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Tóquio 2020

Após ciclo inconstante, Thiagus Petrus quer Brasil entre os oito na Olimpíada

Após ciclo instável e marcado pelos fatores extra quadra, Thiagus Petrus quer que o Brasil esteja entre os oito melhores em Tóquio

Thiagus Petrus Handebol Manoel Oliveira Presidente Atletas Política
(Pedro Ramos/rededoesporte.gov..br)

Escândalo atrás de escândalo, problemas na direção da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) e algumas trocas de treinador. Assim foi o ciclo do Brasil no handebol masculino até a conquista da vaga para Tóquio no Pré-Olímpico na Macedônia. Para Thiagus Petrus, um dos capitães da equipe nacional, os quatro anos que antecederam os Jogos Olímpicos não foram como precisavam ser, mas ele tem um objetivo para o Japão: “Precisamos classificar, ficar entre os oito. A meta é essa”. 

Em um recorte recente, encontramos duas seleções brasileiras de handebol, basicamente com o mesmo grupo, e com resultados completamente diferentes. Em janeiro de 2019, no Mundial da modalidade realizado na Alemanha e na Dinamarca, o Brasil conseguiu o melhor resultado de sua história, ao terminar em nono lugar. Alguns meses mais tarde, a equipe brasileira deu um vexame ao não conseguir chegar na final dos Jogos Pan-Americanos de Lima. 

A seleção brasileira masculina terá dois desfalques importantes para o Campeonato Mundial de handebol. O técnico Marcus "Tatá" Oliveira e o meia e capitão Thiagus Petrus testaram positivo para coronavírus e estão fora da edição de 2021, no Egito. A competição começa nesta quarta-feira (13), dia do embarque ao país africano, e o Brasil estreia dois dias depois contra a Espanha e está no Grupo B ao lado de Polônia e Tunísia
(CBHb/Divulgação)

“Nós temos que nos encontrar. Ainda não somos tão bons como o Mundial de 2019 mostrou, mas não somos tão ruins como foi no Pan de Lima. Na Olimpíada precisamos estar de outro jeito, o Pré-Olímpico mostrou que temos bons valores. A meta é passar de fase e para isso é necessário ganhar dois jogos, pelo menos. É tiro curto, não tem depois, é 100% todo jogo para vencer”. 

Em busca de igualar a campanha da Rio-2016 em Tóquio, a seleção brasileira masculina está no grupo com Argentina, Espanha, Alemanha, França e Noruega. Atualmente, todas as seleções europeias da chave estão dentro do top 10 do ranking mundial, e os argentinos fazem com os brasileiros o grande clássico das Américas. 

“Ir é diferente de competir”

“A parte mais fácil da Olimpíada é se classificar”. A frase foi falada por Thiagus Petrus ao ser perguntado da dificuldade da chave brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na chave de seis seleções, o Brasil terá quatro europeus e um clássico para jogar no Japão.

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“Olimpíada é o torneio de seleções mais difícil do mundo. A parte mais fácil é classificar. Estamos em Tóquio e agora não queremos só ir, queremos competir. Ir para uma Olimpíada é diferente de competir. Queremos e precisamos competir com os maiores do mundo. Esse é o primeiro objetivo, competir contra eles. A meta é classificar, ficar entre os oito de novo, mas eu quero o Brasil competindo contra os grandes”.

Thiagus Petrus (14) e Felipe Borges, da seleção brasileira, tentem bloquear arremesso do francês N'Guressan, pelo Mundial de handebol (Crédito: Soeren Stache / DPA / AFP)
Thiagus Petrus (14) e Felipe Borges, da seleção brasileira, tentem bloquear arremesso do francês N’Guressan, pelo Mundial de handebol (Crédito: Soeren Stache / DPA / AFP)

Nos Jogos Olímpicos se espera os melhores dos melhores atletas e seleções. No caso do Brasil no handebol masculino, Petrus sabia que o caminho seria o mais complicado possível. “Estávamos no mesmo pote do Japão, então uma chave mais europeia estava anunciada. Mas sinceramente, não importa muito. Está difícil a nossa, a outra, tudo. É preparar, jogar e ganhar, seja de quem for”.

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“Eu não sabia para quem eu iria me apresentar”

Não é segredo para ninguém que a CBHb viveu momentos de caos durante o ciclo para Tóquio e, em partes, isso respingou em quadra. De janeiro de 2019 até o presente momento, a seleção brasileira de handebol passou por quatro treinadores diferentes e Thiagus Petrus é direto ao analisar o que essa “dança das cadeiras” resultou.

“É claro que atrapalha. No handebol, assim como em outros esportes, tudo é visto por ciclos olímpicos. Neste de Tóquio existiram momentos que eu não sabia para quem eu iria me apresentar para treinar e isso atrapalha. Não é desculpa porque dentro de quadra a gente vai jogar, vai se doar, mas quando se está no alto nível esses detalhes de continuidade do mesmo trabalho fazem muita diferença”. 

Thiagus Petrus Handebol Brasil Pré-Olímpico Tóquio
(Cinara Piccolo/Photo&Grafia)

A diferença apareceu na reta final da busca para a vaga olímpica. Sem tempo para uma preparação longa, o Brasil se reuniu alguns dias antes de disputar o pré-olímpico na Macedônia. Nos jogos contra Noruega, Coreia e Chile, os brasileiros enfrentaram dificuldade em todos os duelos. 

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“Eu vou desconsiderar a Coreia porque ninguém tinha referência para jogar contra eles. Mas Noruega, que nós perdemos, e Chile, que sofremos, são seleções com o mesmo treinador há muito mais tempo que nós e em um torneio como o pré-olímpico, que não existe tempo para treinar, faz diferença. Conseguimos a vaga porque somos um grupo de qualidade, porque a comissão fez o que dava, mas precisamos que os trabalhos sejam mais longos. Espero que a mesma comissão siga por mas tempo”, finalizou Petrus. 

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