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Fábio Dias treina paratletas brasileiros por um sonho maior

Com quatro edições de Jogos no currículo, treinador do atletismo sonha em transformar o Brasil na maior potência paralímpica do planeta

Fábio Dias acumula quatro participações em Jogos Paralímpicos
Fábio Dias acumula quatro participações em Jogos Paralímpicos (Instagram/biodias)

Vivendo o atletismo paralímpico de perto desde 2004, Fábio Dias conhece este mundo como poucos. Participante das quatro últimas edições de Jogos Paralímpicos, na função de atleta guia e treinador, Fábio descreveu como faz para transformar sonho de vida em objetivo próximo. Ele participou de live do OTD na noite de quinta (28).

Nascido no Rio de Janeiro, Fábio Dias atualmente é treinador do alto rendimento de São Paulo da seleção de atletismo paralímpico. Trabalha diretamente com os principais nomes da modalidade no país, com um objetivo único em mente: fazer o desporto paralímpico brasileiro ser a grande potência mundial.

“Quando você compra tantos sonhos como nós treinadores fazemos, você aprende a sonhar alto. Hoje meu sonho é ver o Brasil como a principal potência do esporte paralímpico. Não é nem meu sonho mais, é meu objetivo. Hoje já somos uma referência. O trabalho vem sendo muito bem feito no país e temos muito talento. Tenho certeza que chegaremos nesse nível e vou poder dizer depois disso que eu participei disso tudo.”

Aprendizados de treinador

A transformação desse sonho ousado de Fábio Dias para um objetivo profissional tem explicação: a experiência. Após ter iniciado a carreira como atleta guia de Hilário Neto em Atenas-2004, quatro anos mais tarde já acumulava a função de guia e também treinador de Felipe Gomes.

A evolução foi ainda maior para os Jogos Paralímpicos de Londres-2012, quando foi atleta guia e treinador de Jhulia dos Santos e técnico de mais dois atletas. A partir da edição de 2016, Fábio deixou de aparecer na pista para se aprofundar no trabalho de treinamento.

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“Nós treinadores somos os facilitadores dos sonhos dos nossos atletas. A gente compra o sonho desses atletas pra gente também. A gente se acaba junto com ele para que tudo isso dê certo. Nós sabemos o que o atleta passa e sofre para chegar em um resultado. A gente vive um ciclo junto, pode ser que depois não estejamos mais juntos, mas nesse tempo um do lado do outro eu quero que seja algo inesquecível”, avalia o técnico que convive com o esporte paralímpico há 16 anos.

Fábio Dias treinou Viviane Ferreira, destaque do esporte paralímpico do Brasil Jogos Paralímpicos
Fábio Dias (esq.) treinou Viviane Ferreira, destaque do esporte paralímpico do Brasil (Instagram/biodias)

Com todo esse tempo auxiliando a preparação dos atletas do atletismo paralímpico, Fábio Dias entendeu que o trabalho é extremamente complexo e exige trabalho especial de descoberta.

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“O ponto mais desafiante do paradesporto é que ele muda muito de acordo com cada atleta. Cada prótese, deficiência geram coisas diferentes para os atletas que precisam ser desvendadas pelo treinador para que o atleta tenha o melhor desempenho. Este desafio que te obriga a descobrir essas coisas e isso é o ponto mais legal do esporte paralímpico”, declarou.

Expectativa para Tóquio

Todo este trabalho de Fábio Dias e seus colegas treinadores tem rendido frutos ao atletismo paralímpico brasileiro. A principal prova disso são os resultados recentes obtidos pelo país nas grandes competições realizadas no ano passado (Parapan de Lima e Mundial de Dubai). Dessa forma, o treinador não esconde que a expectativa é alta para os Jogos Paralímpicos da capital japonesa no próximo ano.

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“Quando saímos de 2016 já traçamos o que queríamos para Tóquio. Montamos um planejamento de quais momentos os atletas seriam avaliados, testados e qual resposta nós queríamos para saber se estávamos no caminho certo ou não. Eu espero excelentes resultados. O que me deixa falar isso são os bons resultados que conseguimos no Pan e no Mundial do ano passado”

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