jungblut Natação 1500m livre feminino - Natação - Jogos Olímpicos Tóquio 2020 
Viviane Jungblut assegurou a vaga na Olimpíada de Tóquio nos 1500m livre na Tomada Especial de tempo realizada em junho (Satiro Sodré/CBDA)

Em Tóquio, o Brasil será representado nos 1.500m livre feminino, prova que estreia no programa olímpico, por Viviane Jungblut e Beatiz Dizotti.

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Bia Dizotti foi quem venceu a prova dos 1.500m livre feminino na Seletiva Olímpica de Natação e se tornou a primeira mulher a conseguir o direito de nadar uma prova individual na natação da Olimpíada de Tóquio 2020. De quebra, bateu o recorde brasileiro ao cravar 16min22s07.

Já Vivi Jungblut confirmou sua classificação na Tomada de Tempo especial organizada pela Confederação Brasileira de Natação (CBDA), em 11 de junho. Ela estava inscrita para competir na Seletiva Olímpica, mas como testou positivo para Covid-19, teve uma nova chance. A nadadora bateu o recorde brasileiro de Bia com 16m14s00 e assegurou sua vaga. Esse foi, inclusive, o 30º melhor tempo do ano.

A expectativa é que as nadadoras inicialmente façam o melhor tempo da vida e cheguem ao menos na final olímpica. No Mundial da Coreia em 2019, por exemplo, a oitava nadadora entrou com um forte tempo de 16min09s37. Se isso se repetir, Vivi estaria bem se fizesse novamente o recorde brasileiro e Bia precisaria melhorar alguns segundos.

Em uma prova com a medalha de ouro e prata praticamente decididas – como veremos a seguir – , restaria para brasileiras um possível bronze. Nos dois mundiais, os ‘números mágicos’ para o terceiro lugar foram 15min53s83 e 15min51s00. As brasileiras teriam que melhorar bastante para alcançar o feito nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Favoritas do 1500m livre feminino nos Jogos de Tóquio-2020

A única chance do ouro nos 1500m livre feminino na Olimpíada de Tóquio-2020 não ser de Katie Ledecky é acontecer exatamente o que aconteceu no Mundial de Gwangju em 2019.

A americana nadou as eliminatórias, mas desistiu da final do torneio por estar passando mal. O ouro foi para a italiana Simona Quadrarella, com sua melhor marca pessoal para 15m40s89. Para efeitos comparativos, Ledecky é recordista mundial com 15min20s48 e já nadou dez vezes abaixo dos 15min40s.

Esta comparação faz parecer que o tempo de Simona não é grande coisa, mas a marca da italiana é a quarta melhor da história, considerando claro a melhor de cada atleta. Mais que isso, Simona é a segunda melhor do mundo atualmente e é uma das favoritas a manter a fortíssima tradição da natação da Itália em provas de fundo.

Katie Ledecky natação
Katie Ledecky é favorita absoluta para vencer os 1500m em Tóquio (Reprodução)

Se Ledecky é a franca favorita e Simona desponta como principal candidata a prata, a lista de postulantes a uma possível medalha de bronze tem inúmeras atletas com marcas próximas.

Sarah Koller, da Alemanha, foi vice mundial com 14m48s83, entrando pro top10 da história da prova. O bronze ficou com a chinesa Wang Jianjiahe com 15m51s00. Entretanto, a atleta asiática fez sua melhor marca pessoal para 15m45s59 em setembro de 2020, recorde do continente.

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A argentina Delfina Pignatiello é a melhor nadadora sul-americana da atualidade, dona do recorde da América do Sul com 15m51s68, que a colocaria em quarto lugar no Mundial. Delfina não participou do Mundial de 2019, preferindo focar nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 onde conquistou três ouros. Nesse ano, no entanto, tem um tempo inferior aos 16min14s00 que Vivi Jungblut fez na Tomada de tempo… Pode haver boa briga pelo recorde continental na Olimpíada.

Também aparecem com boas chances Ashley Twichell e Erica Sullivan dos Estados Unidos, Ajna Kesely da Hungria, Martina Caramignioli da Itália, Mireia Belmonte da Espanha e o trio australiano Maddy Gough, Kiah Melverton e Lani Pallister, todas muito próximas com tempos na casa dos 15min50s.

O Brasil nos 1500m livre feminino

Os 1500 m livre tem uma história especial para a natação brasileira feminina, pois foi nessa prova que o país colocou uma mulher na final de um Mundial pela primeira vez na sua história.

