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Tóquio 2020

Quarteto brasileiro busca fazer história nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Gabriel Medina, Ítalo Ferreira, Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima participarão do momento histórico: primeiro time de surfistas que representará o Brasil nos Jogos Olímpicos, que têm início em 23 de julho

Ítalo Ferreira Jogos Olímpicos de Tóquio
O campeão mundial, Ítalo Ferreira, em Newcastle (Crédito: Matt Dunbar / World Surrf League via Getty Images)

Os quatro atletas brasileiros que representarão o Brasil na estreia do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio demostram muita vontade e garra para a conquista de uma medalha. “No que depender de mim, vou chegar lá com muita vontade de trazer esse ouro”, diz sem titubear o bicampeão mundial Gabriel MedinaVou dar o meu melhor para trazer essa medalha inédita”, dispara o atual campeão mundial Ítalo Ferreira.

A ala feminina também não deixa por menos. A atleta que acaba de vencer a etapa de Margaret River e assumiu a vice-liderança do campeonato mundial na temporada 2021, Tatiana Weston-Webb e a eleita oito vezes a melhor surfista brasileira Silvana Lima, contam que estão em treinamento intensivo para abocanhar uma medalha e ambas dizem estar tranquilas física e psicologicamente para os Jogos Olímpicos de Tóquio. “Estou muito feliz em conquistar o meu sonho de estar no maior evento esportivo do mundo. E, o mais importante, estou bastante otimista”, afirma Tati.

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Gabriel Medina
Matt Dunbar/WSL

Os surfistas olímpicos foram selecionados, a partir do ranking de 2019, do Circuito Mundial de Surfe (Championship Tour), maior competição da modalidade no mundo, promovida pela WSL (World Surf League). No total serão 40 atletas da elite do surfe mundial que estarão nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão – 20 homens e 20 mulheres, com no máximo dois representantes de cada país em cada gênero.

O que pensam os atletas

“Acho que o Brasil vai chegar muito forte nos Jogos Olímpicos. Vejo que estão todos motivados, preparados e animados. E, sem dúvida, o surfe vai crescer ainda mais com essa entrada nos Jogos Olímpicos de Tóquio”, considera o paulista Gabriel Medina, atualmente em 1º no ranking da WSL. “É algo indescritível, nunca imaginei participar desse momento histórico. Estou treinando bastante e será uma honra representar nosso país”, acentua o potiguar Ítalo Ferreira. 

Tatiana Weston Webb
– WSL / KURT STEINMETZ

Tatiana Weston-Webb alega não ter nem palavras para descrever a emoção que é fazer parte dos Jogos. Gaúcha, filha de brasileira com inglês, reside em Kauai, ilha do arquipélago havaiano, conta que não tem um treino específico para vencer as ondas do Japão. “Fico surfando muito, o tempo todo, e o Comitê Olímpico do Brasil – COB tem me dado suporte, disponibilizando uma equipe de nutrição, preparador físico e fisioterapeuta, o que tem me ajudado bastante a fortalecer meu treino. E, claro, tenho trabalhado a mente também.”

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Para Silvana Lima “a ficha não caiu ainda, mas deve cair quando me juntar com toda equipe e embarcar para o Japão. Até lá estou sonhando aos pouquinhos”. Cearense, 35 anos, a atleta já chegou ao vice-campeonato mundial nas temporadas 2008 e 2009. “Estou bem tranquila. Toda equipe está dando suporte para que eu possa me concentrar nos treinos. O negócio agora é chegar em Tóquio, me adaptar ao fuso, me alimentar bem e focar em cada bateria.”

As ondas no Japão

Os quatro brasileiros já surfaram as ondas do Japão e até levaram medalhas quando competiram no país. No Pré-Olímpico disputado durante o ISA World Surfing Games, de 2019, em Miyazaki, Ítalo conquistou o ouro e Medina o bronze. “Foi ótimo poder ir lá antes dos Jogos e conhecer o Japão, a sua cultura e para começar a adaptar”, conta Medina. 

Já Silvana ficou com a prata no feminino da competição: “Foi incrível essa conquista no Japão, não conhecia o país e só de ter subido ao pódio fiquei muito feliz. Também conheci um pouco das ondas locais”. 

A surfista brasileira Silvana Lima, mais uma a assegurar sua vaga para a Olimpíada de Tóquio (Crédito: WSL)

Mas especificamente a praia Tsurigasaki, escolhida para sediar as competições de surfe nos Jogos Olímpicos, os brasileiros ainda não conhecem. “Sabemos que são um pouco parecidas com as ondas do Nordeste do Brasil, então, acredito que vamos nos adaptar rápido”, diz Silvana. 

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“Estou preparado para tudo. Cada lugar apresenta ondas diferentes. O que eu faço sempre é me preparar fisicamente e mentalmente para conseguir surfar em qualquer lugar do mundo e dar o meu melhor, me divertindo, pois faço o que mais gosto”, diz Ítalo Ferreira.

Medina obteve a informação de que as ondas não são as tradicionais que costumam pegar no tour. “Parece que são menores e com menos força e, sabendo disso, vou me preparar para essa situação. Pretendo perder peso para ficar um pouco mais leve e poder surfar essa onda nas melhores condições.”

“Nunca surfei nessa praia, mas já surfei em outro local que deve ter condições parecidas ao do ISA Games de 2019, quando fui super bem. Geralmente é mais beach break e ondas menores”, explica Tatiana Weston-Webb.

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