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Polo Aquático

polo aquático Jogos Olímpicos Tóquio 2020 Olimpíada seleção brasileira
Brasil não estará nod Jogos Olímpicos este ano (divulgação/Tóquio 2020)

Polo aquático nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020

EVENTOS

Calendário 2020

Modalidade coletiva presente há mais tempo nos Jogos Olímpicos, o polo aquático terá o torneio em Tóquio realizado durante quase todo o período do evento. Começa no dia 24 de julho, um dia após a Cerimônia e Abertura, e termina em 8 de agosto, último dia, com a final e disputa do bronze no masculino. Na véspera, dia 7, define-se o pódio no feminino. O Brasil não parcipa em nenhum dos dois naipes.

A disputa

Uma brincadeira de hóspedes de um hotel na Grã Bretanha em 1870 deu origem a um dos mais antigos esportes olímpicos, o polo aquático. Inspirado no futebol – chegou a ser conhecido como “futebol aquático” – teve ascensão meteórica e já em 1876 foi disputada a primeira partida oficial. Quatro anos mais tarde, ocorreu o primeiro torneio internacional e em 1900 chegou à Olimpíada, realizada em Paris, para nunca mais sair. A estreia foi exclusiva para os homens e as mulheres só entraram cem anos depois, em Sydney-2000. O primeiro mundial foi em 1973. Inicialmente era um truculento e agressivo, mas aos poucos foi se adaptando e criando regras, regulamentadas em 1911, onde prevalecia a técnica. Atualmente, é gerido pela Federação Internacional de Natação (Fina).

Regras

O jogo é disputado em uma piscina de 30 m de comprimento por 20 m de largura, em quatro tempos de oito minutos. O objetivo é marcar gols em traves com 3 m de largura e 90 cm de altura. Cada time possui sete jogadores de cada lado, sendo seis de linha, que usam toucas azuis ou brancas, e o goleiro, sempre vestindo vermelho. Caso um jogo que necessite de um placar definitivo termine em empate no tempo normal, o vencedor sai em cobrança de tiros de penais, inicialmente com cinco para cada lado e depois, se necessário, cobranças alternadas.

Uma partida de polo aquático começa com todos próximos aos respectivos gols e a bola no centro da piscina. Ao apito do árbitro, os atletas nadam em direção a bola e quem chegar primeiro inicia o primeiro ataque. A condução deve ser feita segurando a bola com apenas uma das mãos ou empurrando com a testa. O único que pode segurar com as duas é o goleiro. Cada ataque deve durar no máximo 30 segundos e se uma equipe estourar esse tempo, perde a posse. É proibido afundar a bola, segurar o adversário e tocar o fundo ou borda da piscina com os pés. Dependendo da infração, o jogador recebe um cartão vermelho e tem de ficar 20 segundos fora da partida. Com três vermelhos, é expulso.

Local de Competições

O polo aquático será disputado no Tokyo Tatsumi International Swimming Center, arena tradicional da natação japonesa. O estádio fica em Koto, um dos distritos de Tóquio, e tem capacidade para 4,7 mil espectadores. Por conta da pandemia, porém, os Jogos da Tóquio-2020 não terão público em disputas realizadas na capital e arredores.

Tatsumi Water Polo Centre
Tatsumi Water Polo Centre, casa do polo aquático nos Jogos de Tóquio (江戸村のとくぞう / wikimedia)
Tatsumi Water Polo Centre
Tatsumi Water Polo Centre (江戸村のとくぞう / wikimedia)
Tatsumi Water Polo Centre
Tatsumi Water Polo Centre, casa do polo aquático nos Jogos de Tóquio (Arne Müseler / wikimedia)
Tatsumi Water Polo Centre
Tatsumi Water Polo Centre (divulgação/Tóquio-2020)

Destaques no masculino

O polo aquático tem sucesso no movimento olímpico muito devido a grandes jogadores e jogadoras. No masculino, o húngaro Dezsö Gyarmati é visto por muitos como o maior de todos os tempos. Participou de cinco edições de Jogos Olímpicos, conquistou medalhas em todas, sendo três de ouro. É o maior medalhista deste esporte. Junto com a seleção, foi prata em Londres-1948, o bicampão em Helsinque-52 e Melbourne-56, bronze em Roma-60 e novamente campeão em Toquio-64. Para completar, voltou como técnico da seleção e levou o mais um título olímpico, em Montreal-76. Três anos antes, já no comando do time nacional, venceu o primeiro mundial.