Em Fukuoka-2001, estreia do evento em mundiais, a baiana Nayara Ledoux Ribeiro, então com apenas 17 anos, terminou em oitavo lugar. Para chegar às finais, ela nadou 16m32s18, marca que foi recorde brasileiro até agosto de 2013, quando a medalhista olímpica de maratonas aquáticas Poliana Okimoto baixou o tempo para 16m26s90.

O Brasil só voltou a ter atleta na prova em mundiais de natação no ano de 2019 com a atual recordista nacional Viviane Jungblut, gaúcha de 24 anos, que ficou em 20º lugar.

Histórico dos 1500m livre feminino

Tóquio-2020 marcará a estreia dos 1500 m livre feminino em Jogos Olímpicos, que se tornará a prova de maior distância na natação para mulheres nas competições de piscina.

A inclusão deste evento, assim como dos 800m livre masculino, fará com que pela primeira vez na história da natação olímpica, homens e mulheres tenham um programa de provas idêntico.

Apesar de registrar recordes mundiais desde 1922, quando Helene Madison dos Estados Unidos foi a pioneira nesse quesito com 22m06s57, a prova só foi estrear em campeonatos mundiais na recente edição de Fukuoka-2001 com Hannah Stockbauer, da Alemanha, se tornando a primeira campeã do mundo, repetindo o feito em 2003.

Ao longo da história da prova várias campeãs olímpicas das distancias menores, os 400m livre e os 800 m livre, foram detentoras do recorde mundial. O primeiro grande destaque foi Debbie Meyer dos Estados Unidos, que teve um ano de 1968 perfeito pois além de se tornar campeã olímpica nos 200 m, 400 m e 800 m livre, baixou inúmeras vezes o recorde mundial dos 1500 m. Se tornou a primeira mulher abaixo dos 18 minutos com 17m50s20 e baixou a marca ao longo da temporada chegando a 17m19s90.

Seus recordes duraram três anos, até caírem para outra grande campeã olímpica, a australiana Shane Gould, que quebrou a marca da americana para 17m00s60 em dezembro de 1971. Com esse recorde, Shane se tornou a única atleta da história a ser recordista mundial simultaneamente de todas as provas do estilo livre. Foi campeã olímpica dos 200 m livre, 400 m livre e 200 m medley nos Jogos Olímpicos de Munique-72 e alguns meses depois, em fevereiro de 1973, baixou ainda mais a marca dos 1500 m para 16m56s90, quebrando a barreira dos 17 minutos.

Jo Harshbarger dos Estados Unidos e Jennifer Turrall e Tracey Wickham da Austrália não foram medalhistas olímpicas, mas ostentaram o recorde mundial da prova nos anos seguintes após Shane Gould. O recorde foi se revezando entre algumas atletas até chegar ao poder de Janet Evans, a maior nadadora de provas de longa distância no século XX.

A americana chegou ao recorde mundial de 16m00s73 em julho de 87, diminuindo essa marca para 15m52s10 em março de 1988, se consagrando a primeira mulher abaixo dos 16 minutos na história. O tempo de Janet é até os dias de hoje a décima terceira melhor da história da prova e, assim como seus recordes nos 400 m livre e 800 m livre, essa marca virou o milénio e só foi cair em 2007 para Kate Ziegler com 15m42s54 em julho de 2007.

Ziegler foi bicampeã mundial da prova em 2005 e 2007, ficando com a prata em 2011 atrás da dinamarquesa Lotte Friis. Nesse meio tempo Alessia Felippi, da Itália, foi campeã em 2009. A partir de 2013, com direito ao título e o recorde mundial derrubando a marca de Kate Ziegler, entrou em cena o maior nome da história das provas de fundo no feminino, a americana Kate Ledecky.

Simona Quadrarella natação
A italiana Simona Quadrarella, atual campeã mundial dos 1500m livre, é a grande ameaça para impedir o triunfo de Katie Ledecky nos Jogos Olímpicos (Reprodução)

O primeiro ouro mundial de Ledecky foi com recorde para o tempo de 15m36s53, quase seis segundos abaixo da antiga marca de sua compatriota. Tricampeã mundial da distância e com um domínio tão grande quanto o dos 800m livre, Ledecky já baixou seu recorde mundial para 15m20s48, absurdos 18s20 abaixo da segunda melhor atleta da história, Lotte Friis, com 15m38s88.

Ledecky não foi campeã mundial em 2019 pois não disputou a prova, já que estava doente. Bom para Simona Quadrarella campeã com 15m40s89, mantendo a tradição italiana nas provas longas. Ela chegará a Tóquio como campeã mundial, mas sabe que com Ledecky em plena forma como concorrente a briga será mesmo pela medalha de prata.