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Laguna Olímpico

Dirigente de clube pernambucano é eleito presidente da CBHb

Diretor do tradicional Clube Português, do Recife, Felipe Casão derrota Edgar Hubner e promete profunda auditoria na entidade

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A chapa de Felipe Casão foi eleita com relativa facilidade para comandar a CBHb (Facebook/Site 7M Handebol Total)

Com relativa tranquilidade, a chapa “Frente Brasil Handebol”, comandada por Felipe Regobarros, o Felipe Casão, venceu nesta segunda-feira (1º) a eleição para a CBHb (Confederação Brasileira de Handebol). Ele derrotou a chapa “Transforma Handebol”, que era encabeçada por Edgar Hubner, por 33 votos a 15. Em razão da pandemia do coronavírus, a Assembleia Geral híbrida, com a maioria dos eleitores presentes virtualmente.

O pernambucano Felipe Casão, de 53 anos, é diretor de esportes do Clube Português, do Recife, uma das equipes mais tradicionais do handebol brasileiro. Ele também é membro do STJD da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Casão terá como primeiro vice-presidente Marcelo Rizzotto, nome mais votado da Comissão de Atletas do CBHb e que é gestor da Associação Cascavelense de Handebol. A segunda vice-presidência será ocupada por Maria Rosaídes Dantas Barros, ex-jogadora e que comandava a Federação Acreana da modalidade.

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De forma prática, a chegada de Felipe Casão encerra definitivamente a era Manoel Luiz de Oliveira no comando da CBHb. Durante mais de 30 anos, Oliveira mandou e desmandou no handebol nacional. Se sua gestão viu feitos esportivos notáveis, como o título do Mundial feminino de 2013, em compensação não evitou que a modalidade entrasse em decadência após o ciclo da Olimpíada Rio-2016.

Pior ainda: acabou afastado do cargo por mau uso de dinheiro público, especialmente em relação ao Campeonato Mundial realizado em São Paulo, em 2011. Falhas em diversas prestações de contas de convênios feitos com o Ministério do Esporte que jogaram o handebol brasileiro na lista de devedores públicos, que na prática impede que recebe diretamente verbas da Lei das Loterias (Agnelo/Piva). Atualmente, cabe ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) pagar diretamente pelas despesas de fases de treinamento e competições das seleções brasileiras.

Sucessor punido por assédio sexual

O sucessor de Manoel Oliveira também não ajudou a tirar a modalidade do buraco. Ricardo de Souza, o Ricardinho, era o primeiro vice de Manoel mas foi acusado e condenado por assédio sexual a uma funcionária da CBHb, após julgamento do Conselho de Ética do COB. Manteve-se no cargo por uma liminar na Justiça Comum.

Contudo, acabou renunciando no final de 2020, quando o COB afirmou que não iria mais repassar recursos para a entidade. Com receio que isso impedisse a participação da seleção masculina no recém-encerrado Mundial do Egito, Ricardinho renunciou à presidência da CBHb.

Auditoria à vista

Apesar do respaldo do colégio eleitoral do handebol nacional, Felipe Casão terá enormes dificuldades para colocar em ordem a Confederação. Em uma entrevista ao site “Tchê Esportes”, antes da eleição desta segunda-feira, ele disse que a prioridade será destravar a entidade.

“Vamos ter que fazer uma auditoria. Nós temos uma vaga ideia das dívidas, mas o que temos são pessoas de excelência para enfrentar isso, com austeridade, Nossa maior dívida é com o Governo Federal, por isso não conseguimos arrumar patrocínio”, afirmou Casão ao “Tchê Esportes”.

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