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Tóquio 2020

Atletas do salto triplo querem fazer história em Tóquio

Almir Junior e Alexsandro Melo já estão classificados para os Jogos Olímpicos e querem igualar feitos de lendas brasileiras da prova

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Almir Junior foi medalha de prata no Campeonato Mundial Indoor (pista coberta) de 2018 (World Athletics/Divulgação)

O Brasil tem história no salto triplo e Almir Junior e Alexsandro Melo pretendem entrar para a disputa da final no Estádio Olímpico de Tóquio com o desejo de dar sequência a essa tradição. A meta é entrar no grupo de medalhistas olímpicos do país ao lado dos lendários Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico, em Helsinque-1952 e Melbourne-1956, Nelson Prudêncio, prata na Cidade do México-1968 e bronze em Munique-1972, e João do Pulo, bronze em Montreal-1976 e Moscou-1980.

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“Penso muito em medalha olímpica depois dos resultados que obtive. É óbvio que quero ser campeão olímpico, mas trabalho e vou dar o meu melhor sonhando com uma medalha. Se conseguir fazer uma preparação tão boa quanto a desse ano tenho condições de brigar por isso. Sei que Olimpíada tem uma grande magia, mas sonho com esse momento há muito tempo e na final é 50% de chances para todo mundo”, afirmou Almir Junior em live do Olimpíada Todo Dia.

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“Tem três pessoas que me inspiram mais do que nunca. Além de grandes atletas, Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João do Pulo são caras com história no salto triplo e que me motivam por tudo que fizeram. Espero um dia poder colocar meu nome, não junto, mas pelo menos perto, para fazer minha história e continuar a deles. Acho que se eles conseguiram eu também posso”, completou o triplista, que tem como melhor marca 17,53 m, obtida em 2018, e ocupa a 16ª colocação no ranking da World Athletics

Alexsandro Melo: da distância ao triplo

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Alexsandro Melo tem como melhor marca 17,31 m(Wagner Carmo/CBAt)

Já Alexsandro Melo aparece na 17ª posição no ranking e tem como melhor marca 17,31 m, conquistada em 2019. O atleta avaliou sua trajetória no ciclo para Tóquio. “Em 2017 eu voltei a treinar e competir mais direto o salto triplo. Antes eu estava mais focado no salto em distância. Fui medalha de prata no Troféu Brasil de 2016 e ganhei a prova em 2017 e 2018. No ano passado, infelizmente, não pude competir por conta uma lesão no Pan-Americano de Lima”, comentou o triplista em entrevista ao OTD.

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“De 2018 para cá a minha marca deu um salto de mais de 40 centímetros. Os 16.80m se transformaram em 17.31m, marca que me deixou por um mês como líder do ranking mundial e consegui os índices, no Mundial primeira vez, e para o Pan-Americano de Lima. Dois meses depois, na Europa, em uma competição na França, obtive o índice olímpico. Eu avalio que foi uma crescente muito boa. Foi trabalhando bem devagar, sem pressa, para poder chegar ao resultado que estou colhendo agora”, acrescentou o saltador.

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Alexsandro Melo tem como objetivo conquistar uma medalha em Tóquio. “Eu vou treinar muito forte e minha concentração sempre é em buscar a medalha. O nosso país é cheio de tradição no salto triplo desde Adhemar Ferreira da Silva lá atrás até João do Pulo, Nelson Prudêncio, Jadel Gregório, Anísio silva e o próprio Almir Junior que está fazendo história também. Eu quero entrar nesse grupo seleto e treino todo dia forte para isso”, ressaltou.

Principais adversários em Tóquio

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Almir Junior tem como melhor marca 17,53 m (World Athletics/Divulgação)

Os últimos dois Jogos Olímpicos foram dominados pelos americanos Christian Taylor e Will Claye, respectivamente, campeão olímpico e medalha de prata nas edições de Londres-2012 e Rio-2016. Na capital londrina, Taylor marcou 17,81 m e Claye 17,62 m. Já no evento realizado no Brasil, o vitorioso anotou 17,86 m e o segundo colocado 17,76 m. Confiante, Almir Junior se coloca entre os postulantes a quebrar essa hegemonia.

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“Os principais adversários são Christian Taylor e Will Claye. Eles têm essa hegemonia a ser quebrada. Se for parar para pensar, o primeiro e segundo lugares são deles e os outros brigam pelo terceiro. Estou aí para mudar isso e gosto de saltar contra quem está bem. Gosto do embate e quero que seja uma Olimpíada de alto nível e que melhores subam ao pódio. E espero estar entre eles. O Brasil tem tradição no salto triplo e quero colocar meu nome no clube dos 18 metros”, destacou Almir Junior. 

Outros atletas que podem incomodar

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Alexsandro Melo ocupa, atualmente, a 17ª posição no ranking (Wagner Carmo/CBAt)

Aos 26 anos, Almir Junior tem como um de seus principais resultados a conquista da medalha de prata no Campeonato Mundial Indoor (pista coberta) de 2018, disputado em Birmingham (ING). Ele anotou 17,41 m e ficou apenas dois centímetros atrás de Will Claye, atleta americano e atual vice-campeão olímpico. Almir Junior  tem a terceira melhor marca na história do Brasil. Com 17,53 m, ele está atrás apenas de Jadel Gregório, primeiro, com 17,90 m, e João do Pulo, segundo, com 17,89 m.

