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Tóquio 2020

Os Jogos delas: os destaques femininos do Brasil para Tóquio

Na provável delegação brasileira mais igualitária da história, conheça os principais destaques do país para os Jogos Olímpicos de 2020

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Os Jogos de Tóquio marcarão a edição olímpica mais igualitária da história. Pela primeira vez, o número de mulheres será quase o mesmo que o homens, com estimativa de 48,8% de participação feminina, um recorde. E se o processo é mundial, não seria diferente no Brasil. Nas 22 edições de Jogos Olímpicos que o país participou, em todas elas, ele foi representado por mais homens do que mulheres. Algo que pode mudar em 2020.

Um dos principais motivos são os esportes coletivos. As seleções femininas de rúgbi, handebol, vôlei e futebol estão garantidas, enquanto que no masculino, o time de rúgbi não vai a Tóquio e o de handebol disputa o Pré-Olímpico. 

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No basquete, a equipe feminina não conseguiu a classificação e a masculina ainda disputa o Pré-Olímpico, em junho. No atletismo e na natação, porém, a tendência é de mais vagas para eles do que para elas. Por isso, no fim das contas, é preciso esperar para ver se, enfim, o número de mulheres será maior que o de homens. Fato é que a diferença entre os gêneros nunca foi tão pequena.

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Destaques do Brasil

E quem são as apostas e destaques do Brasil? O Olimpíada Todo Dia listou alguns dos principais nomes do país para ficar de olho e torcer em 2020. Confira abaixo!

Boxe – Bia Ferreira

Foto: Rodolfo Vilela/Ministério da Cidadania

Aos 27 anos, a baiana Beatriz Ferreira vai com tudo para Tóquio. No ano passado, ela conquistou dois títulos de peso. Foi campeã Mundial, quebrando um jejum que já durava nove anos, desde que Roseli Feitosa foi ouro em Barbados, e ainda subiu ao lugar mais alto do pódio nos Jogos de Lima, sendo a primeira boxeadora mulher do Brasil a garantir um ouro em uma edição de Jogos Pan-Americanos. Além disso, Bia alcançou uma marca impressionante: desde o começo de 2017, a boxeadora conquistou medalha 24 vezes em 25 competições disputadas. Com tudo isso, foi eleita a melhor atleta olímpica feminina do Brasil em 2019

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Canoagem Slalom – Ana Sátila

(Foto: Divulgação)

Prestes a completar 24 anos, Ana Sátila vai disputar sua terceira edição de Jogos Olímpicos e vem embalada pelos dois ouros conquistados no Pan-Americano do ano passado. Em Lima, ela confirmou o favoritismo e foi campeã das categorias C1 e K1 Extremo, somando quatro medalhas em Pans no total (ouro e prata em Toronto 2015). A mineira carrega consigo ainda o título de atleta mais jovem da delegação brasileira em Londres 2012, quando tinha apenas 16 anos. Na ocasião, terminou em 16º lugar no K1 feminino, uma posição acima da conquistada na Rio 2016.

Além disso, ela fez história em dois anos seguidos: em 2017, faturou a primeira medalha brasileira em Mundiais de canoagem slalom, com o bronze em Pau, na França, e em 2018 conquistou o ouro inédito também em Mundiais, na edição do Rio de Janeiro. 

Esgrima – Nathalie Moellhausen

(Foto: Divulgação)

Nathalie Moellhausen é a grande esperança de medalha brasileira na esgrima em Tóquio. Em 2019, ela fez história ao conquistar a inédita medalha de ouro para o Brasil em Mundiais da modalidade. Meses depois, foi bronze no Campeonato Pan-Americano de esgrima, mesmo resultado obtido nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, no individual e por equipes. A esgrimista naturalizada brasileira tem ainda, junto com Guilherme Toldo, o melhor desempenho da história da modalidade do país em Olimpíadas: as quartas de final na Rio 2016. 

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Futebol – Seleção

Foto: Fernanda Coimbra/CBF

A Seleção Brasileira de futebol feminino segue em busca da tão sonhada medalha de ouro olímpica. E talvez nunca tenha estado tão perto de enfim realizar o sonho. Depois de ficar de fora do Pan de Lima no ano passado, a equipe fechou o ano com um saldo positivo: chegou às oitavas de final da Copa do Mundo da modalidade, sendo eliminada após um jogo duríssimo diante da anfitriã França, e mudou de comando técnico, tendo hoje em seu banco de reservas a sueca Pia Sundhage. Ela é a grande esperança de mudança para a equipe. Até hoje, o futebol feminino brasileiro soma três ouros em Pan-Americanos (2003, 2007 e 2015) e duas pratas em Olimpíadas (2004 e 2008), além de um vice-campeonato na Copa do Mundo de 2007.

