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Tóquio 2020

Isaquias Queiroz avalia Copa do Mundo e reforça foco em Tóquio

Após conquistar 2 medalhas na Copa do Mundo, Isaquias explica desistência do C1 500m e fala do objetivo para Tóquio

Isaquias Queiroz - Copa do Mundo de canoagem velocidade - Tóquio 2020
(Instagram/canoagembrasil)

Depois de quase dois anos sem competir, os atletas brasileiros enfim puderam caír na água no último final de semana. E apesar da falta de ritmo, a etapa de Szeged, na Hungria, da Copa do Mundo de canoagem velocidade trouxe ótimos resultados para o Brasil. Principal nome da modalidade, Isaquias Queiroz conquistou uma prata e um bronze, apesar de não estar esperando um desempenho tão bom, já que o foco é Tóquio-2020.

“A competição foi muito saudável, muito gostosa. Não foi Mundial, mas foi nível de Mundial, porque vários países levaram duas embarcações e eles estavam fazendo seletiva interna. Então a disputa estava muito mais pegada do que uma Copa do Mundo normal. E todo mundo queria ganhar, porque dois anos sem competir, queria ganhar confiança. Só que a gente não estava preparado para vir para uma Copa do Mundo e ganhar”, comentou o dono de três medalhas olímpicas em live com a CBCA (Confederação Brasileira de Canoagem).

“A gente nem treinou direito, não chegou a fazer ritmo de competição… Nós evoluimos muito, mas a expectativa não era ganhar medalha. Então a gente está voltando feliz com o resultado. Dá uma tranquilidade a mais, porque quase dois anos sem competição, a gente não sabia como a gente estava. Então estou muito confiante”, completou.

Desistência por cansaço

Na última prova da Copa do Mundo, no C1 500m, que não é olímpica, Isaquias Queiroz acabou desistindo nos últimos 250m. O motivo foi cansaço, já que ele havia disputado o C2 1000m meia hora antes.

“A gente tem todo o cronograma do que vai acontecer na competição. Eu também tive que sair do C2 500m, porque estava muito em cima da prova olímpica e não ia dar para fazer. E o C1 500m a gente já tinha noção que ia sobrar pouco tempo, uns 32 minutos acho… Quando larguei, eu senti que estava bem, mas a gente sabia que estava muito difícil chegar na linha de chegada. Eu estava cansado, vindo de vários dias de provas. E com isso tive que parar no final. Não é porque eu queria, mas porque é muito desgastante mesmo. Se tivesse uma horinha a mais, acho que talvez daria até para pegar o ouro, porque a prova não estava tão difícil, sem desmerecer os adversários”, explicou.

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Mesmo com todas as dificuldades, Isaquias Queiroz subiu ao pódio duas vezes, uma ao lado do jovem Jacky Godmann, que recebeu elogios do campeão mundial

“Subir no pódio é muito gratificante e estou muito feliz com a prata e o bronze. Lógico, queria ganhar o ouro, mas não deu. No C2, remar com o Jacky, a primeira medalha dele em Copa do Mundo… É um garoto novo que está sendo preparado. Nos 50m finais ali faltou uma pouco de força, mas ele se virou muito bem. E nas eliminatórias, eu estava quase morto e ele que me levou”.

Foco em Tóquio-2020

Apersar do bom desempenho na Hungria, a seleção brasileira tem um objetivo muito bem definido: Tóquio-2020. Por isso, a expectativa para a Copa do Mundo de canoagem velocidade era usar a competição como preparação para o Jogos, especialmente depois de tanto tempo sem competição.

“A gente fala que veio para apanhar, mas para bater também. E o foco mesmo é a Olimpíada lá em agosto. A gente nem treinou direito, não chegou a fazer ritmo de competição. Eu prefiro mil vezes ficar em último aqui e depois ganhar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Porque chegar aqui e ganhar e depois lá não fica meio complicado”, explicou Isaquias.

E aos 27 anos, o atleta da Bahia também tem o seu objetivo muito claro: honrar o nome do seu ex-treinador, Jesús Morlán, que morreu em 2018 vítima de um tumor no cérebro. “O objetivo é sempre estar honrando o nome dele. Então tenho que estar muito focado para poder cumprir sempre isso. E o objetivo em Tóquio é ganhar a 10ª medalha dele em Jogos Olímpicos. E para mim é uma satisfação representar o Brasil. Fico muito feliz de ganhar e representar bem o meu país, e espero dar mais alegria ainda em Tóquio”, concluiu.

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