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Barras Assimétricas

Barras Assimétricas – Ginástica Artística – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020

Chances do Brasil nas barras assimétricas

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Rebeca Andrade pode surpreender nas barras assimétricas em Tóquio (divulgação/CBG)

A principal chance do Brasil nas barras assimétricas em Tóquio está com Rebeca Andrade. A paulista, que terá 22 anos em Tóquio, ficou a duas posições da final do Mundial de 2018 a apenas 0.067 da última classificada. Medalhista de prata na etapa de Doha da Copa do Mundo de 2018 no aparelho, a ginasta tem nas assimétricas seu aparelho favorito. Ainda que seja difícil bater as favoritas, ela pode conseguir se classificar para a final e acabar com a sina de ser o único aparelho sem finalistas do país.

Em sua prova mais fraca, Flávia Saraiva disputará as barras assimétricas em Tóquio pensando apenas na soma para o individual geral. Em um aparelho em que a última vaga para a final deve girar por volta de 14.5, ela teria que melhorar por volta de um ponto em sua pontuação média, o que torna uma final para ela bastante remota.

Considerado o calcanhar de Aquiles da ginástica feminina brasileira, as barras assimétricas é até hoje o único aparelho em que o país não teve nenhuma finalista mundial ou olímpica. A primeira participação feminina na prova rendeu o 59º lugar para Cláudia Costa em Moscou 1980. 

O resultado mais destacado nas barras assimétricas veio das mãos de Daniele Hypólito na Olimpíada de Atenas-2004. Dani terminou a fase de classificação na 11ª colocação, três posições atrás da última classificada para a final, ficando como suplente. Na última edição olímpica, Rio 2016, Rebeca Andrade conquistou o 15° lugar, o segundo melhor resultado do Brasil no aparelho.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para a Olimpíada

Favoritas das barras assimétricas em Tóquio

belga é a favorita ao ouro nos jogos olímpicos de tóquio nas barras assimétricas
A belga Nina Darwael dominou todo o ciclo e chega a Tóquio como favorita (COI)

A disputa das barras assimétricas é a única em toda a ginástica feminina em que Simone Biles não aparece com favoritismo para conquistar o ouro. Mas isso não significa que a prova não tenha a sua própria favorita absoluta. A belga Nina Darwael dominou todo o ciclo olímpico tendo conquistado o bronze no Mundial de 2017 com um bicampeonato nos Mundiais de 2018 e 2019.

Medalhistas no último mundial, a americana Sunisa Lee e a britânica Rebecca Doownie surgem como prováveis obstáculos para o sonho dourado de Nina. Escolas tradicionais nas barras paralelas, Rússia e China não podem ser descartadas. O leque de ginastas dos dois países que podem medalhar é grande, mas alguns nomes possuem maior peso, como o da russa Vladislva Urazova, campeã mundial juvenil da prova em 2019, e a chinesa Fan Yilin, bicampeã mundial.

Histórico das barras assimétricas em Jogos Olímpicos

Polina Astakhova bicampeã dos jogos olímpicos nas barras assimétricas
Polina Astakhova foi campeã das barras assimétricas em 1960 e 1964

Disputada desde a edição de Helsinque-1952, a prova de barras assimétricas é a de histórico mais equilibrado em toda a ginástica feminina com nove países campões. É também a única prova em que a União Soviética não lidera o quadro de medalhas feminino. A liderança é da Rússia com quatro títulos, seguida da China com três.

A primeira medalha de ouro das barras assimétricas foi para Margit Korondi, da Hungria, prata para Maria Gorokhovskaya, da União Soviética, e bronze para Ágnes Keleti, também da Hungria. A prova contou com forte domínio dos dois países, que alteraram posições entre eles até o 14º lugar. A primeira ginasta de outro país na classificação geral foi Eva Vechtová, da Tchecoslováquia em 15º.

