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Pequim 2022

Pequim 2022 já está na “parada de sucessos” dos Jogos Paralímpicos

Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 traz os “maiores sucessos” que tocaram o evento em nove dias

Cerimônia de Encerramento Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022
Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paralímpicos traz a "última dança" de Pequim 2022 (Reprodução/CFP)

Como um disco de vinil que desliza até tocar toda sua música, os Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 chegaram ao fim na manhã desse domingo, 13 de março. Ao longo de seus nove dias, o evento trouxe inúmeros sucessos aos torcedores que já o colocam na história do movimento paralímpico.

A Cerimônia de Encerramento, aliás, manteve a estética e a programação que marcaram a disputa olímpica e paralímpica na capital chinesa. Nada de grandes apresentações ou elementos. Em vez disso, o uso da tecnologia para emocionar e encantar, apelando para a memória e as emoções das pessoas.

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A tocha paralímpica de Pequim 2022 foi se apagando aos poucos, seguindo o ritmo da música que “tocava” na projeção do disco no palco. Ver o grande floco de neve com os nomes dos países, que serviu de pira, na escuridão deixou claro que tudo chega ao fim.

Mas quais “músicas” serão lembradas desta edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno no futuro? Quais histórias marcaram as disputas e tocaram os corações dos torcedores? Se fosse um álbum de verdade, essas seriam suas canções.  

“Give Peace a Chance” (Plastic Ono Band)

A preocupação pela paz começou antes mesmo da disputa dos Jogos Paralímpicos de Inverno. A Rússia invadiu a Ucrânia em meio á trégua olímpica e paralímpica, o que provocou uma reação em cadeia em diferentes esferas da sociedade.

Na esfera esportiva não foi diferente. Após garantir que os atletas russos poderiam participar como independentes, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) voltou atrás e proibiu a presença deles na véspera da Cerimônia de Abertura de Pequim 2022.

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Na Cerimônia de Encerramento, Andrew Parsons, presidente do IPC, mandou uma nova mensagem antiguerra. “Na Vila Paralímpica vocês conviveram com diferentes países e diferentes deficiências. A diferença aqui não nos dividiu. Ela nos uniu para um futuro compartilhado”.

“Sweet Home Alabama Pequim 2022” (Lynyrd Skynyrd)

Os atletas chineses podem cantar sua própria versão de “lar, doce lar”. O país, que até então tinha uma única medalha paralímpica em toda a história, se despede da competição com um recorde de 18 medalhas de ouro e 61 no total – mais que o dobro em relação à segunda colocada.

Em Pequim 2022, a China subiu ao pódio nas seis modalidades. Somente o Canadá teve essa marca. Os melhores desempenhos foram registrados no paraesqui cross-country e no paraesqui alpino. Os atletas souberam aproveitar o fator casa como poucos, se preparando ao longo dos quatro anos.

Houve polêmicas, é verdade. Alguns chineses claramente estão em categorias que não correspondem às deficiências que possuem. Mas é preciso reconhecer que houve um forte investimento e planejamento que deve servir de lição para os demais países nas edições futuras.

“Goldfinger” (Shirley Bassey)

Nos Jogos Paralímpicos, é comum ter multimedalhistas. Ou seja, atletas que conquistam vários pódios na mesma edição. Há até competidores que são tão dominantes que vencem quase todas as provas que disputam.

Nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 não foi diferente. Muitos se destacaram nesse sentido, como a estadunidense Oksana Masters no paraesqui cross-country e parabiatlo, e a japonesa Momoka Muraoka no paraesqui alpino. Mas dois deles merecem uma menção especial pelo “toque de Midas”.

O norueguês Jesper Pedersen, do paraesqui alpino, ganhou quatro ouros em cinco provas e foi o atleta mais premiado nessa edição. Já o canadense Brian McKeever chegou a 16 medalhas de ouro em sua carreira e assumiu a segunda posição entre os competidores com mais ouros nas Paralimpíadas de Inverno.

“Love not War” (Jason Derulo x Nuka)

Em meio à guerra contra a Rússia, os atletas da Ucrânia viveram momentos de incertezas. Considerado uma potência paralímpica, o país não sabia se conseguiria participar do evento até dias antes da Cerimônia de Abertura. Uma força-tarefa conseguiu levar a delegação ucraniana à China.

E o esforço valeu a pena! No melhor estilo “faça amor, não faça guerra”, a Ucrânia deu um show em Pequim 2022. Obteve o melhor desempenho da história do parabiatlo e se despediu da competição com a segunda posição no quadro de medalhas, com 11 ouros e 29 no total.

Isso mesmo com um conflito armado no seu território, em que muitos familiares e amigos conviviam com as dificuldades inerentes de uma guerra. Anastasiia Laletina, por exemplo, precisou abandonar a disputa porque seu pai foi capturado pelo exército russo.

“Tente outra vez” (Raul Seixas)

É claro que há espaço para uma música brasileira nesse álbum dos Jogos Paralímpicos de Inverno. O Brasil participou da competição pela terceira edição consecutiva e tinha um objetivo ousado: conquistar a primeira medalha do país em um evento olímpico ou paralímpico de inverno.

O inédito pódio, infelizmente, não veio, muito por conta do forte ritmo imposto pelos atletas chineses (que literalmente esconderam o jogo durante o ciclo). Mesmo assim, o desempenho em Pequim 2022 merece ser valorizado.

Aline Rocha, por exemplo, alcançou o Top 10 em suas três provas individuais. Cristian Ribera foi o nono no Sprint, e os demais atletas alcançaram seus melhores resultados pessoais. Se a medalha não veio agora, basta continuar tentando que ela certamente não escapará daqui quatro anos, na edição de Milão e Cortina d’Ampezzo, na Itália.

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