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Tóquio 2020

Com novas datas, COB começa a readequar planejamento

Anúncio de nova data dos Jogos de Tóquio permite que a entidade renegocie acordos e retome conversas com bases do Time Brasil no Japão

COB trabalha para enfrentar os desafios do Time Brasil para Jogos de Tóquio
Rogério Sampaio, Paulo Wanderley e Jorge Bichara agora enfrentam problemas do adiamento (Foto: Rafael Bello/COB)

Após o anúncio da nova data dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que agora serão realizados entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) já iniciou a revisão do planejamento para o evento. Agora, a entidade terá que definir questões como treinamentos, logística, classificação olímpica e suspensões de atletas.

Os principais desafios do COB para os Jogos de Tóquio no verão de 2021 no hemisfério norte envolvem a parte logística. Muitos contêineres com materiais e equipamentos já haviam sido enviados à capital japonesa, enquanto outros estavam alocados em um galpão, com previsão de saída do Brasil para o mês de abril. Além de já ter cancelado essa última operação, o COB vai verificar agora a disponibilidade de locação das mesmas bases que atenderiam o Time Brasil.

“Já iniciamos o contato com nossas bases e fornecedores, comunicando oficialmente sobre o adiamento e informando, de forma antecipada, sobre o interesse de manutenção das parcerias para 2021. Estamos elaborando também o aditamento do contrato com fornecedores de transporte, alimentação e depósitos que tínhamos à disposição no Japão”, explica o diretor geral do COB, Rogério Sampaio, reforçando ainda a necessidade de remarcação das passagens aéreas e hospedagens da delegação brasileira, que deve superar os 400 integrantes (aproximadamente 270 atletas).

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“Em uma conversa inicial, a Air Canadá se colocou à disposição para fazer o ajuste nos voos, de acordo com a nossa demanda”, afirmou o ex-judoca, campeão olímpico em Barcelona 1992.

Treinos em meio à quarentena

Quanto ao planejamento de treinos dos atletas já classificados e dos que ainda buscam sua qualificação, o fechamento dos espaços para treinamento por conta do coronavírus, como os clubes e o Centro de Treinamento Time Brasil (CTTB), sem data prevista para voltarem a funcionar, se mostra um complicador. A periodização do treinamento, por sua vez, será determinada a partir de agora, com a divulgação oficial da nova data dos Jogos.

“Definida a data da realização dos Jogos de Tóquio, que é a competição-alvo, estabelece-se um cronograma invertido para encaixe das fases de treinamento. É uma situação complexa porque envolve também as competições preparatórias, que praticamente inexistem no calendário atual”, avalia o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara, que aponta outros focos de atenção para este período de quarentena.

“A extensão desse processo de isolamento social pode gerar um impacto emocional significativo, já que os atletas são pessoas extremamente ativas e não estão acostumados com a reclusão e inatividade que se encontram. Isso, somado às incertezas atuais sobre futuro e decisões pessoais já tomadas, pode gerar situações que merecem nossa atenção. Precisamos acompanhar as reações e analisar a condição de cada um”, finaliza Bichara.

Vagas nos Jogos

Outra questão importante que ainda deverá ser definida é a classificação olímpica de atletas e equipes. Ajustes nos critérios de qualificação no caso de modalidades que definem seus representantes via ranking mundial, como judô e caratê, por exemplo, precisarão ser analisados. Além disso, existe a dúvida se atletas que estão suspensos, mas que estarão liberados para competir ainda em 2020, poderão voltar à disputa por vagas nos Jogos.

“O processo de qualificação para Tóquio está gerando grandes questionamentos no mundo inteiro. O COI e as Federações Internacionais (FI) devem se manifestar sobre o tema até o início de abril sobre o restante das vagas em disputa”, disse Bichara.

“Sobre os atletas suspensos por doping poderem participar dos Jogos, após cumprirem suas punições, é algo mais complexo, que talvez dependa de processos jurídicos. Vamos aguardar a manifestação dos órgãos competentes sobre qual conceito seguir.”

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