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Tóquio 2020

A reviravolta na carreira de Jessica Yamada e a ligação com Japão

Mesatenista brasileira volta ao país com quem tem forte ligação para disputar a primeira Olimpíada da carreira

Jessica Yamada tênis de mesa Köping Liga da Suécia de tênis de mesa Missão Europa Portugal
(Daniel Varsano/COB)

A ligação entre Brasil e Japão começou em 1908, quando o navio Kasato Maru chegou em solo brasileiro com o primeiro grupo de japoneses que buscavam realizar alguns sonhos no país. 113 anos depois, uma brasileira atravessará o mundo para realizar seu sonho. Aos 31 anos, Jessica Yamada é uma das atletas já garantidas nos Jogos Olímpicos de Tóquio e em conversa com o Olimpíada Todo Dia, em live em parceria com o Tik Tok, comentou os desafios da sua carreira, sonhos e o que espera dos Jogos.

Podemos dizer que Jessica Yamada esperou o seu momento. Praticante do tênis de mesa desde os oito anos, a atleta esperou passou por um longo período de espera até a conquista da vaga. Após não conseguir a classificação para Londres 2012 e ter se afastado da seleção brasileira no ciclo para a Rio 2016, Yamada mudou seu posicionamento quando soube o país sede dos Jogos Olímpicos de 2020. 

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“Quando eu descobri que os Jogos Olímpicos seriam em Tóquio, eu estava fora da seleção. Na minha volta para à seleção brasileira, sabendo que eu poderia jogar a Olimpíada no Japão, ficou claro que era para estar lá. Depois de tudo que eu passei, a relação que eu tenho com o Japão, tinha que ter meu nome lá”. 

Japão deu um novo rumo

A ligação com o país asiático não se limita ao nome. Depois de começar a levar o tênis de mesa de maneira mais séria, não foram poucas as vezes em que Jéssica Yamada e o Japão estiveram ligados, mas duas foram ainda mais marcantes.

Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

“A primeira vez que eu fui para o Japão, a convite do meu patrocinador, eu tinha 12 anos e fiquei morando e treinando lá por 3 meses. Foi maravilhoso, um aprendizado em todos os sentidos. Outra vez que eu tive uma ligação com o Japão foi no ensino médio. Eu estava naquele período de escolher o que fazer da vida, pensei em largar tudo e um técnico japonês, o Toshio Takeda, colocou na minha cabeça que eu tinha que seguir, que tinha potencial, que poderia ir para uma Olimpíada e agora eu vou”. 

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Tudo em família, tudo em casa

O glamour da vida de atleta olímpico quase não existe. O dia a dia é muito mais de suor, lágrimas e sofrimento do que de sorrisos e alegrias. Com Jessica Yamada não foi diferente. Com a família dentro do esporte, a mesatenista sabia que seria difícil mas teve ajuda em casa. 

“Eu sempre fiz esporte. Minha mãe jogou vôlei e meu pai jogou tênis de mesa. Lembro que joguei muita coisa, mas com 11 anos meus pais me pediram para escolher uma modalidade. Por conta da altura, eu fui para o tênis de mesa e lembro que com 12 joguei um sul-americano pelo Brasil. (Estar na Olimpíada) é um sonho meu, mas eu pensei muito no esforço de todo mundo que estava comigo no processo para chegar até a Olimpíada. Meu pai foi o meu paitrocínio, minha mãe é minha preparadora mental, meu irmão foi meu sparring e meu marido é meu técnico”. 

Divulgação/ITTF

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Experiente debutante

Jessica Yamada é a mais experiente atleta do time feminino do tênis de mesa. Mas mesmo com 31 anos, a atleta poderá ser a única debutante olímpica do time feminino do tênis de mesa, que contou com Bruna Takahashi e Caroline Kumahara nas últimas competições.

Sobre o que espera de Tóquio e do futuro, Jessica Yamada é direta ao colocar em palavras o que pensa. “Eu espero que Tóquio seja maravilhoso e espero resultados bons. Na Rio 2016, o Brasil pegou a China no confronto e foi muito difícil. Precisamos conseguir jogar o que sabemos. Do futuro eu espero conseguir devolver para o tênis de mesa tudo que eu conquistei”, finalizou Jessica Yamada.

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