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Esportes de Neve

Brasil segue evoluindo nos esportes de inverno

Ano dos esportes de inverno teve campanha histórica do Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Pequim e novos talentos surgindo

Brasil nos esportes de inverno - Montagem com duas fotos: Manex Silva esquia na neve e Nicole Silveira deslizando no seu trenó sobre o gelo
Manex Silva e Nicole Silveira (Fotos: Alexandre Castelo Branco/COB e Vietrus Lacis/IBSF)

Não tem como falar do ano do esporte brasileiro sem lembrar dos esportes de inverno. Afinal, 2022 foi ano olímpico, com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno em Pequim, na China. A capital chinesa se tornou a primeira cidade e realizar Olimpíadas e Paralimpíadas de verão e inverno e aproveitou parte da estrutura de Pequim-2008 para sediar provas nesta edição.

O Time Brasil teve 10 atletas participando em cinco modalidades diferentes. E conseguindo resultados históricos para o país. Veja abaixo como foi o ano dos atletas brasileiros nos esportes de inverno.

Esportes de gelo

O grande nome do esporte de inverno no Brasil na atualidade é Nicole Silveira. A atleta é a única representante do país no skeleton e conseguiu o 13º lugar em Pequim-2022. A colocação é a melhor de um atleta brasileiro em esportes de gelo nos Jogos de Inverno e fica atrás apenas do nono lugar de Isabel Clark em Turim-2006 no snowboard.

Nicole faz sinal de positivo com a mão. Ela veste uma malha azul e tem uma bandeira do brasil em suas costas
Nicole comemora o resultado após a descida final do skeleton em Pequim-2022 (Foto: Alexandre Castelo Branco/COB)

Havia uma grande expectativa para o desempenho de Nicole, após ela ficar em oitavo lugar no evento teste na pista de Yanqing. A brasileira chegou na última descida da prova na 17ª colocação, mas fez uma boa tomada de tempo para subir quatro posições e terminar em 13º lugar.

Nicole já está competindo na temporada 2022/2023 de inverno. E a brasileira mostra que segue na elite do esporte, com dois top-10 em etapas de Copa do Mundo.

Bobsled

Os Jogos de Pequim tiveram um resultado histórico para o bobsled brasileiro. Pela primeira vez, o Brasil avançou para a descida final. Edson Bindilatti (piloto), Edson Martins, Rafael Souza e Erick Vianna ficaram em 20º lugar no four-man. Já no two-man, o trenó brasileiro terminou na 29ª posição.

Quarteto do Brasil empurra o trenó na largada de prova de bobsled
Edson Bindilatti, Edson Martins, Rafael Souza e Erick Vianna na final olímpica (Foto: Alexandre Castelo Branco/COB)

Edson Bindilatti anunciou a sua aposentadoria após os Jogos Olímpicos, mas decidiu voltar à pista para auxiliar na formação de novos pilotos para a equipe. E ele conseguiu um resultado inédito no final do ano após levar o ouro, ao lado de Edson Martins, na Copa América da modalidade.

Esportes de neve

Jaqueline encosta em Duda para sinalizar a troca no revezamento do esqui cross-country
Jaqueline Mourão e Duda Ribera na prova por equipes (Foto: Alexandre Castelo Branco/COB)

O Brasil fez um bom ciclo olímpico no esqui cross-country e o resultado foi refletido em Pequim. Pela primeira vez, o país teve duas atletas no feminino. Com as duas vagas, pela primeira vez o Brasil participou de uma prova por equipes, na disputa do team sprint. A histórica Jaqueline Mourão (que disputou sua oitava olimpíada) e a novata Eduarda Ribera ficaram em 23º lugar na prova.

No masculino, Manex Silva se destacou ao conseguir disputar todas as provas individuais dos Jogos Olímpicos, já que ele havia se classificado para a Olimpíada com o índice A da modalidade. O melhor desempenho veio no sprint, onde Manex ficou em 71º lugar e conseguiu 171.68 pontos FIS, conseguindo o melhor índice técnico de um brasileiro em prova olímpica. Já a melhor colocação veio na dura prova de largada em massa. Após 30km de disputa, o brasileiro terminou na 58ª colocação. Com os bons resultados, Manex foi escolhido o porta-bandeira do Time Brasil na Cerimônia de Encerramento.

