Siga o OTD

Boxe

Brasil sonha com o melhor resultado da história no Mundial

Beatriz Ferreira, Jucielen Romeu e Graziele Jesus representarão o Brasil no campeonato Mundial de boxe feminino, que acontece na Rússia, a partir de quinta-feira (03)

Beatriz Ferreira - Mundial de Boxe feminino torneio strandja
Jonne Roriz/COB

Vai começar o Campeonato Mundial de boxe feminino 2019! A cidade de Ulan-Ude, na Rússia, vai receber as melhores atletas da modalidade a partir desta quinta-feira (03), em uma competição que pode ser uma espécie de “treino” para a Olimpíada de Tóquio 2020. O Brasil contará com três representantes: Beatriz Ferreira, Jucielen Romeu e Graziele Jesus.

Depois da conquista da medalha de bronze de Hebert Souza, o Brasil sonha com o melhor desempenho, em quantidade de medalhas, de sua história em mundiais de boxe feminino. Até 2019, o país subiu ao pódio em duas oportunidades. Em 2010, Roseli Feitosa foi ouro na categoria até 81kg, que não faz parte do programa olímpico. Já em 2014, Clelia Marques ficou com a medalha de bronze na disputa até 51kg.

Porém, o Brasil não terá vida fácil na competição, que começa nesta semana na Rússia. “Esperamos um domínio da China. Elas dominaram o mundial de 2018 com muita facilidade. A Índia vem crescendo. Além disso, também pelo que aconteceu no último ano e por ser na Rússia, acredito que a equipe da casa venha muito forte (o país conquistou apenas uma medalha de bronze em 2018). Penso que o domínio vai ficar entre esses três países”, comentou Mateus Alves, técnico da Seleção Brasileira de boxe.

“A equipe adulta feminina da China tem 50 meninas treinando junto. Aqui no Brasil, eu tenho sete. Todas aqui tem resultado, conseguem mostrar que tem qualidade, que merecem estar aqui. Mas lá, da quantidade eles tiram a qualidade e acabam dominando”, completa Mateus.

O que esperar do trio brasileiro na Rússia

O ano de 2019 mudou o patamar do boxe feminino brasileiro. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o Brasil levou Beatriz Ferreira, Jucielen Romeu e Flavia Figueiredo e as três subiram ao pódio. Apesar da mudança no trio que representará o país, com a entrada de Graziele e a saída de Flavia, a equipe do Brasil quer continuar na briga pelo pódio.

Beatriz Ferreira, a primeira mulher do boxe brasileiro a conquistar a medalha de ouro em Jogos Pan-Americanos, é a maior esperança de pódio. Além do primeiro lugar em Lima, a boxeadora está se mantendo entre os maiores nomes de sua categoria durante todo o ciclo olímpico de Tóquio 2020.

Jonne Roriz/COB

“A Bia é nosso carro chefe para o Mundial. Ela é a atleta com o maior número de vitórias em nível internacional, campeonatos preparatórios, Jogos Pan-Americanos, Jogos Sul-Americanos e já passou por um Mundial. Ela é uma das atletas favoritas da categoria e confiamos que ela consiga chegar ao pódio”, disse o treinador.

Apesar de ser a esperança do Brasil de uma medalha e até brigar pelo ouro, Beatriz Ferreira não tem uma boa recordação do Mundial de Boxe feminino. Em sua única participação na competição, a brasileira foi derrotada em seu segundo combate pela sul-coreana Oh Yeon-Ji.

“Eu estou mais pronta. Cresci em todos os sentidos, melhorei fisicamente, aprendi a lutar mais taticamente. Agora eu sei a importância das estratégias e sei que tenho que seguir. A derrota ano passado me fez aprender, infelizmente na dor, que eu precisava melhorar nesses sentidos. Vou para esse mundial para lutar, me divertir no ringue e buscar a minha medalha que falta”, disse a atleta.

