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Tóquio 2020

Após ciclo difícil, Aline Silva vai buscar medalha em Tóquio

Aline superou um ciclo cheio de lesões e vai para Tóquio com experiência e currículo vitorioso em busca da inédita medalha

Aline Silva - Wrestling Tóquio 2020 - Coronavírus
Aline vai disputar sua segunda Olimpíada (Divulgação)

Daqui exatamente um ano, Aline Silva fará sua estreia pela segunda vez em uma edição de Jogos Olímpicos. O ciclo olímpico, no entanto, não foi fácil. Entre uma lesão e outra, ela passou por cima de tudo e mesmo quando o corpo não estava 100%, conquistou a tão sonhada vaga. E depois de disputar a Rio-2016, a atleta de 33 anos chega mais madura para tentar uma medalha no wrestling em Tóquio-2020 e fazer história.

O tom, entretanto, é de cautela. O medo de a Olimpíada não acontecer por causa da pandemia de coronavírus é o que mais atormenta Aline nesta quarentena, umas vez que é difícil projetar como estarão as coisas em julho do ano que vem. Até mesmo quem serão as adversárias. Mas fato é que, se tudo der certo, Aline vai para lutar, literalmente, por um lugar no pódio. 

Ciclo desafiador e conquista da vaga

Há quatro anos, Aline Silva foi eliminada nas quartas de final da Rio-2016 e ainda ficou fora da repescagem. E como ela bem disse, “ a gente começou a se preparar no dia seguinte que acabou a Rio-2016”. O ciclo olímpico de Tóquio-2020, no entanto, trouxe uma série de dificuldades. 

Ela chegou a perder seu lugar na seleção, quando teve uma trombose na perna esquerda e precisou tomar um remédio que aumenta o risco de hemorragia. Mas ela recuperou e retomou seu lugar na equipe nacional. 

+Música de Emicida motivou Aline Silva a se garantir em Tóquio

As lesões, no entanto, continuaram atormentando Aline, mas não foram páreo para ela. Lutar machucada no Sul-Americano de 2018 e campeã, além de garantir vaga nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Entre um torneio e o outro, a atleta passou por uma cirurgia e novamente voltou para ganhar a medalha de prata na capital peruana. 

Aline Silva - Wrestling
Aline Silva foi prata em Lima-2019 (Aberlardo Mendes/Rede do Esporte)

A prata no Pan lhe rendeu ainda o direito de competir na seletiva continental do wrestling. E Aline Silva não perdoou. Mesmo insegura com os problemas físicos, ela venceu três lutas e perdeu uma, carimbando o passaporte para a dipusta do wrestling em Tóquio-2020. 

“A vaga para Tóquio foi uma realização gigante, porque o meu ciclo foi bem difícil. Fiz cirurgia, voltei e consegui classificar. Foi ótimo”, celebrou Aline em entrevista ao Olimpíada Todo Dia. 

Adiando o sonho

O adiamento dos Jogos, no entanto, foi um banho de água fria e adiou também o sonho da medalha olímpica. Para Aline, a maior preocupação hoje é se a Olimpíada vai acontecer. E em termos de preparação, ter 365 dias a mais de preparação não foi algo positivo.

Aline Silva se classificou no dia 15 de março e chegou ao Brasil dois dias depois, já confinada. Além da dúvida se a vaga tinha mesmo sido garantida, ainda não havia uma definição sobre o adiamento ou não de Tóquio-2020. “Logo depois (de conquistar a vaga), começou aquele misto de sensações, se a Olimpíada ia ser adiada ou não… Então nem pude comemorar. Foi ímpar, bem diferente”. 

Veja a luta que garantiu a vaga de Aline em Tóquio-2020:

Uma vez que foi definido que a Olimpíada seria em 2021, surgiu outra preocupação: o impacto nos planos feitos lá atrás no início do ciclo olímpico. “Em termos de preparação, o adiamento não teve nada de positivo, porque aumenta mais um ano, atrapalha toda a programação do ciclo olímpico de quatro anos. Tem todo um cálculo para gente chegar no auge na Olimpíada e o adiamento muda todo esse plano”. 

Isso sem contar o fato de que é difícil agora traçar quem serão as principais adversárias na briga pela medalha, já que os cenários em cada país do mundo são os mais variados possíveis. 

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“As principais adversárias são as que sobreviverem melhor ao coronavírus… Não faço ideia de quem está tendo condições de treinar ou não. Então acho que para o ano que vem, o cenário pode mudar muito e fica difícil prever de acordo com o que era antes da pandemia”.

O diferencial da experiência

Aline Silva estará com 34 anos na Olimpíada de Tóquio-2020. Mais do que a idade, os anos de carreira somados ao currículo vitorioso farão com que ela chegue mais preparada ainda para disputar sua segunda edição de Jogos Olímpicos. 

Já são três medalhas Pan-Americanas, duas de prata e uma de bronze, além do vice-campeonato mundial em 2014, quando se tornou a primeira atleta do país a conquistar uma medalha em um mundial de wrestling. Isso sem contar a experiência na Rio-2016, que pode ser um diferencial. 

Aline Silva - Wrestling Tóquio 2020
Aline vai forte pela medalha no wrestling em Tóquio-2020 (Twitter/Time Brasil)

“Toda experiência soma. O fato de já ter participado de uma Olimpíada, em casa, deixa o psicológico mais preparado e mais tranquilo por saber como é. Então essa experiência na hora conta pelo fato de estar mais madura e preparada”, pontuou. 

Com os pés no chão, Aline Silva se prepara para tentar fazer história e conquistar a primeira medalha olímpica do Brasil no wrestling em Tóquio . “A expectativa é que tenha os Jogos. Para mim, essa é a única expectativa que tenho agora. Mas se tiver, eu vou para lutar no meu melhor como sempre”, concluiu.

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