Nos Jogos Olímpicos seguintes, Melbourne 1956, Ágnes Keleti trocou o bronze pelo ouro, conquistando o bicampeonato para a Hungria. Novamente o pódio foi completado por atletas da União Soviética: a lendária Larisa Latynina foi medalha de prata e Sofia Muratova ficou com a medalha de bronze. 

O pódio das barras assimétricas em Roma-1960 foi todo composto pela União Soviética. Naquela edição, a final foi disputada por apenas seis ginastas. Ouro para Polina Astakhova, prata para Larisa Latynina e bronze para Tamara Lyukhina. Polina voltaria a vencer na edição seguinte, Tóquio 1964, se tornando a primeira bicampeã do aparelho e levando também o bicampeonato para a União Soviética. Mais uma vez o pódio foi formado apenas por Hungria, prata com Katalin Makray, e União Soviética.

Somente na Cidade do México, em 1968, é que países diferentes conseguiram subir ao pódio, quebrando a sequência de quatro Olimpíadas dominadas por húngaras e soviéticas. Os responsáveis pelo feito foram a Tchecoslováquia de Vera Caslavska, campeã olímpica, e a Alemanha Oriental de Karin Janz, medalhista de prata. O pódio foi completado por Zinaida Voronina, da União Soviética. Karin Janz subiria mais um degrau quatro anos depois, em Munique-1972, conquistando o ouro para a Alemanha Oriental. Sua compatriota Erika Zuchold ficou com a medalha de prata, empatada com Olga Korbut, da União Soviética.

nadia comaneci campeã dos jogos olímpicos nas barras assimétricas
Nadia Comaneci conseguiu a nota 10 nas barras assimétricas em Montreal-1976
(Getty Images)

As disputas nas barras assimétricas dos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 constituíram alguns dos capítulos mais importantes e memoráveis da história da ginástica artística. Foi durante a apresentação nas qualificatórias das barras assimétricas, na rotina compulsória, que a romena Nádia Comaneci, então com 15 anos, assombrou o mundo com uma apresentação perfeita, arrancando a nota 10. A primeira nota 10 na história da ginástica. O fato voltaria a se repetir por outras seis vezes naquela edição, uma delas na final do aparelho que acabou lhe rendendo a medalha de ouro. Dobradinha romena no pódio com a prata de Teodora Ungureanu.

A primeira medalha da história chinesa nas barras assimétricas só foi conquistada na edição de 1984, em Los Angeles. Sem a participação das soviéticas, que boicotaram os Jogos em solo americano, o caminho para novas estrelas surgirem na ginástica estava aberto. E Ma Yanhong aproveitou a oportunidade, dando à China sua primeira medalha de ouro. Uma medalha que abriria o caminho para o país se tornar no futuro um dos maiores campeões olímpicos na prova. A norte-americana Julianne McNamara também aproveitou da ausência das soviéticas e empatou com a chinesa Yanhong no primeiro lugar, dividindo a medalha de ouro.

Daniela Silivas conquistou a segunda medalha de ouro da Romênia em Olimpíadas nessa prova em Seul-1988. A mesma edição marcou as últimas medalhas da Alemanha Oriental, prata, e da União Soviética, bronze, na prova de barras assimétricas. Em Barcelona-1992 a China conquistava o seu segundo título na prova com Lu Lin, deixando para trás Tatiana Gutsu, da Equipe Unificada, e Shannon Miller, dos Estados Unidos.

khorkhina bicampeã dos jogos olímpicos nas barras assimétricas
Svetlana Khorkina foi bicampeã das barras assimétricas em 1996 e 2000 (Getty Images)

Svetlana Khorkina chegou aos jogos Olímpicos de Atlanta como a grande favorita na prova de barras assimétricas, e não decepcionou. Então bicampeã mundial no aparelho, em 1995 e 1996, Khorkina desbancou grandes nomes como Amy Chow, dos Estados Unidos, e Bi Wenjing, que dividiram a medalha de prata, além da Romena Simona Amanar e a ucraniana Lilia Podkopayeva. Na edição seguinte, Sidney-2000, Svetlana Khorkina repetiu a dose e se tornou bicampeã olímpica no aparelho, repetindo o feito da Soviética Polina Astakhova em 1960 e 1964. A China ocupou os outros dois lugares no pódio.

