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Zé Roberto se une a atletas, ataca clubes e defende fim do ranking de jogadoras

Por Paulo Chacon

O técnico da Seleção Brasileira, José Roberto Guimarães, em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, entrou na polêmica sobre as mudanças no ranking de jogadoras aprovadas pelos clubes para a próxima edição da Superliga. O treinador deu razão às atletas que fizeram uma nota de repúdio ao novo sistema, culpou os clubes pelo problema e garantiu que há muito tempo é contrário ao ranqueamento.

“Eu acho que as jogadoras estão cobertas de razão, porque com esse novo ranqueamento, elas são prejudicadas, mas o culpado de tudo isso são os clubes, que se esquecem de olhar o todo e se preocupam só com eles próprios, nós temos que ver o que é bom para todos, é que é bom para as jogadoras? É bom para elas que o ranqueamento acabe? Elas estão se sentindo descriminadas com o ranqueamento? Nós temos que ver o que é bom para elas, e se esse for o posicionamento delas, eu estou com elas e não abro”.

+ Assista no vídeo abaixo a íntegra a entrevista exclusiva com José Roberto Guimarães

Durante a entrevista, José Roberto Guimarães que também comanda o Hinode Barueri, atualmente na Superliga B, revelou que combatia o ranking desde a época em que dirigia o Amil/Campinas, mas que, na época, era uma voz solitária.

“Eu há muito tempo, há muitos anos, venho combatendo o ranqueamento, que ele não é mais adequado, que ele não pode existir mais. Por exemplo, quando estava no Amil/ Campinas, eu fui o único treinador contra o ranqueamento, eu há algum tempo venho dizendo que tem que parar, porque não dá mais certo. A CBV nesse caso não tem culpa, ela acata o que os clubes pedem, e no caso do ranqueamento, a maioria ainda é a favor dele”, lamentou.

José Roberto Guimarães acredita que o Brasil teria menos jogadoras atuando no exterior se não houvesse o ranking de atletas. Atualmente, Natália e Thaisa jogam no vôlei da Turquia, respectivamente, no Fenerbahce e no Eczacibasi, Fernanda Garay defende o Ghangzhou, da China, Fabíola e Mari Paraíba atuam no Volero Zurich, da Suíça, e Adenízia, no Scandicci, da Itália. “Penso que o ranking das jogadoras tem a ver com isso e penso que quanto mais jogadoras brasileiras jogando no país hoje, melhor para nós, da maneira que está hoje, nós estamos nivelando por baixo”.

Entenda a mudança do ranqueamento

No dia 15 de março, a Confederação Brasileira de Vôlei, anunciou a mudança no regulamento quanto ao ranqueamento das atletas para a próxima temporada, a partir de 2017/2018 os times poderão ter 2 jogadoras estrangeiras e 2 jogadoras ranqueadas com 7 pontos, pontuação máxima, não mais tendo o limite de pontos totais por equipe.

Antes da mudança os times podiam somar no máximo 40 pontos, contanto todas as jogadoras, tendo no máximo 3 jogadoras de 7 pontos por equipe, a mudança afeta diretamente as jogadoras Thaísa, Sheilla, Dani Lins, Fernanda Garay, Natália, Fabiana, Gabi, Tandara e Jaqueline, únicas jogadoras ranqueadas com os 7 pontos; todas que já haviam declarado seu posicionamento sobre o ranqueamento inúmeras vezes, emitiram uma nota, assinada por todas, expressando seu posicionamento com a mudança.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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