Paris – Causou revolta os intermináveis 19 minutos de acréscimos que a arbitragem deu no segundo tempo da partida entre Brasil e França pelas quartas de final do futebol feminino dos Jogos de Paris. Coincidência, ou não, o time da casa perdia por 1 a 0 e buscava incansavelmente o empate para levar para a prorrogação. Não deu, mas não foi pequena a revolta dos torcedores brasileiros que invadiu as redes sociais. E também não foi a primeira nem a única desavença.
Indeterminado?
O judô foi outro esporte com arbitragem duvidosa contra o Brasil e a favor da França. Na luta entre Rafael Macedo contra o francês o francês Maxime Ngayap Hambou, valendo a medalha de bronze. Diante do ginásio lotado e torcendo pelo francês, Rafael Macedo lutou melhor e com mais iniciativa de golpear. Apesar disso, a arbitragem deu duas punições para os dois atletas. A primeira por falta de combatividade de ambos e a segunda por cada um evitar a pegada na manga do outro.
Com dois shidos para cada lado, quem levasse mais um, perdia a luta. O atleta do Brasil seguiu com a iniciativa do combate e conseguiu derrubar duas vezes o francês, mas a arbitragem não viu waz-ari em nenhuma delas, gerando as primeiras reclamações. Para piorar, quando faltavam cinco segundos para o fim da luta, mesmo com o brasileiro mais ativo, a arbitragem aplicou nele mais uma punição, o que deu a vitória ao francês. A dúvida da marcação ficou ainda maior quando o site oficial dos Jogos não apresentou a justificativa para a punição, apontado apenas um lacônico “indeterminado”.
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Amigo do adversário
No surfe, o juiz australiano Benjamin Lowe foi afastado do corpo de arbitragem dos Jogos Olímpicos de Paris após o surfista brasileiro Pedro Scooby postar nas redes sociais uma foto de Lowe abraçado com o australiano Ethan Ewing, que poderia enfrentar Gabriel Medina ou João Chianca em uma semifinal. Além disso, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) já havia enviado uma carta à federação internacional de surfe (ISA), que organiza o surfe nos Jogos, citando o juiz por notas baixas para brasileiros no circuito mundial e nos jogos de Tóquio.
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“A ISA está ciente de uma foto que está circulando nas redes sociais, na qual um dos juízes de surfe olímpico da Austrália é visto interagindo socialmente com um atleta australiano e o chefe da equipe. É inadequado que um juiz interaja dessa maneira com um atleta e sua equipe. Para proteger a integridade e a justiça da competição em andamento, e de acordo com o Código de Conduta da ISA e o Código de Ética do COI, o Comitê Executivo da ISA decidiu remover o juiz do painel de julgamento pelo restante da competição”, diz comunicado da federação sobre o ocorrido.
Marcha atlética e Triatlo
Na marcha atlética, Caio Bonfim conquistou a medalha de prata, mas reclamou das punições que recebeu. Foram duas, o que deixou brasileiro com risco de ter que cumprir dois minutos de paralisação caso recebesse a terceira. Se isso tivesse ocorrido, provavelmente não teria conseguido chegar ao sonhado pódio. “Você vê que na câmera de chamada, eles chamam cinco atletas, quatro são europeus, uma prova europeia. E aí tem dois sul-americanos liderando a prova, alguém tinha que tomar a falta. Mas eu sou brasileiro, não desisto, é na raça. Consegui manter a técnica, o equilíbrio e levar essa medalha pra casa”, disparou Caio Bonfim, ao GE.
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No triatlo, Miguel Hidalgo completou na décima colocação em Paris, melhor campanha do Brasil na modalidade em Jogos. Após cruzar a linha de chegada, reclamou da falta de penalidade para os adversários durante a natação. “Passei a boia em primeiro, tava em terceiro e, quando chegou embaixo da ponte, comecei a apanhar muito. Foram desonestos comigo”, disse. Ele acrescentou que tudo ocorreu num lugar escondido, longe das câmeras e drones de filmagens.