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3000m com obstáculos feminino

Calendário

Recordes

OlímpicoMundialBrasileiro
8:58.81 / Gulnara Galkina-Samitova (RUS) / Pequim (CHN) – 17/08/2008
8:44.32 / Beatrice Chepkoech (KEN) / Fontvieille (MON) – 20/07/2018
48.04 / Juliana dos Santos / Nice (FRA) – 12/06/1995

Chances do Brasil

O índice olímpico de 9:30.00 é forte para as brasileiras e quase 9 s mais rápido que o recorde nacional. Entretanto, Tatiane Raquel da Silva e Simone Ferraz conseguiram se classificar para Tóquio por conta do ranking mundial da prova.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos

As Favoritas

A queniana Beatrice Chepkoech é o principal nome da prova na atualidade. Ela foi campeã mundial em Doha-2019 com 8:57.84, o 6º melhor tempo da história e recorde do campeonato mundial. A queniana teve um ano de 2019 praticamente perfeito, vencendo oito das nove provas que disputou. Na etapa americana da Liga Diamante, Chepkoech marcou 8:55.58, melhor tempo daquele ano.

Em 2018, a queniana voou na etapa de Mônaco da Liga com 8:44.32, destruindo o recorde mundial em mais de oito segundos. Chepkoech tem cinco dos 10 melhores tempos da história na prova. Foram apenas 13 tempos abaixo da marca de 9 min na história e Chepkoech fez seis deles.

Outras quenianas também virão fortes, como Hyvin Jepkemoi, prata no Rio-2016, campeã mundial em 2015 e melhor tempo de 2020 com 9:06.14, e Norah Jeruto, campeã africana em 2016.

Talvez a principal adversária das quenianas seja a americana Emma Coburn. Bronze no Rio-2016, ela foi campeã mundial em 2017 e prata em 2019 e é octacampeã americana na prova. Ela é a 8ª melhor atleta da história na prova com 9:02.35.

A alemã Gesa Felicitas Krause é outra que tem atrapalhado o domínio africano. Bronze nos Mundiais de 2015 e de 2019, Krause foi bicampeã europeia da prova em 2016 e 2018 e é a 9ª da história.

A barenita Winfred Mutile Yavi foi 4ª no Mundial de 2019, campeã asiática no mesmo ano, ouro nos Jogos Asiáticos de 2018 e foi a 6ª melhor atleta de 2019.

Brigam por boas colocações Peruth Chemutai, de Uganda e prata no Mundial Sub 20 de 2018, a etíope Mekides Abebe, ouro nos Jogos Africanos de 2019 e que terá apenas 20 anos em Tóquio, a canadense Genevieve Lalonde, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, a albanesa Luiza Gega, prata no Europeu de 2016 e 4ª no de 2018, e a dinamarquesa Anna Emilie Moeller, bicampeã europeia Sub 23.

O Brasil nos Jogos

Campeã ibero-americana em 2006 e bronze nos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, Zenaide Vieira competiu em Pequim-2008 na estreia da prova nos Jogos, mas acabou não completando a prova na sua bateria eliminatória.

Juliana Paula dos Santos havia sido ouro nos 5.000 m nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, mas conseguiu o índice desta prova pro Rio-2016. Na primeira bateria das eliminatórias, a brasileira marcou 9:45.95, ficando em 15º lugar e longe da vaga na final.

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Histórico

Última modalidade feminina a entrar no programa olímpico, a prova com obstáculos feminina só fez sua estreia nos Jogos em Pequim-2008, 88 anos depois da estreia masculina. Prova relativamente nova, teve seu primeiro recorde reconhecido oficialmente em 1999, fez sua estreia em Mundiais em 2005 e no Europeu em 2006.

A russa Gulnara Samitova-Galkina foi a primeira campeã olímpica da prova, vencendo na China com 8:58.81, se tornando a primeira mulher a baixar da marca de 9 min. Com esse resultado, a russa teve então seis dos 10 melhores tempos da prova.

