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Daniel Ferreira do Nascimento

Daniel Nascimento – atletismo – maratona masculina -Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Ficha TécnicaMedalhas
Nascimento:. Paraguaçu Paulista (SP)
Idade: 22 anos (28/07/1998)
Clube: ABDA (São Paulo)
Olimpíada: 0
Pan: 0

Daniel Nascimento será um dos três representantes do Brasil na maratona masculina nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Depois de quase desistir do esporte, o atleta de 22 anos conquistou o índice para a Olimpíada em sua primeira prova de maratona da carreira.

Na Olimpíada, Daniel terá a companhia de seu xará Daniel Chaves e também de Paulo Roberto de Almeida Paula.

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Superando obstáculos

Nascido em Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, Daniel Nascimento começou sua trajetória no atletismo em 2013, em sua cidade natal. No ano seguinte, ele já deixava sua casa para ir a Campinas, treinar na Orcampi em busca do sonho de viver do esporte.

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Não demorou muito para Daniel se destacar. Em 2017, ele era a grande promessa das provas de meio-fundo brasileiras, quando bateu o recorde sul-americano sub-20 dos 10.000m. Um ano depois, entretanto, após a disputa da tradicional corrida de São Silvestre, na qual sentiu o tendão de aquiles e abandonou a prova, ele decidiu desistir do esporte.

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Daniel Nascimento voltou, então, para a roça para viver com a família. Um colega de trabalho, no entanto, deu a motivação necessária para que ele voltasse a correr. O recomeço foi perto de casa, na Associação Bauruense de Desportos Aquáticos (ABDA), a 180km de Paraguaçu Paulista. E já em 2019, ele voltou aos holofotes.

Daniel Nascimento é o líder do ranking brasileiro da prova
Daniel Nascimento, um dos três maratonistas brasileiros nos Jogos olímpicos de Tóquio (Wagner Carmo/CBAt)

Rápida ascensão

Na mesma São Silvestre, que quase o tirou do esporte, Daniel Nascimento brilhou. Nove meses depois de começar o trabalho na ABDA, ele foi o melhor brasileiro da prova, terminando em 11º lugar.  Em janeiro, venceu a Copa Brasil de Cross Country. E em fevereiro, foi campeão da Meia Maratona Internacional de São Paulo, com direito a índice atingido para o Mundial da prova, de 21 quilômetros.

Logo depois de assegurar o índice, ele foi convocado para o Mundial de Meia-Maratona na Polônia, consolidando o status de promessa do atletismo brasileiro. Lá, ele ficou apenas em 93º lugar. Posteriormente, também representou o Brasil na Copa Pan-Americana de Cross Country, no Canadá, onde conquistou a oitava colocação.

Mais tarde, em 2020, entretanto, veio a pandemia e as competições foram cancelas. Apostando no potencial de Daniel Nascimento, a ABDA conseguiu o investimento necessário para que ele realizasse um camping no Quênia, o que pode ter feito toda a diferença.

Daniel Nascimento - atletismo - maratona masculina -Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
Daniel Nascimento, um dos três maratonistas brasileiros nos Jogos olímpicos de Tóquio (Divulgação)

Em 2021

Após ficar meses sem competir oficialmente, Daniel Nascimento e seu clube apostaram em uma estratégia ousada: passou por um período de treinamento no Quênia, berço dos maiores campeões de atletismo do mundo, incluindo o melhor maratonista da atualidade: Eliud Kipchoge.

Daniel Nascimento pôde enfim disputar o Campeonato Nacional de Maratona, “El Bicentenario del Perú”, em Lima. Lá, mostrou que os treinos no país especialista em maratona deu certo. Era a sua primeira prova de maratona da carreira e ele venceu a disputa com o tempo de 2h09min06s, baixando em mais de dois minutos o índice exigido para ir para aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Além disso, Daniel Nascimento foi o primeiro brasileiro a baixar de 2h10min desde que Marílson Gomes dos Santos ficou em sexto lugar na maratona de Berlim em setembro de 2013 com a marca de 2h09min24s. E ainda foi a melhor marca obtida por um atleta do país em nove anos, desde o sexto lugar do próprio Marílson na maratona de Londres com o tempo de 2h08min03, em 2012.

Por fim, essa foi também a melhor estreia da história do atletismo sul-americano. A marca anterior também pertencia a um brasileiro: Ronaldo da Costa fez 2h09m07s na Maratona de Berlin, onde posteriormente bateu o recorde mundial (2h6m05s em 1998).