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Tóquio 2020

Especialista analisa os dois primeiros dias da seletiva olímpica da natação

Confira a análise de Felipe Domingues sobre os dois primeiros dias da seletiva olímpica brasileira de natação

Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Por Felipe Domingues, que analisa a convite do OTD a Seletiva Olímpica Brasileira de natação*

Os dois primeiros dias de competições na seletiva olímpica da natação brasileira registraram oito classificados para os Jogos Olímpicos, alguns recordes pessoais e também algumas surpresas no Maria Lenk.
Começando pelos 400m medley masculino, foi surpreendente nenhum dos seis competidores cravarem o índice. Quem mais se aproximou foi Brandonn, que já havia nadado abaixo do índice em algumas oportunidades. Mas não conseguiu repetir o desempenho que teve no Troféu Brasil durante a seletiva.

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Na primeira prova do segundo dia da seletiva olímpica da natação, os 100m costas feminino, nova surpresa. Nossa atleta olímpica Etiene Medeiros já havia nadado abaixo do tempo necessário cinco vezes na carreira. Ela venceu a final, mas não conseguiu o índice.

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Nos 200m livre masculino o rendimento também foi inferior ao que todos nós esperávamos, mas Fernando Scheffer e Breno Correia fecharam com tempos melhores do que os 01:47.02 necessários para carimbar o passaporte. Murilo Sartori conseguiu sua melhor marca pessoal na seletiva e Luiz Altamir, que terminou a prova em quarto, também garantiu sua vaga no revezamento 4×200 livre.

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Foi uma bela volta por cima para Scheffer e Sartori. Na véspera, os dois competiram nos 400m livre, provavelmente a melhor prova do início da seletiva. O índice olímpico era de 03:46.78. Foi nessa prova que saiu o primeiro índice brasileiro. Guilherme Costa, conhecido como “Cachorrão” nadou para o tempo de 03:45.85, quebrando o recorde brasileiro e sul-americano. Scheffer registrou seu recorde pessoal, mas não conseguiu atingir o tempo necessário.

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Já a disputa mais emocionante da seletiva olímpica da natação até o momento foi nos 100m costas masculino, com os dois Guilhermes Esporte Clube Pinheiros se classificando para Tóquio. Guilherme Basseto nadou um centésimo abaixo do índice e Guilherme Guido cravou os 00:53.85 necessários para ir pela terceira vez para os Jogos. Basseto ainda assegurou a vaga no revezamento 4×100 medley.

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Outra prova carregada de expectativa da seletiva olímpica da natação foi os 100m peito masculino. O Brasil tinha sido um destaque nessa distância no Rio-2016, com dois finalistas e nada menos que cinco nadadores haviam feito marcas melhores que o índice olímpico. Porém apenas o Felipe Lima conseguiu manter o desempenho e manter abaixo do índice olímpico, 00:59.93.

Nos 100m peito feminino estivemos muito perto de uma surpresa positiva. Jhennifer Alves fez a melhor marca de sua vida (01:07.35) e chegou muito perto do necessário durante a manhã. Havia a expectativa de que fizesse o índice (01:07.07) na final. Ela iniciou bem a prova da noite, mas sentiu um pouquinho a pressão, o nervosismo e não conseguiu repetir a performance embora tenha vencido a final.

Seletiva olímpica brasileira de natação 4 x 200 m livre
Brasil definiu os quatro representantes do revezamento 4 x 200 m (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Outra nadadora que cravou dois recordes pessoais em dois dias foi Gabrielle Roncatto, nos 400m medley (que tinha o índice mais difícil a ser alcançado) e nos 400m livre (também com um índice extremamente desafiador). Para o atleta é sempre bom nadar sua melhor marca da vida ao cair na água.

Nos 400 m livre feminino aliás, foi interessante ver nossa representante nas maratonas aquáticas Ana Marcela Cunha, já classificada para a prova de 10 km em Tóquio. Ela terminou a final em terceiro lugar e voltará a cair na piscina atrás dos índices nos 800m e 1.500m livre no Maria Lenk.

*Felipe Domingues é o head coach da Oxygen, plataforma de treinamento individualizado e especializado em nadadores de alto rendimento. Em décadas dedicadas à preparação de atletas de primeira linha, participou da conquista de mais de uma dezena de medalhas Paralímpicas, Pan-Americanas e Mundiais

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