Ginástica Artística – Flávia Saraiva e Rebeca Andrade

Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

A seleção brasileira de ginástica artística não conseguiu vaga na disputa por equipes em Tóquio 2020 e a esperança de medalha está nas duas maiores expoentes da modalidade do país: Flávia Saraiva e Rebeca Andrade. No Mundial do ano passado, Flavinha terminou a fase classificatória na 10ª colocação e garantiu a vaga no individual geral das Olimpíadas. Na final, ela ficou em sétimo, conquistando o melhor resultado do Brasil em 12 anos, desde um terceiro lugar de Jade Barbosa. No mesmo Mundial, ela ainda ficou na quarta colocação na final do solo e na sexta na trave. No Pan de Lima, Flavinha conquistou três bronzes (por equipe, no individual geral e no solo), mesmos resultados de Toronto 2015, com exceção do solo. 

Rebeca, por sua vez, é a ginasta brasileira mais completa da atualidade. No entanto, ela sofreu com lesões no ano passado e não pôde disputar o Pan e o Mundial. Por isso, ainda vai brigar por uma vaga em Tóquio, no Campeonato Pan-Americano de ginástica artística em maio. Se conseguir repetir o desempenho que vinha tendo antes da cirurgia no ligamento cruzado do joelho direito, tem chance de conquistar a vaga.

Handebol – Seleção

Foto: Divulgação/CBHB

Campeã mundial em 2013, a seleção brasileira de handebol feminino passou por um processo de renovação depois dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. No Pan-Americano de Lima no ano passado, a equipe conquistou nada menos que o hexacampeonato, garantindo a vaga direta para Tóquio. No entanto, a trajetória da seleção vem sendo marcada por oscilações. No Mundial de 2017, não passou da primeira fase e no de 2019, ficou em 17º lugar. Em Olimpíadas, o melhor resultado do time é um quinto lugar, conquistado justamente no Rio.

Judô – Mayra Aguiar

Foto: Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br

O judô brasileiro tem sido figurinha carimbada nos últimos pódios olímpicos. Em 2020, porém, a equipe chega com a menor expectativa por medalhas dos últimos tempos e a maior esperança é Mayra Aguiar. A judoca é a atual terceira colocada do ranking mundial na categoria até 78kg e estreou em 2020 logo com uma prata no Grand Slam de Dusseldorf. Em Tóquio, vai disputar sua terceira Olimpíada, tendo conquistado dois bronzes até aqui (2012 e 2016). Em 2019, Mayra foi ouro no Pan de Lima pela primeira vez e conquistou sua sexta medalha em Mundiais com o bronze na edição da capital japonesa. 

Maratona Aquática – Ana Marcela Cunha

(Foto: Reprodução/Instagram)

Falar em maratona aquática é falar em Ana Marcela Cunha. Não só no Brasil, como no mundo. Este ano, pela sexta vez em dez, a baiana foi eleita a melhor atleta de maratonas aquáticas do planeta. Isso porque ela fez história no ano passado ao conquistar a medalha de ouro na prova de 5 km do Mundial de Esportes Aquáticos em Gwangju, Coreia do Sul. Foi a 11ª medalha mundiais, feito que nenhum outro atleta jamais alcançou. Dois dias depois, Ana Marcela também levou o ouro nos 25 km conquistando assim o quinto título mundial e a 12ª medalha. No entanto, apesar de estar na elite mundial desde 2006, ainda não conseguiu a tão sonhada medalha em Jogos Olímpicos, fato que pode e deve mudar em menos de cinco meses, em Tóquio.

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Skate – Pamela Rosa, Letícia Bufoni e Rayssa Leal 

Pela primeira vez na história, o skate estará presente em uma edição de Jogos Olímpicos. A prática profissional da modalidade vem crescendo a cada ano e hoje parte do topo do esporte é dominado pelas brasileiras. No Street, Pamela Rosa é a atual campeã mundial e a líder do ranking, seguida pela compatriota Letícia Bufoni, tetracampeã mundial. E como se não bastasse, Rayssa Leal, com apenas 12 anos, é a número nove do ranking e vice-campeã mundial. Tudo isso leva a crer que a estreia do skate nas Olimpíadas terá duas cores no lugar mais alto do pódio: o verde e o amarelo.