Galkina foi 4ª no Mundial de Berlim no ano seguinte, vencido pela espanhola Marta Dominguez, que perdeu a medalha na sequência por doping. O doping seguiu fazendo sua marca nesta prova nos anos seguintes. No Mundial de 2011, a russa Yuliya Zaripova venceu na pista, mas acabou perdendo a medalha de ouro, que foi para a tunisiana Habiba Ghribi.

O mesmo ocorreu em Londres-2012. Zaripova venceu com 9:06.72 contra 9:08.37 de Ghribi. Em 2016, a russa foi pega no antidoping e teve sua medalha retirada, enquanto a tunisiana herdava novamente o ouro.

O Quênia venceu pela primeira vez esta prova em um Mundial em 2013, com Milcah Chemos Cheywa, campeã em Moscou. Dois anos depois, no Mundial em Pequim, a segunda vitória queniana foi com Hyvin Jepkemoi, que chegou no Rio-2016 como uma das favoritas, ao lado da jovem barenita Ruth Jebet, que havia vencido o Mundial Sub 20 em 2014.

Na final olímpica no Rio, Jebet forçou após duas voltas de prova e foi abrindo vantagem contra Jepkemoi, sua compatriota Beatrice Chepkoech e a americana Emma Coburn. Jebet foi implacável e venceu com folga com recorde asiático de 8:59.75. Coburn e Jepkemoi batalharam na última meia volta, mas a queniana foi melhor no sprint final para ficar com a prata.

As Medalhistas

Olimpíada
Pequim 2008Gulnara Galkina
RUS
Eunice Jepkorir
KEN
Tatyana Petrova
RUS
Londres 2012Habiba Ghribi
TUN
Sofia Assefa
ETH
Milcah Chemos Cheywa
KEN
Rio 2016Ruth Jebet
BRN
Hyvin Kiyeng
KEN
Emma Coburn
EUA

Quadro de Medalhas

PaísTotal
1Rússia1012
2Bahrain1001
2Tunísia1001
4Quênia0213
5Etiópia0101
6Estados Unidos0011

A Prova

3000 metros com obstáculos é uma prova olímpica de meio-fundo disputada em uma pista de atletismo entre barreiras e fossos de água e deriva seu nome original, steeplechase, da antiga e tradicional corrida de cavalos disputada entre obstáculos em campo aberto.

A prova é originária das Ilhas Britânicas, onde corredores corriam de uma cidade para a outra se orientando pelos campanários de suas igrejas, usados como marcos por serem visualizados à grande distância. Durante o percurso, eles tinham inevitavelmente que pular sobre córregos e pequenos obstáculos e muros de pedra separando as propriedades no caminho.

A largada é dada com os atletas lado a lado ou em bloco ocupando toda a largura da pista, sem marcação de raia. O número de voltas na pista padrão de 400 metros depende da posição do fosso d’água obrigatório – fora ou dentro da segunda curva da pista – mas os atletas precisam saltar um número total de 28 barreiras e sete fossos d’água durante a duração da corrida.

As barreiras da prova masculina tem altura de 91,4 cm e as da feminina de 76,2 cm, com uma largura mínima de 3,94 m; o fosso d’água de superfície inclinada tem 3,66 m de comprimento com uma profundidade de 70 cm em sua parte mais funda, exatamente em baixo da barreira até chegar ao mesmo nível da pista ao final do comprimento, o que significa que quanto mais longe o atleta que a ultrapassa conseguir saltar, menos água e pressão contrária pela frente terá nos pés e tornozelos, o que dá vantagem aos melhores saltadores entre os corredores. Diferente das provas de velocidade com barreiras, que caem a qualquer toque, os obstáculos do steeplechase são mais sólidos e pesados e os atletas muitas vezes os usam para pegar impulso da passada na corrida ao invés de apenas saltá-los, especialmente o obstáculo do fosso.