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Além dos americanos, Alexsandro Melo apontou mais alguns rivais na briga por medalha em Tóquio. “Os principais adversários são Christian Taylor e Will Claye. Mas tem também o português Pedro Pichardo, que já saltou acima dos 18 m, o Hugues Zango, de Burkina Faso, e o Almir, nosso saltador brasileiro e vice-campeão mundial. Quero treinar para chegar a saltar no nível deles e poder disputar cara a cara, sem medo, para trazer essa medalha para o nosso país”, destacou o triplista.

Trajetória no ciclo para Tóquio

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Almir Junior é, no momento, o 16ª do ranking (Alexandre Loureiro/COB)

Almir Junior iniciou seu ciclo para Tóquio em 2017. Em eventos outdoor, como será na Olimpíada, o atleta colocou seis provas em seu calendário no primeiro ano, sendo três no Brasil e as outras em outros países da América do Sul. Em março, venceu as disputas em Porto Alegre e Montevidéu, no Uruguai. No mês seguinte, ficou em segundo em Buenos Aires, na Argentina, e ganhou o GP da América do Sul, em Assunção, no Paraguai.

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Antes de fechar o ano, foi o primeiro em eventos em Porto Alegre, em setembro, e Lages, em novembro. Em 2018 foram mais seis competições. As duas primeiras foram em Porto Alegre e ele venceu ambas. Em maio, Almir Junior foi medalha de ouro no Meeting International Guadeloupe, na França, evento que registrou sua melhor marca na carreira (17,53 m). Em seguida, no mesmo mês, ficou em terceiro no Prefontaine Classic, em Eugene, nos Estados Unidos, com 17,35 m.

Almir Junior em 2019

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Em 2019, Almir Junior saltou 17,23 m (Marcos Nagesltein/Sogipa)

O atleta do salto triplo ainda competiu em Madri, na Espanha, e no GP Brasil de Atletismo, porém, não conquistou bons resultados. Para finalizar, Almir Junior teve em 2019 o ano com mais eventos. Ao todo foram oito e a maioria deles fora do Brasil. Ele começou vencendo o Circuito de Verão, em Porto Alegre. Depois fez três competições em sequência na Europa, com terceiro lugar na Suíça, com 17,15 m, quinto na Hungria, com 16,95 m, e sétimo em Mônaco, com 16,76 m.

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Depois disso, com 16,70 m, Almir Junior ficou em quarto nos Jogos Pan-Americanos de Lima. E o atleta do salto triplo encerrou sua temporada de 2019 ano com o título Brasileiro, em Bragança Paulista, a 12ª posição no Campeonato Mundial de Doha e o quinto lugar nos Jogos Mundiais Militares.

Alexsandro Melo começou ciclo em 2016

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Alexsandro Melo passou a se dedicar só ao salto triplo em 2017 (Wagner Carmo/CBAt)

Por outro lado, Alexsandro Melo começou seus preparativos para Tóquio um pouco antes. Ainda em 2016, o triplista competiu e venceu uma prova em São Bernardo do Campo, em setembro. Voltando suas atenções ao salto triplo, o atleta fez 11 competições em 2017, sendo todas no Brasil e com vitória em sete delas, além de dois segundos lugares e um terceiro. Sua melhor marca na temporada foi no último evento, novamente em São Bernardo, com 16,67 m.

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No ano seguinte, Alexsandro Melo foi para a pista em nove oportunidades, sendo três no exterior. Também conhecido como ‘Bolt’, o saltador venceu uma etapa em Campinas, em maio, com 16,82 m, e, depois de um segundo lugar em Bragança Paulista, partiu para dois eventos na Europa, mas não obteve bons resultados na Hungria e na Suíça. Ainda fora do país, o atleta ficou em terceiro no Campeonato Ibero Americano, no Peru. E ele encerrou 2018 com o título Brasileiro, em Bragança Paulista, em setembro.

Melhor marca da carreira em 2019

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Alexsandro Melo é conhecido também como ‘Bolt’ (Instagram/alexsandro_melo95)

Antes da pausa nos eventos por conta da pandemia de coronavírus, Alexsandro Melo disputou dez eventos, sendo nove em 2019 e um em 2020. No ano passado, o triplista iniciou a temporada como campeão do Torneio de Atletismo Paulista, em Bragança Paulista. Depois disso só competiu longe do Brasil. Ele venceu o GP Orlando Guaita, no Chile, com 17,22 m, e o GP Mario Paz, na Bolívia, com 17,31m, sua melhor marca até aqui.

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Na sequência, Alexsandro Melo partiu para a Europa e conquistou um quinto lugar no Meeting Elite, na França, em terceiro, na Universíade, em Napoli, na Itália, e o título do Meeting Sotteville les Rouen, na França, com 17,20 m. De volta à América do Sul, ficou em oitavo nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Já no Mundial de Doha, o saltador não se classificou para a final. E, nos Jogos Mundiais Militares, terminou em sétimo. Por fim, em 2020, ganhou uma prova na Bolívia, saltando 17,10 m.

Abaixo live completa do Almir Junior no OTD

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