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Seleção Brasileira

Liberação da Fiba é o mais novo título mundial do basquete brasileiro

Com o fim da suspensão da Fiba, basquete do Brasil poderá enfim começar a trilhar o caminho para esquecer os vexames que o levaram ao fundo do poço

Atualizado

A grande notícia recebida nesta quarta-feira pelo basquete brasileiro, a retirada da suspensão pela Fiba, equivale a um título mundial. Não se trata de um exagero do blogueiro, fã declarado da modalidade e que durante muitos anos, em sua vida de repórter, foi setorista (para quem não é da área, é o repórter especializado em cobrir determinado assunto).

A decisão da Federação Internacional de Basquete representa, na prática, a “carta de alforria” que o basquete nacional tanto precisava. Foi, sem dúvida alguma, um feito notável da nova administração da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), sob o comando de Guy Peixoto desde março, quando venceu a eleição e herdou uma entidade falida, com dívidas que estavam na casa dos R$ 15 milhões, diversas suspeitas de uso indevido de dinheiro público e calotes também na própria Fiba. Tudo graças a uma administração calamitosa do ex-mandatário, Carlos Nunes, que até onde se conhece a história, está por aí, livre, leve e solto.

(Em tempo, confira aqui a carta aberta aos fãs do basquete, no site da CBB, sobre a revogação da suspensão da Fiba)

Com apoio de grandes nomes da história do basquete nacional, como Amaury Pasos, Wlamir Marques e Marquinhos Abdalla, entre outros, Peixoto conseguiu convencer a cartolagem da Fiba que a CBB estava passando a régua em um passado cheio de pilantragens e incompetência administrativa. A suspensão deveria ter sido revogada em maio, mas a direção da Fiba ainda não sentia firmeza nas intenções dos brasileiros. Nesta quarta, finalmente o sinal verde foi dado.

É claro que o basquete brasileiro não vive um céu de brigadeiro. Há problemas que precisam  ser resolvidos, como  a pendência entre CBB e a LNB (Liga Nacional de Basquete), em relação à organização da Liga de Desenvolvimento do NBB, além de outras competições de base. A própria situação do basquete feminino ainda me parece um tanto nebulosa nesta nova fase. Mas seria impossível resolver em três meses toda a herança maldita de Carlos Nunes & Cia.

A comparação com a conquista de um novo título mundial, que está na abertura do post, pode também ser justificada pelas informações que vinham de fora logo após a suspensão. Conforme reportagem publicada no Diário LANCE! em novembro, a primeira opção da Fiba foi, com ajuda do COB, instituir uma intervenção na CBB. Além de podar a própria autonomia da modalidade  para resolver seus próprios problemas, exigindo uma mudança geral, nada poderia assegurar que a medida teria êxito.

Liberado para retornar às competições internacionais de clubes e seleções, além de poder receber verbas públicas como recursos da Lei Agnelo/Piva que estavam retidos pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), é hora do basquete brasileiro olhar para o futuro e tentar retomar o caminho das antigas glórias do passado.

Atualização: Nesta quinta-feira, a Fiba soltou seu comunicado oficial a respeito do final da suspensão. Foi quando ficamos sabendo que, na verdade, a federação internacional impôs uma série de condições à CBB para definitivamente retirar a suspensão. Ou seja, o basquete brasileiro está “sub-júdice”. Nos próximos dois meses, a Fiba estará com uma enorme lupa sobre a CBB até conceder a liberação definitiva. Por isso, mais do que nunca, o momento entre todos os envolvidos no basquete nacional seja de união.

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