Em Atenas-2004, novamente Khorkina despontava como grande favorita. Existia uma grande expectativa para aquilo que poderia ser o primeiro tricampeonato olímpico nas barras assimétricas na história, mas uma queda durante a final da prova acabou deixando a ginasta russa em último lugar. Melhor para a ginasta francesa Emillie Lepennec, que ficou com o ouro e botou um novo país no topo do pódio da prova. Os Estados Unidos ficaram com as medalhas de prata e bronze.

mustafina bicampeã olímpica nas barras assimétricas
Mustafina foi campeã das barras assimétricas nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos

Nas edições de Londres-2012 e Rio-2016 foi a vez de outra russa brilhar. Aliya Mustafina conquistou o bicampeonato no aparelho e se tornou a terceira ginasta a alcançar tal feito nas barras assimétricas. Nas mesmas edições a Grã-Bretanha, com o bronze de Beth Tweddle em 2012, e a Alemanha, com o bronze de Sophie Scheder em 2016, conseguiram os primeiros pódios para seus países no aparelho.

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Todas as medalhistas das barras assimétricas nos Jogos Olímpicos

OlimpíadaOuroPrataBronze
Helsinque-1952Margit Korondi (HUN)Maria Gorokhovskaya (URSS)Ágnes Keleti (HUN)
Melbourne-1956Ágnes Keleti (HUN)Larisa Latynina (URSS)Sofia Muratova (URSS)
Roma-1960Polina Astakhova (URSS)Larisa Latynina (URSS)Tamara Lyukhina (URSS)
Tóquio-1964Polina Astakhova (URSS)Katalin Macray (HUN)Larisa Latynina (URSS)
Cidade do México-1968Vera Caslavska (TCH)Karin Janz (GDR)Zinaida Voronina (URSS)
Munique-1972Karin Janz (GDR)Olga Korbut (URSS) e Erika Zuchold (GRD)
Montreal-1976Nadia Comaneci (ROM)Teodora Ungureanu (ROM)Marta Egervari (HUN)
Moscou-1980Maxi Gnauck (GRD)Emilia Eberle (ROM)Maria Filatova (URSS), Steffi Kraker (GDR) e Melita Ruhn (ROM)
Los Angeles-1984Ma Yanhong (CHN) e Julianne Mc Namara (USA)Mary Lou Retton (USA)
Seul-1988Daniela Silivas (ROM)Dagmar Kersten (GDR)Yelena Shushunova (URSS)
Barcelona-1992Lu Li (CHN)Tatiana Gutsu (EUN)Shannon Miller (USA)
Atlanta-1996Svetlana Khorkina (RUS)Amy Chow (USA) e Bi Wenjing (CHN)
Sydney-2000Svetlana Khorkina (RUS)Ling Jie (CHN)Yang Yun (CHN)
Atenas-2004Émillie Lepennec (FRA)Terin Humphrey (USA)Courtney Kupets (USA)
Pequim-2008He Kexin (CHN)Nastia Liukin (USA)Yang Yilin (CHN)
Londres-2012Aliya Mustafina (RUS)He Kexin (CHN)Beth Tweddle (GBR)
Rio-2016Aliya Mustafina (RUS)Madison Kocian (USA)Sophie Scheder (GER)

Quadro de medalhas das barras assimétricas nos Jogos Olímpicos

PosiçãoPaísOuroPrataBronzeTotal
1Rússia4004
2China3328
3União Soviética24612
4Alemanha Oriental2316
5Romênia2215
6Hungria2125
7Estados Unidos1438
8França1001
9Tchecoslováquia1001
10Equipe Unificada0101
11Alemanha0011
12Grã-Bretanha0011