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Thiago Paulino e Marco Borges fazem 2ª dobradinha do Brasil na Paralimpíada

Marco Borges é prata e Thiago Paulino fica com o o bronze no arremesso de peso da classe F57 na Paralimpíada de Tóquio

CPB

Tóquio – Dobradinha! A segunda do Brasil na Paralimpíada de Tóquio 2020, depois de Petrúcio e Washington nos 100m T37, agora foi a vez de Thiago Paulino e Marco Borges no arremesso de peso da classe F57. Thiago Paulino era favorito e correspondeu, no entanto a nota foi questionada. Ficou com o recorde paralímpico e o ouro na prova com a marca de 15m10, que foi anulado e virou bronze. Marco Borges garantiu o bronze com a marca de 14m85 e acabou com a prata. Entenda!

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A prova de Marco Borges foi incrível. Logo no primeiro arremesso, 13m98, marca que já deixou o brasileiro com chance de pódio. A segunda tentativa queimou e na terceira aumentou para 14m85, deixando a distância a ser alcançada ainda maior. Na quarta queimou, depois fez 12m65 e depois mais uma chance desperdiçada. Não importava, já figurava no pódio.

“Eu tinha uma grande expectativa com essa prova. Sabia que tinha chance e que iria ser dura. Não achei que seria tão dura. A gente sabia que seria uma prova longa, demorada. E a preparação foi muito bem feita. Eu sabia que seria um dos últimos a arremessar e queria liderar a prova naquele momento. Consegui e a minha ideia era que a minha marca prevalecesse no final e acabou acontecendo exatamente isso”, avaliou Marco Borges, que ficou com o bronze.

+GUIA DOS JOGOS PARALÍMPICOS

Thiago Paulino e Marco Borges fazem 2ª dobradinha do Brasil na Paralimpíada de Tóquio
Marco Borges conquistou o bronze (Takuma Matsushita/CPB)

A marca de 14m85 de Marco Borges chegou a ser recorde paralímpico. O penúltimo a competir foi o chinês Guoshan Wu, que bateu 15m00 e assumiu a liderança momentânea, jogando o brasileiro uma posição para baixo.

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Thiago Paulino foi o último a competir. Na primeira tentativa, 14m77, que já colocava o brasileiro com o bronze. Depois, recorde paralímpico e o ouro confirmado, com 15m10. O atleta comemorava muito. A terceira chance veio o 15m05. Errou duas e se retirou.

“Foi uma prova muito forte. Paralimpíada é uma coisa diferente. Veio o título que faltava pra mim. Bicampeão Pan-americano, bicampeão mundial. Essa medalha estava entalada desde 2016. Foi um processo longo, complicado. Nesse meio tempo eu perdi a minha mãe, e foi um momento muito complicado pra mim. Deixei até a minha carreira de lado para ajudar a minha família. Foram momentos difíceis, eu e minha família sofremos muito. Mas retomei o projeto e agora só tenho a agradecer a todos que colaboraram com isso que aconteceu hoje”, declarou o agora campeão paralímpico, Thiago Paulino.

Por ela!

Durante a sua prova, Thiago chamou a atenção do planeta ao conquistar o ouro logo no segundo arremesso e apontar para o dedo para o céu bastante emocionado. O gesto foi uma homenagem à sua mãe, falecida em outubro do ano passado, que sempre foi uma das suas principais incentivadoras na carreira.

Thiago Paulino não conteve a emoção após a conquista da medalha de ouro (Takuma Matsushita/CPB)

“Ela sempre acreditou em mim. Os primeiros bom-dia sempre era dela. Eu moro em São Paulo, mas minha família é do interior. Mas ela sempre me mandava força. Antes da pandemia, ela sempre falava que eu iria conseguir a medalha e eu sempre respondia que iria conseguir sim e levaria pra ela. Não imaginava que seria dessa forma. Mas eu estou muito feliz e tenho certeza que ela também estava. Todo momento eu olhava pro céu e conversava com ela”, descreveu o campeão paralímpico.

Contratempos

Último atleta a competir, Thiago Paulino encontrou problemas no momento de realizar o seu arremesso. Com dificuldades para ajeitar a sua cadeira na maneira que preferia para a prova. Com problemas também com a comunicação com os árbitros, o contra-tempo poderia ter prejudicado a prova do brasileiro.

“A gente tem que manter a concentração o tempo todo. Eles não estava conseguindo amarrar a minha cadeira e a comunicação não estava muito legal. Os árbitros até passaram a pensar que eu estava de implicância. Ele começou a pegar no pé, falar que eu estava levantando. Mas eu estava muito concentrado. Sabia o jeito que a cadeira precisava ficar e por isso a demora. Mas no final deu tudo certo. Neste momento nada pode tirar o seu foco, a sua concentração e eu consegui manter isso e deu tudo certo”, declarou o atleta.

A matéria foi escrita após a prova, o resultado foi reavaliado e você pode acompanhar o que aconteceu depois aqui:

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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