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‘Não tenho margem de erro’, diz Marcelo Contini sobre Tóquio

Terceiro melhor brasileiro no ranking da categoria, judoca vê os Jogos de Tóquio como a sua grande chance de disputar uma Olimpíada

Marcelo Contini lê sobre mercado financeiro e faz cursos na quarentena
Marcelo Contini terá que fazer "ano" sem erros para Tóquio (Reprodução Instagram/marcelocontini)

Aos 31 anos de idade, Marcelo Contini está em uma situação diferente na carreira. Terceiro melhor brasileiro no ranking mundial da categoria até 73 kg, o judoca brasileiro terá que melhorar sua colocação no ranqueamento para tentar se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio. “Não tenho margem de erro”, afirmou, em live nesta sexta-feira (21) para o Olimpíada Todo Dia

Não é segredo para ninguém de que se a Olimpíada do Japão fosse em 2020, Marcelo Contini estaria fora e não realizaria o sonho de ser um atleta olímpico. Por conta disso, ele não disfarça o que sentiu sobre o adiamento dos Jogos por conta da pandemia. “Eu sou sempre bem franco quanto a isso. Eu não estava classificado para os Jogos Olímpicos e vi isso com um sinal”. 

Apesar de ser o terceiro melhor do país em sua categoria no ranking mundial de judô, Marcelo Contini sabe o que precisa fazer. Atualmente, o brasileiro é o 66º colocado na lista geral da IJF (Federação Internacional de Judô). O melhor do Brasil na categoria é Eduardo Barboza (35º colocado), seguido de David Lima (48º).

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Para a Olimpíada, são classificados através do ranqueamento os 18 melhores de cada categoria, com o limite de um atleta por país. Por isso, Marcelo já sabe o que precisa fazer quando as competições retornarem. 

“Sou o terceiro do Brasil, mas nenhum dos três está bem classificados no ranking mundial. Então qualquer bom resultado, qualquer medalha já me deixa bem colocado. Mas eu não tenho espaço para erro, não tem matemática se eu errar, ir mal”. 

Precisa ser agora

A fala de Marcelo Contini mostra um ar de urgência e isso se explica. Em razão da idade e por estar na seleção brasileira adulta há quase uma década, ele entende que a hora de realizar o sonho olímpico é agora.

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“Essa é a minha Olimpíada. Estou com 31 anos e precisa ser agora. Hoje não me vejo competindo em Paris-2024. Por competir na categoria até 73 kg e ter a questão da perda de peso, que não é nada saudável, eu não me vejo daqui há quatro anos disputando a vaga. Precisa ser agora”. 

Porém, sabendo que a posição de Marcelo Contini não é favorável para a classificação e sem saber quando o circuito mundial de judô voltará a ter competições, a situação do judoca fica incerta. Mesmo assim, o brasileiro sabe quais os caminhos poderá usar para tentar a tão sonhada vaga olímpica. 

“As convocações não levam em conta só o ranking mundial, mas depende muito da competição. Tem torneio que permite apenas dois atletas, então se a Confederação já tiver convocado dois atletas, eu não tenho como ir. Contudo, se o Brasil tiver chamado somente um atleta e a competição permitir dois, eu posso solicitar para a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) e, se for permitido, ir por conta própria”.

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Ciclo de anos opostos

No ciclo para a Olimpíada do Rio de Janeiro, Contini esteve disputando a vaga na categoria com Alex Pombo, mas acabou fora. Aproveitando o embalo, Marcelo teve um fim de 2016 e um 2017 extremamente positivo, com resultados no Brasil, no exterior e chegou a figurar entre os dez melhores judocas do mundo em sua categoria. 

Entretanto, o cenário mudou em 2019. No ano passado, Marcelo Contini teve duas lesões sérias, ficou muito tempo fora de ação e a queda no ranking mundial de judô aconteceu. 

“Eu tive um 2019 bem difícil. Tive duas lesões sérias, uma no ombro e uma no joelho, e só por elas eu fiquei cinco meses parado. Na volta, eu lutei no Grand Slam de Brasília, que eu perdi para o campeão, e em Paris eu perdi cedo também. No fim, as lutas foram boas, mas os resultados não foi bom”. 

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E depois de Tóquio? 

Mesmo pensando e fazendo de tudo para que consiga se classificar para Tóquio, Marcelo Contini já pensa no pós-carreira. O tempo que está entre os melhores do país e o fato da carreira de atleta ser menor fazem com que o judoca imagine um pós carreira, mesmo sem saber exatamente o que quer fazer. 

“Penso sim no pós-carreira por conta da idade. Eu ainda não sei exatamente o que eu quero fazer e acho que vou fazer quando eu precisar. Eu ainda não sei ao certo, gosto de falar, gosto de dar aula, mas são coisas que eu nunca fiz. Quero primeiro aprender a fazer essa nova coisa que virá, quero me preparar para poder fazer bem feito”. 

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