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Prepare-se: os e-sports estão a caminho das Olimpíadas

Alvo de polêmica na última semana, os e-sports, goste-se ou não deles, estão na rota do COI para os Jogos Olímpicos

e-sports esportes eletrônicos
Os e-sports podem encontram um lugar no programa dos Jogos Olímpicos, mas não no formato das competições de videogame (Freepick/DCStudio)

A ministra do Esporte, Ana Moser, meteu-se em um vespeiro na semana passada, ao falar, durante uma entrevista ao canal UOL Esportes, algo simples e claro, na minha opinião: e-sports é indústria de entretenimento, não é esporte! Os detalhes de toda a confusão, que tem como pano de fundo a disputa por recursos públicos para os esportes eletrônicos, como Bolsa Atleta ou Lei de Incentivo ao Esporte, por exemplo, estão no link.

Respeito todos os “gamers”. Reconheço que inúmeros empregos são gerados em torno desta indústria, assim como milhões de reais que circulam em eventos, competições e produtos. Não sou burro ou cego. Mas estamos falando aqui de conceitos básicos.

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Esporte remete à atividade física, movimentar o corpo, buscar o equilíbrio da saúde física e mental. Apenas ficar apertando loucamente um joysitck ou um teclado não faz de ninguém um atleta, sinto muito. E assim como Ana Moser, que foi vítima de uma verdadeira “jihad cibernética” da comunidade gamer, esse blog finca bandeira e jamais vai reconhecer e-sports como atividade esportiva.

Isto posto, gostemos ou não, os e-sports chegarão sim aos Jogos Olímpicos. É questão de tempo. O COI (Comitê Olímpico Internacional) há muito está de olho no potencial que os esportes eletrônicos têm para ajudar rejuvenescer o público consumidor das Olimpíadas, atendendo aos conceitos da Agenda 20+20, lançada há mais de dez anos, e atualizada em 2021 como nome “2020+5”. Coisa que o COI vem fazendo ao agregar esportes como skate, surfe e escalada esportiva em Tóquio-2020, e agora o breaking para os Jogos de Paris-2024.

Olímpico, mas com limitações

Mas calma lá: ninguém verá jogos de videogame tradicionais no programa olímpico, como “League of Legends”. Isso não será admitido jamais. Mas o COI planeja sim jogos com algum tipo de atividade física. Algo que a própria entidade já lançou em 2021, com o nome “Série Olímpica Virtual”, com competições em simuladores de vela e ciclismo, por exemplo.

Neste ano, em junho, um novo marco que mostra o avanço do COI rumo aos esportes eletrônicos nas Olimpíadas será a realização da Semana Olímpica de E-Sports, em Cingapura. Ainda não foram divulgados detalhes do evento, mas a Série Olímpica Virtual de 2022 reuniu 250 mil participantes de 100 países, competindo em modalidades como beisebol, automobilismo, ciclismo, remo e vela. Para bom entendedor, estes números são uma clara resposta do que virá num futuro próximo. Por isso, se você torce o nariz para ideia de ver e-sports se tornar esporte olímpico, é bom mudar seus conceitos, ou aceitar que dói menos, como se diz por aí. Algo que vale inclusive para este blogueiro.


Cuba busca agora ser protagonista no boxe feminino

Enquanto o boxe tem seu futuro incerto nos Jogos Olímpicos, a modalidade está sim ganhando um sopro de modernidade. E ele vem do segundo país mais vencedor da história olímpica. Após a liberação do governo de Cuba para a prática das mulheres, o boxe feminino entrou na rota das autoridades que comandam o esporte cubano para receberem apoio e investimento e assim, tornarem-se tão relevantes como o masculino.

Além de iniciar uma pré-seleção de possíveis talentos, a federação cubana de boxe pretende convidar atletas de outras modalidades de lutas para avaliar as que tenham as aptidões físicas e níveis técnicos necessários para competirem no boxe. Segundo Alberto Puig de la Barca, o plano é formar uma equipe em condições de conquistar medalhas nos Jogos Centro-Americanos de San Salvador, em junho, e o Pan-Americano de Santiago-2023, em outubro. O objetivo fundamental, contudo, é incentivar a prática do boxe feminino de forma massiva em Cuba.

Na história das Olimpíadas, o maior ganhador no boxe são os Estados Unidos, com 117 medalhas, sendo 50 de ouro, seguido justamente de Cuba, que disputa a modalidade desde Roma-1960 e já conquistou 78 medalhas,  41 delas de ouro. O boxe feminino passou a integrar os Jogos a partir de Londres-2012.

OLÍMPICAS

Paris-2024 mais cara

Embora financiada basicamente pela iniciativa privada, a Olimpíada de Paris-2024 tem sim uma parte bancada pelo governo francês. E essa conta ficou um pouco mais cara. De acordo com o escritório nacional de auditoria da França, o custo para o erário público da organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris aumentou cerca de 10%, subindo para € 4,4 bilhões (R$ 245 bilhões), especialmente em gastos de infraestrutura. Ainda assim, a empresa de auditoria não encontrou sinais de descontrole de gastos na organização dos Jogos de 2024 até o momento.

Segurança sob suspeita

Auditoria apresentada no parlamento da França alertou sobre o plano de segurança para Paris-2024. A preocupação principal está no esquema que envolverá as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que acontecerão no Rio Sena. A luz amarela acendeu após uma pessoa não identificada ferir com uma faca outras seis na estação de trem Gare du Nord, uma das mais movimentadas da capital francesa, na última quarta-feira. Relatório enviado ao comitê organizador questionou, por exemplo, a extrema dependência de empresas particulares de segurança.

Castellani de volta

Um dos integrantes da seleção masculina de vôlei que foi medalha de bronze nos Jogos de Seul-1988, o ex-levantador e atual treinador argentino Daniel Castellani foi anunciado como novo técnico da seleção argentina feminina. Em sua primeira experiência comandando um time de mulheres, Castellani espera alcançar resultados como os que obteve na seleção principal masculina, quando foi medalha de ouro no Pan de Mar del Plata-1995. Ele também comandou a Polônia, campeã europeia de 2009.


A FRASE

“A meu ver o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu”

Ana Moser, ministra do Esporte, ao explicar sua opinião sobre os e-sports em entrevista ao UOL


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