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Pan 2019

Com bola sofrida no segundo final, Brasil fica sem medalhas

Seleções feminina e masculina se despedem em quarto lugar no basquete 3×3 dos Jogos Pan-Americanos; “Essa medalha ajudaria bastante, é muito difícil fazer 3×3 no Brasil”, desabafa Jefferson Socas

Alexandre Loureiro/COB

A segunda-feira (29) não foi das melhores para as equipes do Brasil no basquete 3×3 dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. As derrotas doloridas tanto nas semifinais quanto nas decisões de terceiro lugar fizeram com que o país voltasse do Peru sem medalhas na bagagem. Mas faltou pouco.

Feminino

O time feminino foi o primeiro a vir para a quadra. Após avançar com a quarta melhor campanha da primeira fase, o desejo de chegar à final do torneio era grande. Para isso, seria necessário derrubar o favoritismo dos Estados Unidos, algo que não aconteceu.

A exemplo do que rolou no encontro da fase de grupos, as americanas dominaram a partida do início ao fim, abrindo margem extremamente confortável ao longo da partida. Apesar dos resultados positivos durante a campanha, a Seleção Brasileira caiu por 21 a 5.

Depois da derrota amarga, Nete Mineiro, Luana Fernandes, Evelyn Mariano e Carla Silva enfrentariam a República Dominicana na disputa do bronze inédito, já que a modalidade é estreante no Pan. Em partida bastante equilibrada, as rivais cresceram na reta final e levaram a melhor por 20 a 15. O resultado não foi o esperado.

+TABELA DO BASQUETE 3X3 NO PAN DE LIMA

Masculino

Mais tarde, foi a vez dos homens. Curiosamente, os dois adversários do dia foram iguais aos do feminino. Na semifinal contra os Estados Unidos, o Brasil chegou a equilibrar o duelo em determinados momentos, mas não manteve o padrão até o estouro do cronômetro: tropeço por 21 a 12.

A briga pelo terceiro lugar registrou o melhor jogo do dia. Contra os dominicanos, Jefferson Socas, Felipe Camargo, Jonatas Mello e William Weihermann lutaram, literalmente, ponto a ponto pela vitória. O confronto foi brigado, disputado, divertido. A cada segundo, o nervosismo era aparente, tanto que o número de faltas aumentou.

A equipe brasileira chegou a liderar a contagem nos minutos decisivos, encaminhando o bronze. No dinamismo do basquete 3×3, a República Dominicana virou bolas importantes de fora do garrafão, recuperou o prejuízo e venceu por 19 a 17. Essa doeu.

Jefferson Socas foi o único atleta a conversar com a imprensa após o jogo. Visivelmente chateado com o resultado, ele analisou os pontos positivos e negativos da participação do país nos Jogos Pan-Americanos de Lima. “Tomamos bolas de dois, não conseguimos fazer o ataque. Eles empataram o jogo, entraram no jogo, gostaram do jogo. Não podíamos ter deixados, tínhamos que ter matado quando estávamos na frente. Faltou tranquilidade e fazer o que era o combinado. A gente sofreu por isso.”

“É difícil falar agora que é positivo. Queríamos a medalha, sabíamos que poderíamos. Infelizmente, falta um pouco de experiência para nós. Bola para frente. Pelo menos, a gente se entregou, não faltou. Não conseguimos levar a medalha para o Brasil, mas talvez demos um salto para que haja mais visibilidade e investimento para o esporte”, avaliou.

“Essa medalha ajudaria bastante. É muito difícil fazer 3×3 no Brasil, são poucos os times que conseguem. A maioria tira do bolso. Temos que trabalhar, ajudar em casa, se virar com dois empregos e treinar à noite. Temos muito menos tempo de treino do que a Seleção de 5×5. Nos encontramos três ou quatro dias antes de cada competição. Isso dificulta muito. O basquete 3×3 é um esporte de conjunto, sinergia, entrosamento. É complicado. A gente perdeu por detalhes. Se tivermos mais investimento, visibilidade e apoio, mostramos que batemos de frente com todo mundo e que falta pouco para brigarmos nas cabeças”, complementou.

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