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Tóquio 2020

Henrique Avancini vê preparação ainda melhor para 2021

Henrique Avancini acredita que a preparação para a próxima temporada superará o projeto feito para esse ano

Principal nome brasileiro do ciclismo mountain bike, Henrique Avancini é uma daquelas pessoas que parecem saber lidar com as adversidades. Convivendo com uma realidade inédita de quarentena por causa do coronavírus, o atleta demonstrou bastante tranquilidade quanto aos impactos de tudo isso em sua rotina e planejamentos.

Em sua participação na live realizada no instagram do Olimpíada Todo Dia, o ciclista contou que tem conseguido manter uma rotina bastante qualificada de treinos em sua cidade, Petrópolis, no Rio de Janeiro, mesmo com todos os impactos da quarentena.

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“Adaptei algumas coisas. A cidade está fechada. Pra circular aqui você tem algumas restrições. Porém eu tenho conseguido manter boa parte do meu treino. Acredito que cerca de uns 90% do treino como deveria. Tem alguns lugares para moutain bike aqui e eles estão fechados para o público, mas eu consigo ter acesso a eles. O que eu mais perdi foram os treinos em áreas mais abertas. Apesar de não ter uma restrição eu prefiro não arriscar e não quero correr esse risco”, explicou.

Henrique Avancini explicou ainda que possuía um planejamento extremamente detalhado para a disputa da Olimpíada de Tóquio produzido de maneira conjunta pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e sua equipe, a Cannondale. Mesmo com a necessidade de reestruturar todo esse projeto, o atleta acredita que possa fazer algo não só tão bom quanto, mas ainda melhor para a sua preparação para 2021.

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“Agora sabendo que será apenas no ano que vem tenho feito várias reuniões de replanejamento. Tinha todo um planejamento já feito para os Jogos, inclusive algo muito bem preparado ao lado do Comitê Olímpico e minha equipe. Agora vamos precisar refazê-lo, esperar ver o que poderá ser mantido, o que precisará ser mudado”, avaliou.

Lado positivo

A justificativa por trás desse otimismo quanto a essa possível melhora se dá pela possibilidade de Avancini poder trabalhar melhor aspectos que não poderiam ser o foco caso a competição fosse ainda realizada neste ano.

“O lado bom é que tenho mais tempo para trabalhar. Acho que posso inclusive aproveitar esse tempo para me aprofundar em áreas que ajudam, mas que são difíceis de trabalhar numa temporada normal, como um melhor trabalho mental ou refinamento de uso de equipamento”, completou.

O atleta aproveitou a conversa ainda para avaliar o quanto o ciclismo tem evoluído no país nos últimos anos. Avancini acredita que a ascensão dessa modalidade no Brasil vem acontecendo de forma muito bem estruturada.

“Sempre acreditei que mais importante do que o atleta individual é preciso fazer a modalidade crescer. A comunidade do ciclismo brasileiro hoje é uma das modalidades olímpicas mais independentes. Temos eventos de muita qualidade, não precisando de investimento externo para isso. Uma indústria que mantém vários atletas individuais no país. Tudo isso acontecendo de uma maneira estável. Outras modalidades olímpicas podem até ter investimento, ou um maior retorno, mas geralmente são movimentos esporádicos e não algo estruturado como vem acontecendo conosco”, avaliou.

Nova realidade

https://www.instagram.com/p/B7v6xUolp__/
Avancini mantém uma equipe de ciclistas desde 2015

A maior prova dessa nova realidade é observada através da própria trajetória da carreira do ciclista. Se há alguns anos Henrique Avancini precisava competir sem o auxílio de um patrocinador, hoje o atleta sozinho consegue manter uma equipe de atletas profissionais.  

“Em 2012 eu era o segundo atleta brasileiro no ranking mundial e cheguei a disputar seletiva olímpica sem um patrocínio. Hoje pode até não ter o cenário completamente ideal, mas atualmente há uma realidade muito melhor. Eu hoje tenho condições de manter cinco atletas profissionais em condições melhores do que eu vivia há alguns anos”, completou.

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