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Salto com vara feminino

Salto com vara feminino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020

Calendário

Recordes do salto com vara feminino

OlímpicoMundialBrasileiro
5,05m / Yelena Isinbayeva (RUS) / Pequim (CHN) – 18/08/2008
5,06m / Yelena Isinbayeva (RUS) / Zurique (SUI) – 28/08/2009
4,87m / Fabiana Murer / São Bernardo do Campo (BRA) – 03/07/2016

Chances do Brasil

O Brasil não tem representantes nessa prova.

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O Brasil nos Jogos

Fabiana Murer disputou a sua primeira Olimpíada em Pequim-2008. Ela vinha em clara ascensão após o ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e o bronze no Mundial indoor de 2008. Sem erros, passou em 4º lugar na qualificação com 4,50 m, mas na final sofreu com o sumiço de uma de suas varas. Ela passou um bom tempo procurando, o que a desconcentrou e acabou queimando as três tentativas em 4,65 m, terminando em 10º lugar na final.

Murer foi para os Jogos de Londres-2012 entre as favoritas. Foi campeã mundial no ano anterior em Daegu, na Coreia do Sul, e chegou para os Jogos com duas vitórias no circuito da Liga Diamante. Mas na qualificação, sofreu com o vento no estádio e não conseguiu passar em 4,55 m, terminando em 14º, fora da final.

A brasileira ainda foi prata no Mundial de 2015 e nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, mas sequer conseguiu passar pelo sarrafo na qualificação, queimando as três tentativas em 4,55 m, para ficar sem marca. Joana Costa também competiu no Rio, mas com apenas 4,15 m, ficou em 29º lugar na qualificação.

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As Favoritas

A russa Anzhelika Sidorova venceu o Mundial em Doha-2019 com 4,95 m, numa espetacular disputa com a americana Sadi Morris. Sidorova tem competido como atleta neutra e sua participação em Tóquio ainda é uma incógnita. Ainda assim, ela tem um excelente currículo, com mais duas pratas em Mundiais indoor em 2014 e 2018, o título europeu em 2014 e o bicampeonato europeu indoor em 2015 e 2019. Com 4,95 m, ela fez a marca de 2019 e é a 3ª melhor atleta da história na prova.

A 2ª melhor da história é a americana Sandi Morris, com 5,00 m como melhor marca pessoal. No começo de sua carreira, ainda como júnior, ela alternava entre o salto com vara e a prova de 100 m com barreiras. Morris apareceu de vez no atletismo internacional no Mundial de 2015 em Pequim, terminando em 4º lugar. No Rio-2016, surpreendeu com a medalha de prata à frente de muitos grandes nomes da prova, incluindo sua compatriota que defendia o título olímpico Jennifer Suhr. Daí em diante, Morris pegou duas pratas nos Mundiais de 2017 e de 2019 e foi campeã mundial indoor em 2018. Ela e a russa Yelena Isinbayeva são as únicas a já passarem de 5,00 m na prova.

Campeã no Rio, a grega Katerina Stefanidi conquistou o Mundial de 2017 em Londres e foi bronze no de Doh-2019, mas já teve sucesso ainda nas categorias de base. Ela foi campeã mundial Sub 18 em 2005 com apenas 15 anos, foi prata também no Sub 19 de 2007 e bronze no Sub 20 em 2008. Até 2019, Stefanidi somava 16 vitórias em etapas da Liga Diamante e faturou o bicampeonato do Europeu em 2016 e 2018.

A venezuelana Robeilys Peinado também foi campeã mundial Sub 18 em 2013 e vice mundial no Sub 20 de 2016. Em 2017, beliscou o bronze no Mundial de Londres e é a segunda melhor sul-americana da história na prova.

A sueca Angelica Bengtsson teve uma grande carreira nas categorias de base, com o título mundial Sub 18 em 2009 e duas vitórias em Mundiais Sub 20 em 2010 e 2012, além do ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010. Mas como sênior não conseguiu repetir os mesmos feitos. Foi 4ª no Mundial de 2015 e 6ª no de 2019 e tem como melhor resultado um bronze no Europeu de 2016.

