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Pan 2019

Grael e Kunze: 12 curiosidades da dupla porta-bandeira

A escolha de Martine Grael e Kahena Kunze como porta-bandeira do Brasil foi histórica. Com tantos detalhes sobre o fato, o OTD fez questão de listar 12 curiosidades para você ficar por dentro

Wander Roberto/COB

Dia histórico pra Martine Grael e Kahena Kunze, que poderia vir ao som de Beyoncé. Who run the world? (Quem manda no mundo?) Girls! (As garotas!). Tudo isso porque, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou, na última quinta-feira (25), a dupla porta-bandeira da seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019. As medalhistas olímpicas, com isso, quebram ‘alguns tabus’ e são as responsáveis por liderar a equipe do Time Brasil na Cerimônia de Abertura, às 20h, nesta sexta (26), no Estádio Nacional. Com tantos detalhes sobre o fato, o OTD fez questão de listar 12 curiosidades para você ficar por dentro:

1. Primeiras mulheres no Pan

Não, você não leu errado. Essa é a primeira vez que uma (no caso duas) mulher(es) estarão nessa importante função. A lista de porta-bandeiras é grande: Thiago Pereira (Toronto 2015), Hugo Hoyama (Guadalajara 2011), Vanderlei Cordeiro de Lima (Rio 2007), Maurício Lima (Santo Domingo 2003), Robert Scheidt (WinningPeg, 1999), Torbern Grael (Mar del Plata 1995), Robson Caetano (Havana 1991), Ronaldo de Carvalho (Indianápolis 1987), Ricardo Prado (Caracas 1983), Arthur Telles Ribeiro (San Juan 1979), Antônio Carlos Moreno (Cidade do México 1975), Nelson Prudêncio (Cáli 1971), Rodney Stuart Bell (Winnipeg 1967), Roberto Chap Chap (São Paulo 1963).

“Em uma delegação com a maior proporção de mulheres em Jogos Pan-americanos, nós decidimos inovar. Sem deixar de manter a tradição de privilegiar o respeito, a excelência e a meritocracia, já que Martine e Kahena são as atuais campeãs olímpicas e irão representar muito bem o país na abertura dos Jogos. Para a gente, é motivo de muito orgulho ter duas mulheres com a bandeira brasileira. A gente se sente muito bem representado tendo a Martine e a Kahena à frente da delegação”, disse Marco Antônio La Porta, e chefe da missão brasileira. “Quem sabe a gente possa até ter mais medalhas de mulheres do que de homens, já que o numero de participantes é quase igual”, falou Kahena.

2. Inédita dupla brasileira

E por incrível que pareça essa também é a primeira vez que o Brasil terá mais de um atleta nessa função de porta-bandeira, incluindo todas as competições. “Inédito duas pessoas carregando a bandeira do Brasil, ainda mais duas mulheres. Isso é muito gratificante para nós.  Queremos levar cada vez mais as mulheres a praticar esportes”, afirmou Martine Grael.

3. Mais uma dupla porta-bandeira da mesma classe (49er FX)?

Foto: John Cowpland / Photosport

E tem uma coincidência muito legal nesse fato. Martine e Kahena repetirão o que fizeram os velejadores também da 49er FX Peter Burley e Blair Tuke, da Nova Zelândia, na Rio 2016, quando foram os representantes do país na cerimônia. “Nós duas representamos a união e a equipe que faz a diferença. Somos duas no barco, não faria sentido ser uma de nós apenas. Ainda não sei como vai ser, como vamos fazer, se vamos usar uma bandeira ou duas, mas estamos muito felizes e honradas”, pontua Kahena.

4. Tradição de família

Foto: rededoesporte.gov.br

E olha que essa não é a primeira vez que a família Grael carregará a bandeira brasileira nessa missão: “Em 1995 meu pai (Torben Grael) levou essa bandeira e estou muito animada para fazer o mesmo na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de Lima”, comentou Martine. Além disso, o exemplo das veladoras vem do berço. Martine é filha do Torben Grael e a Kahena é filha do Claudio Kunze, que foi campeão mundial.

5. Bandeira única

Se Martine e Kahena ainda tem dúvidas, o desfile acontecerá com apenas uma bandeira. A singularidade faz parte do processo, como pode ser visto na foto de Peter Burley e Blair Tuke.

6. Carta do COB

Não foi tão simples conseguir que tudo isso desse certo! O COB enviou uma carta (foto acima) para a organização dos Jogos aprovarem. O presidente da entidade, Paulo Wanderley, afirmou que Martine e Kahena são símbolos “com maestria a força, o talento, a competência e a determinação das mulheres no universo esportivo”.

7. Parceria de longa data

Foto: rededoesporte.gov.br

As duas se conheceram, aos 13 anos, como adversárias e logo se tornaram amigas. Depois, decidiram mudar de embarcação se uniram para velejar. Desde 2004, colecionam ótimos resultados – mesmo com a pausa, conquistaram Mundiais, uma prata em Toronto 2015 e a medalha de ouro na Rio 2016.

“Não faria sentido não ter as duas aqui. Estivemos juntas nas conquistas. Achei incrível que fizeram esse pedido e estou muito animada. Vamos chacoalhar essa bandeira. Não faria sentido não estar as duas, pois conquistamos tudo juntas. Ser dupla é muito significativo. Achei incrível que fizeram esse pedido para serem as duas,” confirma Martine

8. Aviso inesperado

“Chegamos hoje do Japão e soubemos há pouco. Ainda estamos em choque”, disse Kahena. As brasileiras vieram direto para a Vila Pan-Americana de Lima 2019 e foram pegas de surpresa e comunicadas no apartamento. Depois, no padrão da cerimônia, saíram para falar com a imprensa. Quando surgiram no guichê já puxaram a bandeira e vieram carregando juntas.

9. Yane entrega bandeira

Foto: COB

Yane Marques está como influenciadora do Time Brasil nesse Pan. E não poderia ser mais simbólico. A atleta aposentada e medalhista olímpica fez a entrega da bandeira para a dupla Martine Grael e Kahena Kunze. Nos Jogos Olímpicos, duas brasileiras já estiveram como porta bandeira: Yane Marques, em 2016, e Sandra Pires, do vôlei de praia, em 2000.

10. Emoção a flor da pele

Foto: COB

Kahena estava muito emocionada e os olhos marejavam. Todas as vezes que as atletas posavam para fotos já simulando a bandeira era possível perceber a ansiedade e alegria na dupla velejadora. Muitas brincadeiras sobre a ocasião e a definição que ainda vão estudar o melhor jeito para balançar a bandeira. Com revezarão, não deve ficar pesado para ninguém, rs. Bom que assim não precisamos temer sobre afetar o desempenho da dupla.

11. Vaga garantida em Tóquio

E por falar em desempenho… As campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze garantiram a vaga para o Brasil durante o Mundial de vela, disputado em Aarhus, na Dinamarca, em agosto de 2018. Usam o Pan para um preparatório, mas já estão com o pé garantido lá.

12. Você sabia?

Que Kahena é um nome de uma mitológica guerreira tribal invencível dos Montes Urais? Esse era assunto de um livro que a mãe leu e decidiu homenagear após uma gravidez difícil.

Outro fato curioso: a primeira regata de Martine Grael foi dentro da barriga da sua mãe, Andrea Soffiatti, com sete meses de gravidez, durante uma regata oceânica, em um barco feminino, na travessia Santos e Rio de Janeiro.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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