Taekwondo – Milena Titoneli e Talisca Reis

O taekwondo brasileiro vive talvez o seu melhor momento. A modalidade conseguiu em Lima, no ano passado, a melhor campanha da história do país em uma edição de Jogos Pan-Americanos. No feminino, inclusive, o pódio foi 100% verde e amarelo: Milena Titoneli foi ouro, se tornando a primeira mulher do país a ganhar uma medalha de ouro na competição, Talisca Reis faturou a prata, e Raiany Fidélis, o bronze.

Para Tóquio, o Brasil ainda não está classificado, mas Milena e Talisca participam no Pré-Olímpico nos dias 11 e 12 de março, na Costa Rica, com boas chances de conseguir a vaga. Milena é a atual 11ª colocada no ranking na categoria até 67kg e chega embalada para a disputa com três medalhas já conquistadas em 2020, uma de cada cor. Talisca, por sua vez, ocupa o 12º posto na categoria até 49kg. 

+SAIBA MAIS SOBRE MILENA TITONELI

Tênis de mesa – Bruna Takahashi

Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Bruna Takahashi é uma das principais promessas não só do tênis de mesa, mas do esporte brasileiro. Aos 19 anos, a paulista vai disputar sua segunda edição de Jogos Olímpicos, depois de ser a atleta mais nova de toda a delegação brasileira na Rio 2016, com 16 anos. Hoje, Takahashi é a número 46 do mundo, sendo a primeira vez na história que o Brasil tem uma atleta entre as top 50 do ranking. E no ano passado, ela fez jus ao status de promessa, conquistando três medalhas no Pan de Lima (prata nas duplas mistas e bronze no individual e nas duplas femininas) e foi finalista do Campeonato Pan-Americano em Assunção.

Vale lembrar também que, de 2012 a 2015, Bruna conquistou o tetracampeonato sul-americano e o Desafio Mundial de Cadetes de 2015, que a transformou na primeira brasileira campeã mundial no tênis de mesa individual.

+SAIBA MAIS SOBRE A HISTÓRIA DE BRUNA TAKAHASHI

Vela: Martine Grael e Kahena Kunze

Foto: Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br

Atuais campeãs olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze vão a Tóquio defender o título. No ano passado, a dupla conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e ainda fez história no Peru ao serem as primeiras mulheres a ocuparem a posição de porta-bandeira na competição continental. Além do título no Pan, Grael e Kunze faturaram a prata no Mundial de Vela da classe 49er FX, no final de 2019. Juntas, têm também uma prata em Toronto 2015 e um ouro no Mundial de 2014.

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Vôlei – Seleção

Foto: Divulgação/FIVB

Depois de um decepcionante quinto lugar em casa nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a seleção brasileira de vôlei vai a Tóquio em busca da terceira medalha de ouro. As duas primeiras foram conquistadas em Pequim 2008 e Londres 2012, que se somam a dois bronzes, em Atlanta 1996 e Sydney 2000. A equipe comandada por José Roberto Guimarães chega para a disputa da maior competição do mundo após um ano repleto de torneios. Na temporada passada, a Seleção venceu o Pré-Olímpico, que era o maior objetivo do ano, e o Sul-Americano; ficou em segundo na Liga das Nações e terminou a Copa do Mundo e os Jogos Pan-Americanos de Lima na quarta posição.

Vôlei de praia – Ágatha/Duda e Ana Patrícia/Rebecca

Desde a estreia do vôlei de praia no programa olímpico em Atlanta 1996, o Brasil só não teve representantes femininas no pódio em uma oportunidade, Pequim 2008. No entanto, desde Jaqueline Silva e Sandra Pires, justamente em 1996, as brasileiras não voltaram a conquistar a medalha ouro olímpica. Em Tóquio, Ágatha/Duda e Ana Patrícia/Rebecca serão as representantes do Brasil com a missão de recolocar o país no lugar mais alto do pódio.

Hoje são as terceiras e quartas colocadas do ranking mundial, respectivamente. Ana Patrícia e Rebecca farão a primeira participação na principal competição do mundo, assim como a jovem Duda. Apenas Ágatha já participou de uma edição de Jogos Olímpicos e vai a Tóquio com o título de vice-campeã olímpica, tendo ficado com a prata na Rio 2016 ao lado de Bárbara Seixas.

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