Outros nomes que podem conseguir boas marcas são o da britânica Holly Bradshaw, 5ª no Rio-2016 e 6ª em Londres-2012 e bronze no Europeu de 2018, a canadense Alysha Newman, bronze no Pan de Lima-2019 e 5ª no Mundial no mesmo ano, e a grega Nikoleta Kiriakopoulou, bronze no Mundial de 2015 e prata no Europeu de 2018.

Duas veteranas não estão em seus auges, mas ainda saltam bem e brigam por medalha. Uma é a americana Jennifer Suhr, campeã olímpica em Londres-2012, prata em Pequim-2008 e prata no Mundial de 2013, e a outra é a cubana Yarisley Silva, prata em Londres-2012, campeã mundial em 2015 e tricampeã dos Jogos Pan-Americanos, incluindo Lima-2019.

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Histórico do salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos

O salto com vara foi uma das últimas provas femininas a entrar no programa olímpico, em Sydney-2000, estreando ao lado do lançamento de martelo e oito anos dos 3.000 m com obstáculos, que só entraram em Pequim-2008.

A primeira disputa da prova em Mundiais foi em Sevilha-1999, vencida pela americana Stacy Dragila com 4,60 m, igualando o recorde mundial. No ano seguinte, Dragila fez uma bela disputa com a australiana Tatiana Grigorieva em Sydney, vencendo também com 4,60 m contra 4,55 m de Grigorieva. O bronze na ocasião foi para a islandesa Vala Flosadottir com 4,50m, até hoje a única medalha olímpica feminina da história da Islândia.

No ciclo seguinte surgiu o nome de Yelena Isinbayeva. A russa bateu seu primeiro recorde mundial em 2003 com 4,82 m e levou um bronze no Mundial no mesmo ano. Em 2004, Isinbayeva bateu mais cinco vezes o recorde mundial Favoritíssima, ela sobrou em Atenas-2004 para vencer com 4,91 m. Numa disputa com sua compatriota Svetlana Feofanova, Isinbayeva sofreu queimando uma em 4,70 m, depois foi forçada a ir para 4,75 m por conta de Feofanova e da polonesa Anna Rogowska que passaram de 1ª na altura anterior. Em 4,75 m, Isinbayeva queimou a primeira novamente, enquanto Feofanova passou de segunda e Rogowska parou. Isinbayeva foi forçada novamente a subir para 4,80m com apenas uma tentativa e ela passou de primeira.

O jogo virou e aí foi Feofanova que queimava a primeira e era empurrada a subir o sarrafo. Em 4,85 m, aconteceu a mesma situação, com Isinbayeva indo de primeira e Feofanova errando. No 4,90 m, Feofanova tentou sua última chance e queimou, dando o ouro para Isinbayeva. Já campeã, ela foi para 4,91 m, passando de primeira para bater o recorde mundial pela 7ª vez.

A russa seguiu dominando a prova vencendo os Mundiais de 2005 e 2007. Em Pequim-2008, Isinbayeva venceu novamente de maneira muito tranquila, precisando de apenas 3 saltos para ser campeã. Na qualificação só entrou em 4,60 m, passando de 1ª. Na final, entrou muito tempo depois com 4,70 m, também conseguindo de primeira. Ela ficou descansando enquanto as outras atletas iam parando. Isinbayeva apareceu de volta em 4,85 m, passando na 1ª tentativa para garantir o ouro depois que a americana Jennifer Stuczynski queimou as três chances em 4,85 m. A russa competiu sozinha na sequência. Bateu o recorde olímpico com 4,95 m e depois bateu mais um recorde mundial com 5,05 m, sua 16ª quebra.

Isinbayeva teve um ciclo seguinte bem mais discreto, ficando sem marca na final do Mundial de 2009 e em 6º no de 2011, que acabou vencido pela brasileira Fabiana Murer. Em 2012, a russa foi campeã mundial indoor no começo do ano, mostrando que estaria de volta ao topo, mas tinha duas grandes concorrentes: a americana Jennifer Suhr e a cubana Yarisley Silva. As três passaram pela quali sem nenhum problema, sem erros. Na final, Silva precisou de duas chances para passar em 4,45 m e Isinbayeva errou um salto em 4,55 m. As três seguiram avançando e foram as únicas a passar em 4,70 m, fechando o pódio. Em 4,75 m, a russa queimou duas, enquanto Suhr e Silva passaram na 2ª tentativa. Em 4,80 m, Isinbayeva tentou sua única chance e não conseguiu, acabando com o bronze. Ninguém passou em 4,80 m e o ouro foi para Jennifer Suhr por conta do erro da cubana lá no começo da prova.