Já Jucielen Romeu chega à Rússia em um momento um pouco diferente. Depois da conquista da medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, a boxeadora passou por uma mudança de categoria, a terceira de sua carreira. “A Jucielen fez uma campanha em Lima 2019 sensacional. Ela vem de mudanças de categoria, era da 51kg, passou para a 54kg e vai lutar no Mundial na 57kg. No ano passado ela foi top 8, perdeu na terceira luta (que foi o melhor resultado do Brasil na competição). Então, esperamos que ela repita o desempenho em 2019, pelo menos, ou chegue na medalha”, falou Mateus Alves sobre a atleta.

Aos 23 anos e partindo para o segundo Mundial de sua carreira, Juci não esconde a confiança e deixa claro seu objetivo: “A expectativa é grande. Ano passado eu fiz minha estreia em mundiais, então eu já sei como são as coisas. Estou confiante, creio que vou ter um bom desempenho, quero conquistar uma medalha e ficar entre as melhores do mundo na minha categoria”.

Jonne Roriz/COB

Por estar na primeira competição de grande porte na nova categoria, Jucielen consegue fazer uma comparação entre a boxeadora que era, em 2018 na categoria até 54kg, e a que está indo para a Rússia em 2019 para este mundial: “Mudei bastante. Estou mais experiente, estou mais forte, tenho lutado com meninas mais fortes, tenho mais visão de luta agora. Como a 57kg é uma categoria olímpica, o Mundial já vai preparar para o que esperar em Tóquio 2020″.

Mais experiente do trio que vai para a Rússia, Graziele Jesus, aos 28 anos, vai para o seu quinto mundial. A boxeadora brasileira quer melhorar sua colocação em relação a 2018, quando acabou no top 8 de sua categoria.”Tenho uma expectativa muito grande de, primeiramente, representar bem o meu país e poder trazer uma medalha no peito, já que estou preparada e muito bem treinada para este mundial”, conta.

Reprodução / Facebook

Em 2018, Grazi foi uma das melhores brasileiras no Campeonato Mundial de boxe feminino, ao lado de Jucielen Romeu, ao ser derrotada no combate anterior a medalha. Para a atleta, pouca coisa mudou neste ano de intervalo entre os torneios, mas a cabeça da brasileira está pronta.

“Na verdade, não é o que mudou e sim o que cresceu em mim. Pois de lá pra cá, me sinto convicta de que posso lutar de igual pra igual com qualquer atleta do mundo. Não é somente subir no ringue, tudo tem uma preparação física e mental que, nesse mundial de 2019, está mais aprimorado em mim”, comentou a atleta.

Para o técnico Mateus Alves, a boxeadora está em um momento de dar um passo a mais. Depois de terminar no top 8 do último mundial, Graziele vai competir com pressão por resultado na Rússia.

“Ela é a atleta mais veterana do grupo. É o quinto mundial, então nós temos sim uma expectativa nela, o que é normal. Assim como a Jucielen, ela perdeu em 2018 na terceira luta e esperamos que o resultado neste ano seja igual ou superior a este. Tem um pressão sim, mas nada fora do normal”, disse Mateus.

Caminhos opostos na estreia

Representante do Brasil na categoria até 57kg, Jucielen Romeu já sobe ao ringue nesta quinta-feira (03). A brasileira não terá vida fácil em sua primeira luta no Mundial de Boxe feminino. A atleta encara a filipina Nesthy Petecio, que foi medalha de prata no mundial de 2014, e já figurou entre as melhores do mundo em seu peso.

Na mesma data, Graziele Jesus abre sua participação na competição mais importante da temporada com uma adversária menos complicada. A brasileira desafia a jovem suíça Eliana Pileggi, de apenas 20 anos, que faz sua estreia em um Campeonato Mundial de Boxe adulto.

Maior esperança de medalha para o Brasil, Beatriz Ferreira ainda não tem adversária definida para a primeira luta na competição.

Mais em Boxe