Manex olha para o lado no meio da neve. Ao fundo, um telão com resultados do esqui cross-country
Manex Silva após a prova de 15km em Pequim-2022 (Foto: Alexandre Castelo Branco/COB)

No esqui estilo livre, pela primeira vez o Brasil participou do moguls. Sabirna Cass foi a representante do país e terminou na 26ª posição. Já no esqui alpino, Michel Macedo teve problemas para competir em Pequim. O atleta testou positivo para Covid-19 após a chegada na China e só conseguiu competir na última semana dos Jogos, no slalom masculino. Michel ficou em 37º lugar após a primeira descida, mas teve uma queda na segunda, não concluindo a prova.

Montagem com fotos de Sabrina Cass e Michel Macedo. Sabrina está na neve segurando seus esquis. Michel esquia enquanto contorna um bastão vermelho
Sabrina Cass e Michel Macedo (Fotos: Alexandre Castelo Branco/COB e Wander Roberto/Inovafoto/ANOC)

Medalha inédita no esqui paralímpico

O Brasil também teve um bom ano nos esportes paralímpicos de inverno. O melhor resultado veio no Mundial Paralímpico de esportes de neve, com Cristian Ribera conquistando a medalha de prata no sprint do paraesqui cross-country.

Cristian Ribera é prata no Mundial Paralímpico de esportes na neve
Cristian Ribera recebe a medalha de prata no Mundial (Foto: Twitter/cpboficial)

Cristintian e outros quatro atletas representaram o Brasil na modalidade nos Jogos Paralímpicos: Aline Rocha, Guilherme Rocha, Robelson Lula e Wesley dos Santos. O melhor resultado do país nos Jogos veio com um sétimo lugar no distance feminino com Aline. Entre os homens, Cristian ficou em quinto lugar nas eliminatórias do sprint e encerrou a disputa na nona posição, após ser eliminado na semifinal. O Brasil também conseguiu um oitavo lugar no revezamento misto com Aline, Cristian, Robelson e Guilherme.

Aline Rocha Jogos Paralímpicos de Inverno paraesqui cross-country Pequim 2022
Aline Rocha competindo em Pequim-2022 (Foto: Ale Cabral/CPB)

No parasnowboard, André Barbieri foi o único representante do país na Paralimpíada. Ele ficou em 13º lugar nas duas provas que disputou: o snowboardcross e o banked slalom.

Geração Milão-Cortina

Fora dos Jogos Olímpicos, o Brasil teve bons resultados nas categorias de base, com atletas que podem representar o país na próxima Olimpíada de Inverno em Milão-Cortina D’Ampezzo-2026. No Mundial Júnior de esqui estilo livre, Sebastian Bowler ficou próximo do pódio, ao terminar em quarto lugar no slopestyle masculino. No halfpipe, Sebastian teve mais um bom resultado, com a oitava colocação. O Brasil também conseguiu um top-10 no Mundial Júnior de bobsled. Gustavo Ferreira e Erick Soares ficaram em nono lugar na categoria sub-23.

Sebastian Bowler esportes de neve Mundial Júnior Freestyle
Sebastian Bowler no Mundial Júnior de esqui estilo livre (Foto: Divulgação/CBDN)

No snowboard cross, os Irmãos Noah e Zion Bethonico também tiveram bons resultados. Noah ficou em nono lugar no Mundial Júnior e foi o campeão da Copa Sul-Americana. Zion, em sua segunda temporada internacional, foi o vice-campeão na série de competições na América do Sul. Ainda no snowboard, Augustinho Teixeira ficou em 19º lugar no halfpipe no Mundial Júnior.

Na patinação artística, o Brasil voltou a ter representantes no circuito internacional, após a aposentadoria da olímpica Isadora Williams. Maria Joaquina Reikdal (no feminino) e Catharina Tibau/Cayden Dawson (dança no gelo) participaram do Junior Grand Prix. O melhor resultado foi o 11º lugar de Catharina e Cayden na etapa de Riga, na Letônia.

Catharina e Cayden Junior Grand Prix patinação artística
Catharina e Cayden (Foto: divulgação/CBDG)

Outro destaque é o jovem Lucas Koo, que compete na patinação de velocidade em pista curta, o short track. O brasileiro de apenas 15 anos tem mostrado evolução na modalidade. Em novembro, Lucas participou do Four Continents (torneio que reúne os melhores atletas das Américas, Ásia, África e Oceania), e conseguiu um 16º lugar nos 1500m, além da 23ª posição nos 500m e nos 1000m.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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