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Pan 2019

Após ouro, Ygor homenageia pai e lembra de amigos da favela

Nascido e criado na Chacrinha, Ygor Coelho não esquece das suas origens, dos sacrfícios e da dedicação do pai na caminhada até o ouro em Lima 2019.

Mesmo antes de ganhar o primeiro ouro brasileiro no badminton dos Jogos Pan-Americanos, Ygor Coelho já era um exemplo de superação e de determinação. Mas o agora campeão sabe que tem seu nome na história e que sua representatividade irá aumentar ainda mais.

“Essa vitória representa o seguinte. Se eu consegui sair da Chacrinha e fui morar fora do país, aprender inglês, outras culturas, aprendi várias línguas, até francês, arranho um pouco de cada. Então, se eu consegui tudo isso, porque não as pessoas que sonham com um emprego, com uma vaga, sonham em ser atleta profissional. Eu acho q eu eu sou um exemplo de quem trabalha conquista”, disse o sorridente Ygor Coelho.

Nascido e criado na Chacrinha, comunidade pobre da zona oeste do Rio de Janeiro, Ygor Coelho aprendeu a jogar badminton no projeto social do pai dele que fica dentro da favela e é um exemplo do quanto o esporte pode mudar a vida de uma pessoa. E depois de se tornar campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima, todas essas lembranças vieram à tona.

“Exatamente tudo isso passa agora, o projeto do meu pai, as pessoas que eu perdi para o tráfico, amigos meus, pessoas que estão lutando pelos seus sonhos. Morar fora do país, passar frio, sem comer, ás vezes direito, sem dormir direito, pensando ‘Puts, caraca, será que isso vai da certo?’. Tudo isso desabou na quadra depois que eu fiz o último ponto”, completou o atleta brasileiro.

E uma figura principal na vida de Ygor Coelho é seu pai. Quando o atleta tinha dois anos, o pai dele, Sebastião Oliveira, fundou a Associação Miratus, um projeto social para ensinar a modalidade para as crianças da comunidade da Chacrinha.

“Pô, pai, muito obrigado por me ensinar grandes lições, me fazer acreditar que nada é impossível. EU quero, eu posso, eu vou conseguir. Conseguir o quê? Consegui me superar. Meu pai criou essa oração, ele faz todo dia na Miratus. E se não fosse por ele, eu não teria essa garra de brigador. Acho que puxei o sangue do meu pai”, finalizou a entrevista.

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