Handebol feminino
Tabela do handebol feminino – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
O torneio de handebol começa logo no dia 25 de julho, um dia após a cerimônia de abertura, com as primeiras partidas do torneio masculino. As mulheres estreiam no dia 26. A final masculina ocorre no dia 8 de Agosto e a feminina no dia 9.
+ LISTA DOS BRASILEIROS CLASSIFICADOS PARA OLIMPÍADA
O torneio de handebol feminino de Tóquio 2020

O handebol feminino é um dos esportes mais equilibrados de todos. Se em 2016 a Noruega chegou com um leve favoritismo, em um degrau acima dos demais adversários e não conseguiu o tricampeonato olímpico, a edição desse ano está ainda mais em aberto.
Até o momento, seis países estão classificados. O Japão (país sede), a França (campeã europeia em 2018), o Brasil (campeão pan-americano em 2019), a Coreia do Sul (classificada no torneio asiático de 2019), Angola (classificada pelo torneio africano em 2019) e a Holanda (campeã mundial em 2019).
Mesmo se os Jogos de Tóquio tivessem somente esses seis países, seria difícil prever as medalhas. Holanda e França seriam favoritas, com o Brasil e a Coreia do Sul brigando por fora. Acontece que ainda ocorrerão três torneios pré-olímpicos mundiais que darão vaga a mais. Seis times. Muito provavelmente todos serão da Europa. Devem ir aos Jogos Olímpicos Espanha, Suécia, Rússia, Sérvia/Hungria, Noruega e Romênia/Montenegro.
A Holanda chega em um momento melhor que as demais. A geração que surpreendeu o mundo no Campeonato Mundial de 2015 com o vice-campeonato está mais madura e jogando o fino da bola. Não à toa, foi amadurecendo e subindo de lugar no pódio. Na Rio-2016, ficou em quarto lugar. Um ano depois, foi bronze em 2017 no Campeonato Mundial. Em 2018, novamente o terceiro lugar no campeonato europeu. Em 2019, finalmente o lugar mais alto do pódio. Ouro no campeonato mundial, com autoridade. Com jogadoras muito habilidosas como Lois Abbingh, Estavana Polman e Tess Wester, e grande elenco de apoio, tem tudo para dar trabalho.
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A França segue com um time muito forte, mas um pouco abaixo do que apresentou no início do ciclo olímpico. A atual vice-campeã olímpica teve grande performance em 2017 e 2018, conquistando o título mundial e europeu. Em 2019, entretanto, a equipe caiu ainda na fase de grupos.Segue, entretanto, com grandes atletas, como as goleiras Catherine Gabriel e Amandine Leynaud e as goleadoras Siramba Dembelé, Allison Pineau e Alexandra Lacrebere.
A Coreia do Sul não é a grande potência que foi nos anos 1980 e 1990, mas segue forte e incomodando as principais potências europeias. No campeonato mundial de 2019, surpreendeu a todos na fase do grupo: venceu três partidas e empatou outras duas, avançando a segunda rodada em primeiro e eliminando a atual campeã França. No Mundial de 2017, as coreanas só perderam nas oitavas-de-final contra a Rússia, campeã no Rio de Janeiro um ano antes. Como o torneio olímpico é mais curto e quatro de seis times se classificam nos dois grupos, a Coreia tem reais chances de se classificar, encaixar um grande jogo nas quartas-de-final e brigar por medalhas em Tóquio.

(Foto: Divulgação/LFH)
O Brasil já não tem a mesma força que tinha entre 2013 e 2016, mas segue com um time forte. A geração que por pouco não bateu a Noruega em Londres-2012 e caiu para a Holanda em casa na Rio-2016, após liderar o grupo na fase classificatória, está envelhecida e não houve muita renovação. No ciclo olímpico, O Brasil foi mal nos dois campeonatos mundiais, ficando na 17ª colocação em 2017 e em 2019. Jogadoras novas como Larissa, Tamires e Bruna de Paula têm talento e serão importantes para o elenco, mas o jogo seguirá concentrado em Duda Amorim, Ana Paula Belo e Babi Arenhart. Assim como a Coreia, o Brasil deve se classificar as quartas-de-final. Se encaixar um bom jogo, pode brigar por medalhas.
Japão e Angola estão em um degrau abaixo dos demais, mas podem dar trabalho e tirar pontos dos favoritos na fase de grupos. Angola já fez isso na Rio-2016. À época, todos achavam que Angola seria o saco de pancadas do grupo. A equipe africana, entretanto, bateu as tradicionais Romênia e Montenegro, se classificando para as quartas de final na colocação. No Mundial de 2019, realizado no Japão, os donos da casa caíram em um grupo mais fácil e passaram da fase de grupos. Acabaram caindo na segunda fase, mas venceram a tradicional Romênia.
Os grupos em Tóquio
No último dia 1º de abril, foram sorteados os grupos do handebol na Olimpíada de Tóquio-2020. No feminino, o Brasil, que se classificou com a conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, caiu no Grupo B junto com Rússia, atual campeã olímpica, França, campeã mundial em 2017 e europeia em 2018, Espanha, vice-campeã mundial em 2019, Suécia, quarta colocada no Mundial de 2017, e a Hungria. No Grupo A estão a Holanda, atual campeã mundial, e a Noruega, que já venceu três vezes o Mundial, além de Angola, Coreia do Sul, Montenegro e Japão.
Forma de disputa do handebol feminino nos Jogos Olímpicos
Doze países, divididos em duas chaves de seis times, disputarão a medalha de ouro. Os quatro primeiros de cada grupo se classificam e enfrentam adversários do outro grupo nas quartas-de-final (sendo o primeiro colocado de um grupo contra o quarto colocado do outro e o segundo colocado de um contra o terceiro colocado de outro). A partir daí, saem os semifinalistas e finalistas.
Handebol feminino do Brasil em Jogos Olímpicos

