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Tóquio 2020

Após brilhar na Superliga, Thaisa se aposenta da seleção e não irá à Tóquio

Melhor jogadora do país se aposenta da seleção e não irá para os Jogos Olímpicos de Tóquio

Thaisa Bicampeã Olímpica Itambé/Minas Seleção Brasileira
FIVB

Campeã, MVP, craque da galera e melhor central da última edição da Superliga feminina, Thaisa não irá para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Aos 33 anos, a jogadora optou por se aposentar da seleção brasileira de vôlei e não estará na campanha deste ano em busca do que seria o terceiro ouro olímpico de sua carreira. 

-Campeão, Minas teve três jogadoras na seleção da Superliga feminina

Confira a carta de despedida da atleta:

“A noite de 5 de abril de 2021 ficará marcada na minha vida. Depois de um período difícil na minha carreira, marcado por lesões, dúvidas, incertezas, e em meio a uma pandemia que entristece o mundo, eu consegui sorrir novamente com o vôlei. Sorri e chorei. Cada lágrima derramada ontem era uma dificuldade que eu superei. Voltar a ser campeã da Superliga, jogando em alto nível, era algo que ninguém, há três anos, acreditava que eu seria capaz. E eu consegui. Com o apoio da minha família, do meu noivo, das minhas companheiras e comissão técnica do Itambé Minas, amigas, voltei a sentir o gosto de levantar um troféu depois de quase cinco anos.

Mas, sempre temos o amanhã. É a lei da vida. Passado, presente e futuro. E depois de um dia histórico para mim ontem, hoje, o 6 de abril de 2021, também será um dia que lembrarei para sempre. É um dia que interfere, definitivamente, no meu futuro. Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha carreira como atleta profissional. Inevitavelmente, todos querem saber se estarei com a Seleção Brasileira nas próximas competições – inclusive a Olimpíada de Tóquio. Mas, infelizmente, a resposta é não. Hoje, despeço-me da Seleção com muita, muita mesmo, dor no peito. São mais de 14 anos dedicados a defender nosso país na seleção adulta – (18 considerando a base )- e , sempre com garra e respeito que a bandeira merece. Nunca faltou amor e entrega nesta história linda para os dois lados.

E é exatamente por não conseguir mais dar esta entrega, física e mental, que eu encerro minha história com a Seleção. Os últimos anos foram duros para o meu corpo, convivendo com dores diariamente. Não consigo ajudar ao grupo todo da forma como gosto e entendo que seja necessária. Preciso descansar e respeitar, mais do que tudo, o meu corpo, que é minha ferramenta de trabalho. Pensando na longevidade da minha carreira em clubes, é hora de me recuperar. Conversei com meus médicos e familiares e chegamos a esta conclusão.

Quero agradecer especialmente ao Zé Roberto e toda sua família que foram fundamentais neste retorno, além da comissão técnica e todos os que me acompanharam nesta caminhada. Sem o esforço, apoio e incentivo de cada um, não sei se chegaria tão longe. O meu muito obrigada a todas as minhas companheiras que estiveram ao meu lado, dividindo viagens, concentrações, alegrias e tristezas. Carregarei sempre comigo cada lembrança. Estarei daqui , vibrando e torcendo pelo Brasil, junto com toda a população e, especialmente, com os amantes do voleibol. Estarei sempre à disposição para ajudar e, mais do que tudo, gritar e comemorar nossas conquistas.

Gratidão!

Trajetória na seleção

Thaisa é a última remanescente da geração bicampeã olímpica. Então com 21 anos, a central foi uma das 12 atletas que escreveram o nome do Brasil no lugar mais alto do pódio em Pequim-2008. Quatro anos mais tarde, mais madura e titular ao lado de Fabiana, a central foi essencial na trajetória de recuperação até o bicampeonato olímpico, em Londres-2012.

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Após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de 2016, Thaisa passou por altos e baixos na carreira. Depois de excelentes momentos na Turquia, defendendo o Eczacibasi, a central sofreu com um sério problema no joelho e no tornozelo. A retomada na carreira aconteceu no Brasil, defendendo o Barueri e jogando para José Roberto Guimarães. 

Após uma temporada jogando pela equipe paulista, Thaisa rumou para o Minas e voltou a atuar em alto nível. Desde o começo da temporada 2019/2020 jogando pelo time de Belo Horizonte, a atleta foi subindo cada vez mais seu nível até ser o grande nome não só da equipe como de toda a Superliga feminina, encerrada na última segunda-feira (5), com a equipe mineira sagrando-se campeã. 

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