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Jovens pedem passagem para 2026 nos esportes de neve do Brasil

Com participação maciça em Mundiais Júnior nesta temporada, atletas da CBDN buscam protagonismo neste ciclo olímpico de inverno

Sebastian Bowler esportes de neve Mundial Júnior Freestyle
Sebastian Bowler se destacou no Mundial Júnior de Freestyle e é uma das apostas jovens para o Brasil em 2026 (Divulgação/CBDN)

O Brasil ainda nem contabilizou seus feitos obtidos em Pequim 2022 e uma nova geração de atletas já iniciou a caminhada para os Jogos Olímpicos de 2026. Quatro jovens brasileiros participaram de Mundiais Júnior em suas modalidades em busca de protagonismo nos esportes de neve do país.

Manex Silva, 19 anos, Sebastian Bowler, 17, Augustinho Teixeira, 17, e Matheus Vasconcellos, 21, participaram da principal competição júnior de suas respectivas modalidades. Foi a primeira vez que a CBDN esteve presente neste tipo de evento em quatro esportes diferentes em uma mesma temporada.

A participação conjunta não foi coincidência. Nos últimos anos, a Confederação Brasileira de Desportos na Neve iniciou um trabalho para rejuvenescer suas equipes. Até então, nomes como Leandro Ribela e Jaqueline Mourão, no esqui cross-country, e Isabel Clark, no snowboard, eram dominantes em suas modalidades

Hoje, porém, a situação já é diferente nos esportes de neve. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, por exemplo, Sabrina Cass, 19, e Eduarda Ribera, 17, além do próprio Manex já fizeram parte da delegação. Além disso, Valentino Caputi, 17, estava pronto para substituir Michel Macedo, 23, no Esqui Alpino caso ele não se recuperasse a tempo de covid-19.

É em torno desses nomes que o ciclo olímpico para os Jogos de 2026, em Milão e Cortina d’Ampezzo, vai se desenvolver para a CBDN. A expectativa é a melhor possível para os próximos quatro anos: garantir uma classificação recorde tanto em modalidades quanto em número de atletas para o Brasil.

Freestyle começa caminhada com destaque nos esportes de neve

Dos quatro atletas presentes em Mundiais Júnior, Sebastian Bowler foi quem teve maior destaque. Ele foi o oitavo colocado no Halfpipe e obteve uma fantástica quarta colocação no Slopestyle na competição realizada em Leysin, na Suíça. Foram os melhores resultados do Brasil em uma competição júnior na história.

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No mesmo local, Augustinho Teixeira competiu em três disciplinas no Snowboard. Obteve dois top 20 com a 19ª colocação tanto no Big Air quanto no Halfpipe. Em contrapartida, foi apenas o 61º no slopestyle. Mesmo assim, ele já é uma estrela dos esportes de neve do Brasil por quase conseguir a vaga olímpica em 2022.

Por fim, nas modalidades freestyle, não podemos nos esquecer de Sabrina Cass, que alcançou seu primeiro Top 15 em uma etapa da Copa do Mundo adulta de Moguls no sábado, 12 de março. Além disso, Noah Bethonico, 18, Dominic Bowler, 20, e Maria Pereira, 24, também buscarão a vaga olímpica no snowboard cross, no slopestyle e no Aerials, respectivamente.

Renovação no esqui nórdico brasileiro já rende frutos

Manex Silva participou do Mundial Júnior de Esqui Cross-Country exatamente na semana seguinte ao encerramento de suas provas nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em Lygna, ele obteve ótimos 145.62 pontos FIS nos 10km clássico e 167.17 pontos FIS no Sprint Livre.

O atleta já é um dos grandes nomes dos esportes de neve do Brasil. Ele foi o primeiro atleta do país a conseguir o índice olímpico A no esqui cross-country e possui metas ousadas para os próximos anos.

Matheus Vasconcellos trilha o mesmo caminho, mas num esporte ainda mais complexo. No Mundial Júnior de Biatlo, ele foi o 72º no Sprint 10km e 76º no Individual 15km. Contudo, trata-se de uma modalidade em que a experiência é um fator preponderante. Nos próximos quatro anos, ele tem tudo para fazer o requisito obrigatório para conseguir a vaga olímpica.

Jovens também ganham espaço nos esportes de gelo

A renovação não acontece apenas nos esportes de neve da delegação brasileira. No gelo, o país também busca novos nomes para suas equipes com o intuito de promover uma maior participação e, claro, detectar novos talentos para o futuro.

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Nessa temporada, por exemplo, o país competiu no Mundial Júnior de Bobsled com a dupla Gustavo Ferreira, 19, e Jadson Soares, 18. O primeiro, aliás, já treina com a equipe adulta e é apontado como um dos substitutos do piloto Edson Bindilatti, que anunciou sua aposentadoria após Pequim 2022.

Na patinação de velocidade, João Victor da Silva, 20, é a grande estrela da modalidade e certamente vai brigar por vaga olímpica para 2026. Na patinação artística, Maria Joaquina, 13, se destacou no Campeonato Brasileiro e surge como um dos nomes com potencial para este ciclo. Já no Curling, pela primeira vez o Brasil montou um time júnior masculino e feminino.

Gustavo Ferreira e Jadson Soares são 17º no Mundial Júnior de bobsled
Gustavo Ferreira e Jadson Soares no Mundial Júnior de Bobsled (Divulgação/CBDG)

Como ocorre a renovação nos esportes de inverno?

Quando se fala em renovação numa equipe esportiva, logo se pensa em projetos de iniciação e acompanhamento/preparação do jovem em diferentes faixas etárias. Devido ao baixo investimento e dificuldades estruturais, os esportes de inverno precisam apostar em outra estratégia.

O planejamento engloba duas atuações distintas. A primeira delas é a “tropicalização” dos treinamentos. Ou seja, adaptar a prática à realidade brasileira. O rollerski, por exemplo, se revelou em uma grande ferramenta para os esportes de neve, sobretudo no esqui cross-country.

Além disso, as confederações de neve e gelo realizam um monitoramento contínuo no exterior em busca de jovens que praticam suas modalidades e possuem a cidadania brasileira. O país possui vaga garantida em alguns dos principais torneios de base das modalidades de inverno, o que serve de atrativo para montar uma equipe qualificada e com idade para crescer ainda mais no futuro.

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