O Brasil chega a sua sexta participação em Jogos Olímpicos no handebol feminino. A estreia ocorreu 20 anos atrás, em Sydney. Desde então, o país evoluiu progressivamente. Na Austrália, o Brasil só conseguiu ganhar da Austrália, se classificando em quarto e perdendo nas quartas de final para a forte Coreia do Sul. O Brasil não conseguia fazer frente às potências europeias e às sul-coreanas e perdia sempre por larga diferença de gols. Lucila e Zezé eram as grandes estrelas do Brasil à época. As jogadoras ficaram na oitava colocação.
Quatro anos mais tarde, o Brasil mostrou evolução. Com as experientes Aline e Chicória aliadas a novas jogadoras como Alexandra, o time passou a fazer jogos mais equilibrados com as principais potências. Contra a Ucrânia, líder do grupo, perdeu apenas por um gol. Se classificou em quarto e foi eliminado outra vez pela Coreia do Sul. Mas dessa vez perdendo por 24 a 22, bem diferente dos 35 a 24 de Sydney. As jogadoras ficaram na sétima colocação.
Em Pequim 2008, Duda Amorim e Ana Paula eram as grandes novidades. O já experiente time do Brasil fez duros jogos, mas em um dificílimo grupo, agora com 6 integrantes ao invés de cinco, não conseguiu avançar. Foi a pior posição desde a estreia: nono lugar.
Em Londres, o Brasil chocou a todos. Venceu quatro dos cinco jogos que teve e se classificou em primeiro do grupo. Há quem diga que a atual campeã Noruega perdeu o último jogo propositalmente para enfrentar o Brasil. Ana Paula, Duda, Alexandra e cia viraram o primeiro tempo vencendo por 13 a 9. A Noruega mostrou porque era a maior potência do esporte à época e venceu o segundo tempo por 12 a 6, eliminando o Brasil. O quinto lugar obtido foi a melhor colocação até então.
No Rio, o Brasil já vinha mais prestigiado após o título mundial de 2013, conquistado na Sérvia. O time novamente se classificou em primeiro do grupo, mas deu. O azar de enfrentar uma equipe holandesa em ascensão (é atualmente a campeã mundial) e de não conseguir encaixar o jogo, sendo novamente eliminado nas quartas. O quinto lugar dentre os 12 participantes foi o melhor até hoje.
História do handebol feminino em Jogos Olímpicos
O torneio feminino de handebol completa chega a sua décima primeira edição em Tóquio. Ao longo de todas as edições, vemos que o número 3 é um número “cabalístico” na modalidade. Sempre vemos “tris” ou “quase-tris” acontecendo. Isso porque a partir de Seul 1988, virou moda no handebol feminino alcançar 3 finais olímpicas consecutivas.
A Coreia do Sul foi a primeira a atingir o feito, vencendo em casa em 1988 e também em Barcelona 1992. O tri campeonato foi perdido em 1996 para a Dinamarca, que viria a conquistar a marca nas duas edições seguintes dos jogos, se tornando a primeira tricampeã olímpica do handebol feminino, ao vencer os Jogos de 2000 e 2004. A partir de 2008, outro país nórdico começou a dominar o handebol feminino: a Noruega, campeã em Pequim e também em Londres 2012. As norueguesas chegaram ao Rio em busca de se tornar o terceiro país a atingir três finais olímpicas consecutivas e o segundo a conquistar o tri. Caíram, entretanto, nas semifinais, na prorrogação diante da Rússia, que viria a ser campeã.
Coreia do Sul e Noruega são os países que tem mais medalhas com seis no total.
Medalhistas do handebol feminino por edição dos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Montreal 1976 | União Soviética | Alemanha Oriental | Hungria |
Moscou 1980 | União Soviética | Iugoslávia | Alemanha Oriental |
Los Angeles 1984 | Iugoslávia | Coreia do Sul | China |
Seul 1988 | Coreia do Sul | Noruega | União Soviética |
Barcelona 1992 | Coreia do Sul | Noruega | Equipe Unificada |
Atlanta 1996 | Dinamarca | Coreia do Sul | Hungria |
Sydney 2000 | Dinamarca | Hungria | Noruega |
Atenas 2004 | Dinamarca | Coreia do Sul | Ucrânia |
Pequim 2008 | Noruega | Rússia | Coreia do Sul |
Londres 2012 | Noruega | Montenegro | Espanha |
Rio 2016 | Rússia | França | Noruega |
Quadro de Medalhas geral do handebol feminino em Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Dinamarca | 3 | 0 | 0 | 3 |
Coreia do Sul | 2 | 3 | 1 | 6 |
Noruega | 2 | 2 | 2 | 6 |
União Soviética | 2 | 0 | 1 | 3 |
Rússia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Iugoslávia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Hungria | 0 | 1 | 2 | 3 |
Alemanha Oriental | 0 | 1 | 1 | 2 |
França | 0 | 1 | 0 | 1 |
Montenegro | 0 | 1 | 0 | 1 |
China | 0 | 0 | 1 | 1 |
Espanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |
