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Tênis

Melhor brasileira no ranking, Stefani quer ser nº 1 do mundo

Vivendo o melhor momento de sua carreira, tenista tem como objetivo o topo do mundo

Brasileira Luisa Stefani
Depois de escolher caminho pouco usual, Luisa Stefani quer chegar ao topo do mundo (Alexandre Loureiro/COB)

“Eu sonho em ser número um do mundo”. A frase é de Luisa Stefani, 22, que conseguiu uma acensão metórica no último ano e é a brasileira com a melhor colocação no ranking mundial, com a 46ª posição nas duplas.

A acensão de Luisa Stefani é um fato. Em pouco mais de um ano, a tenista saiu da posição 182 do ranking mundial e agora e entrou no top 50. Contudo, apesar do bom momento que vive, a brasileira segue sonhando grande.

“Eu sonho em ser número um do mundo. No simples e nas duplas também. Sei que hoje está um pouco distante, mas sonho e costumo ter objetivos grandes. Sei que hoje está mais perto nas duplas, mas penso nisso sim. Tenho objetivos menores, jogar um qualificatório de Grand Slam no simples, subir mais no ranking, mas quero ser número 1 do mundo”.

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O meteoro Stefani

Desde 2018, Luisa Stefani subiu 137 posições no ranking mundial de duplas. Se em agosto daquele ano, a brasileira optou por trancar a faculdade para disputar torneios profissionais pela Europa, em 2019 a resposta da escolha veio em quadra.

Já em 2019, Luisa Stefani conseguiu dar o salto. Em um primeiro momento, atuando ao lado de Beatriz Haddad Maia, a tenista conquistou um título atuando na grama. Depois de atuar com a compatriota, Luisa teve um período sem dupla fixa, até encontrar na americana Hayley Carter a melhor parceira.

“Eu estava trocando muito parceira e isso é ruim. Queria uma dupla fixa, para entrosar melhor e deixar de ter essa preocupação. Combinamos de jogar um tempo junto e desde o primeiro treino encaixou tudo”.

Ao lado da tenista dos Estados Unidos, Luisa Stefani passou a atuar de forma ainda mais consistente e os resultados se mantiveram, com a dupla conquistando o título no Chile e Stefani subindo ao pódio dos Jogos Pan-Americanos de Lima ao lado de Carolina Meligeni com o bronze.

Em 2020 o ritmo da dupla foi mantido. Antes da pandemia do coronavírus se estabelecer, em janeiro, Luisa Stefani e Hayley Carter jogaram pela primeira vez o Australian Open, chegando até as oitavas de final, e conquistando o título do WTA de Newport Beach.

“Disputar o Australian Open foi muito bom. Não só pelos jogos e a forma como aconteceu, com o nosso time chegando nas oitavas. Mas me deu aquele sentimento de pertencimento. Antes eu via o Grand Slam e pensava em estar lá, esse ano eu estava e vi que posso”.

Com os resultados ao lado de Carter, Stefani se estabilizou dentro do top 50 mundial de duplas. Quando pensa no futuro, no que quer para os próximos anos, a tenista é direta.

“Eu penso muitas coisas, esses tempos de ajudam muito para isso. Mas hoje eu quero voltar a competir. Quero voltar a jogar. Estou com saudade de tudo, de viajar, de torneio. Hoje meu desejo é que as coisas possam voltar”.

A escolha que mudou a vida

Há oito anos atrás, a família Stefani tomou uma decisão. Luisa já disputava alguns campeonatos em São Paulo e, ao terminar o ensino fundamental, decidiu junto com seus familiares que iria para os Estados Unidos. “Foi a escolha que mudou as nossas vidas”, diz a mãe da tenista

A decisão pela cidade levou em conta o tênis. Luisa Stefani e a família foram morar na Florida, para que a brasileira treinasse na Saddlebrook Tennis Resort e a vida da tenista mudou.

“Eu cheguei aqui e assim que fui para a academia tinham mais ou menos 50 tenistas para treinar comigo. Aqui é bem diferente a mentalidade e a forma como eles pensam o esporte. Com certeza melhorei muito por conta disso”.

O estudo é um caminho

Luisa Stefani é uma realidade do tênis brasileiro e mundial, mas o caminho escolhido por ela ainda pouco usual. Ao migrar para os Estados Unidos e viver durante alguns anos a vida de atleta-estudante, Stefani optou por um caminho difícil por tudo que era preciso fazer.

“Você treina, se dedica e tem toda a vida de atleta. Mas precisa também ter a vida de estudante, de aulas, trabalhos, lições, estudo. E como você é jovem quer ter uma vida social, sair com os amigos e tudo. Controlar tudo é muito complicado”.

Apesar de toda a dificuldade, Stefani conseguiu. Mesmo tendo trancado o curso para se dedicar de maneira integral ao tênis profissional, a tenista não se arrepende em nenhum sentido da escolha e aconselha que mais atletas façam o mesmo.

“Todos os times tem pelo menos duas atletas de nível muito bom, todas. Você convive com sete, oito atletas na equipe e dois técnicos, não tem como não aprender e evoluir. Fora que se pode fazer faculdade com bolsa total, o que é bom na questão financeira e tendo um diploma, você pode, se acontecer algo na sua carreira, seguir por um outro caminho. Sempre que posso aconselho a fazerem esse caminho”, finaliza Luisa Stefani.

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