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Após o circo do doping, quem irá proteger uma menina de 15 anos?

Fora do pódio na patinação artística nos Jogos de Pequim, a russa Kamila Valieva é a única vítima da lambança do COI, Wada e cia limitada

Kamila VAlieva quarto lugar patinação artística jogos olímpicos de inverno de pequim-2022
Kamila Valieva sofre uma queda na final da patinação artística individual em Pequim-2022 (Matthew Stockman/Getty Images)

A patinação artística feminina dos Jogos de Pequim-2022 viu nesta quinta-feira (17) o fim de um caso que manchou o evento. O resultado positivo de doping da russa Kamila Valieva, em um caso complexo e que ainda está sob investigação, teve efeito direto na prova. Visivelmente abalada, Valieva cometeu erros improváveis e ficou em quarto lugar. Numa lambança com vários culpados, a única dúvida é se alguém está preocupado com os efeitos de tudo isso causará em uma criança. Sim, Kamila Valieva só tem 15 anos!

Necessário dar um contexto para toda essa confusão.

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Kamila Valieva, que teve uma atuação brilhante na prova por equipes, na semana passada, viu seu mundo desabar após a divulgação do resultado de um exame antidoping feito em dezembro último, no campeonato nacional russo. O surrealismo do caso já começa a partir da suspeita de um doping em uma atleta de 15 anos. Depois, passa pela demora na divulgação do resultado e termina com a autorização da CAS (Corte Arbitral do Esporte) para que Valieva seguisse na Olimpíada de Pequim.

Porém, no meio disso, o COI (Comitê Olímpico Internacional) se antecipou ao dizer que não haveria cerimônia de medalhas se Valieva estivesse entre as três primeiras, pois o caso ainda segue sob análise.

Bom lembrar que por ter menos de 16 anos, a patinadora russa deveria ser protegida e ter seu nome preservado neste caso. Claro que ninguém se preocupou com isso também.

Desastre anunciado

O resultado de toda essa confusão foi o pior possível. Bom ressaltar que se o COI estivesse realmente preocupado com o esporte limpo, teria aplicado a recomendação feita no final de 2020 pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Ou seja, impedir a participação de todos os atletas russos, em razão do esquema de doping com anuência do governo da Rússia. Inclusive já na Olimpíada de Tóquio-2020, realizada no ano passado.

Não resta dúvida de que COI, Wada, Rússia, CAS e a ISU (Federação Internacional de Patinação) têm sua parcela (grande) de culpa em todo este caso. Já Kamila Valieva, destroçada mentalmente, terá que lidar com a exposição de um caso de doping ainda muito mal explicado.

Depois ainda falam em preocupação com a “saúde mental dos atletas”.

OLIMPICAS

Prêmio recorde – Marcada para o dia 13 de março, a Maratona Feminina de Nagoya, a maior prova do mundo exclusiva para mulheres, alcançará um feito inédito. Neste ano, a vencedora da 11ª edição da prova levará um prêmio de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão na cotação atual). Nenhuma das grandes maratonas do mundo paga tal quantia à campeã.

Este ano, ao contrário da edição de 2021, que teve apenas atletas japonesas, a prova terá a presença de corredoras de outros países. O nome mais badalado é do da queniana Ruth Chepngetich, campeã mundial da maratona em Doha-2019 e da Maratona de Chicago (EUA) em 2021.

Cobertura intensa – Pela primeira vez na história dos Jogos Pan-Americanos, a edição de Santiago-2023 terá todas as suas 57 disciplinas (além das 18 referentes ao Parapan-Americano) transmitidas ao vivo. Ao anunciar que a empresa multinacional Mediapro será a responsável pela produção e distribuição das imagens, os organizadores chilenos informaram que os dois eventos terão um total de 1.900 horas no ar. O custo do serviço será de US$ 11,8 milhões, 41% a menos do que custou o mesmo trabalho no Pan-Americano de Lima-2019.

Os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 acontecerão de 20 de outubro a 5 de novembro. Já os Jogos Parapan-Americanos serão de 17 a 26 de novembro, reunindo cerca de 9.000 atletas de 41 países entre os dois eventos.

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