Outra lenda é o espanhol Manuel Estiarte, homem com mais participações olímpicas como atleta, seis no total, e mais gols marcados ao longo dos Jogos Olímpicos: 127 gols em 45 partidas, média de quase três por jogo. Na estreia, aos 18 anos em Moscou-80, marcou nada menos do que 21. Foi com a seleção espanhola a Los Angeles-84, Seul-88, Barcelona-92, onde conquistaram a medalha de prata, Atlanta-96, onde finalmente o ouro veio. Encerrou a carreira olímpica em Sydney-2000, aos 38 anos de idade. O segundo homem com mais gols em Jogos Olímpicos é Tibor Benedek, da Hungria, tricampeão olímpico em Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008. Ele tem 65 gols. Em uma única partida, o recorde entre os homens permanece há 89 anos com o britânico Olivér Halassy. Fez sete na vitória contra o Japão por 18 a 0 no polo aquático de Los Angeles-32.

Já do outro lado, no gol, destaque para Stefano Tempesti, da Itália, que impediu em cinco edições olímpicas nada menos que 265 gols de rivais. Com seu país, conquistou a prata em Londres-2012 e o bronze no Rio-2016. Em uma única partida, o recorde de gols salvos é de Christopher Duplanty, dos Estados Unidos, com 20 na vitória por 10 a 8 sobre a Croácia em Atlanta-96.

Destaques no feminino

No âmbito feminino, os maiores destaques do polo aquático são dos Estados Unidos. Heather Petri e Brenda Villa são as mulheres com mais medalhas olímpicas, quatro cada uma. Conquistaram juntas a prata em Sydney-2000 e em Pequim-2008, o bronze em Atenas-2004 e o ouro em Londres-2012. Kami Craig, outra do país norte-americano, tem três e deve igualar-se às compatriotas esse ano em Tóquio. Ela esteve com Petri e Villa em Pequim e Londres e ainda conquistou o bicampeonato olímpico nos Jogos do Rio em 2016.

Apesar do sucesso das atletas dos EUA, é da italiana Tania Di Mario o recorde de gols ao longo dos Jogos Olímpicos. São 47 anotados em quatro edições olímpicas, sendo duas com conquistas de medalhas: ouro em Atenas-2004 e prata no Rio-2016. Porém, a marca dela deve ser ultrapassada em Tóquio-2020, pois a Itália não se classificou e Maggie Steffens, segunda colocada com 38, vai integrar o favorito Estados Unidos. Steffens já é a recordista de gols em um único jogo, com sete feitos em Londres-2012 na vitória por 14 a 13 sobre a Hungria. Já debaixo das traves, Yang Jun, da China, é a melhor goleira de todos os tempos com 138 gols salvos em três edições de Jogos Olímpicos. O recorde em uma partida também é dela, 16, na vitória por 10 a 5 sobre o Brasil na Rio-2016.

PaisOuroPrataBronzeTotal
1Hungria (HUN)93315
2Itália (ITA)43310
3Grã Bretanha (GBR)4004
4Estados Unidos (EUA)36514
5Iugoslávia (IUG)3407
6União Soviética (USR)2237
7Croácia (CRO)1203
8Alemanha (ALE)1203
9Espanha (ESP)1203
10França (FRA)1034
11Austrália (AUS)1023
11Holanda (HOL)1023
12Sérvia (SER)1023
13Bélgica (BEL)0426
14Rússia (RUS)0134
15Suécia (SUE)0123
16Sérvia e Montenegro (SCG)0112
17Grécia (GRE)0101
18Comunidade dos Estados Independentes (CEI)0011
19Alemanha Ocidental (RDA)0011