Isinbayeva encerraria a sua carreira no ano seguinte, conquistando o título mundial em casa, em Moscou. No Mundial seguinte, o ouro foi para a cubana Yarisley Silva, seguida da brasileira Fabiana Murer. Mas no Rio-2016, as duas ficaram muito abaixo do esperado. Apenas Silva passou para a final, terminando em 7º lugar empatada com Jenn Suhr com 4,60 m. O ouro em solo carioca ficou com a grega Katerina Stefanidi, que vinha do título europeu no mesmo ano. Stefanidi marcou 4,85 m, mesma marca da americana Sandi Morris, mas a grega teve um erro a menos que a americana na prova e por isso foi campeã. O bronze ficou com a zebra neozelandesa Eliza McCartney, fazendo a prova da sua vida.

As Medalhistas do salto com vara feminino nos Jogos Olímpicos

Olimpíada
Sydney 2000Stacy Dragila
EUA
Tatiana Grigorieva
AUS
Vala Flosadóttir
ISL
Atrenas 2004Yelena Isinbayeva
RUS
Svetlana Feofanova
RUS
Anna Rogowska
POL
Pequim 2008Yelena Isinbayeva
RUS
Jenn Stuczynski
EUA
Svetlana Feofanova
RUS
Londres 2012Jenn Suhr
EUA
Yarisley Silva
CUB
Yelena Isinbayeva
RUS
Rio 2016Ekaterini Stefanidi
GRE
Sandi Morris
EUA
Eliza McCartney
NZL

Quadro de Medalhas

PaísTotal
1Estados Unidos2204
2Rússia2125
3Grécia1001
4Austrália0101
4Cuba0101
6Islândia0011
6Nova Zelândia0011
6Polônia0011

O salto com vara feminino

Salto com vara é um evento do atletismo onde os competidores usam uma vara longa e flexível para alcançar maior altura e passar por cima de uma barra ou sarrafo. Competições com varas já eram conhecidas na Grécia Antiga, entre os cretenses e os celtas. Foi introduzido como modalidade olímpica desde os primeiros Jogos em Atenas 1896 para os homens e desde Sydney 2000 para as mulheres.

É uma modalidade classificada como um das quatro principais provas de salto no atletismo, junto com o salto em altura, salto em distância e o salto triplo. Sua originalidade está no fato de ser um esporte que requer uma significativa quantidade de equipamento especializado para ser praticado, tornando-o mais caro que os demais, mesmo em nível básico. Vários saltadores de sucesso na prova tem uma base na ginástica, caso da russa Yelena Isinbayeva e da brasileira Fabiana Murer, o que reflete os atributos físicos similares necessários para os dois esportes.

A pista de corrida para o salto deve medir no mínimo 45 metros e ao fim dela se encontra o obstáculo, uma barra horizontal de 4,5 m de comprimento, 2,260 kg de peso máximo, sustentada por duas traves laterais que a elevam e apoiam à determinada altura. Exatamente ao fim da pista, ao nível do solo e à frente do obstáculo, existe centrada uma caixa de metal ou madeira, com 1 m de comprimento, 60 cm de largura no início e 15 cm junto ao obstáculo. É nela que o saltador apoia a vara para conseguir a impulsão, realizar o salto e ultrapassar o sarrafo.

O atleta tem três tentativas para saltar a marca, mas pode se recusar saltar determinada altura preferindo esperar por outra maior. Não conseguindo passar a altura depois de três tentativas na mesma altura ou alturas combinadas, é eliminado. Caso empatem na mesma altura final, o desempate é feito pelo número menor de tentativas para superar a altura imediatamente anterior. Caso continue empatado, é analisado o menor número de tentativas em toda a disputa; ainda um empate, a prova então tem um ou mais saltos de desempate até surgir o vencedor