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Quarentão Timo Boll e a primeira medalha individual em Mundiais

Alemão conquista segunda medalha no evento individual, 10 anos após a primeira

Timo Boll saca em Houston-2021
Timo Boll (Foto: Wu Xiaoling/XinHua/dpa)

O mesatenista alemão Timo Boll figura há tempos entres os melhores do esporte. Ele ocupou o topo do ranking mundial em 2003, 2011 e em março de 2018. E tem 4 medalhas olímpicas em sua coleção: 2 de prata e 2 de bronze, todas por equipes – conquistadas entre Pequim-2008 e Tóquio-2020.

O alemão tem ainda 2 títulos de Copa do Mundo e muitos outros em Campeonatos Europeus. Mas curiosamente, em Campeonatos Mundiais Timo Boll tinha uma única medalha no individual, o bronze conquistado em Rotterdam-2011.

Mesatenista Timo Boll foi o porta-bandeira da Alemanha nos Jogos do Rio-2016
Mesatenista Timo Boll foi o porta-bandeira da Alemanha nos Jogos do Rio-2016 (Divulgação)

Em março deste ano, Timo Boll completou 40 anos e seguiu aumentando sua coleção de medalhas. Foi campeão europeu individual em junho, ajudou a Alemanha a conquistar a prata por equipes nos Jogos de Tóquio-2020 e no recém-realizado Mundial em Houston-EUA, conquistou o bronze no individual. Ou seja: a medalha em solo americano veio 10 anos depois de sua primeira medalha individual em mundiais.

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Bronze no Mundial de tênis de mesa em Houston-2021

Em Houston, o alemão só parou diante do sueco Truls Moregard, a sensação do torneio. Aos 19 anos e com um estilo diferenciado, Moregard mostrou técnica, habilidade e muita ousadia. O jovem de raquete hexagonal e então número 77 do ranking venceu 4 dos seus 6 jogos até a final pelo placar de 4 a 3, ou seja: no sétimo set. E conseguiu grandes viradas: diante do sul-coreano Lim Jonghoon entre os 16, quando perdia por 3 sets a zero; e na semifinal contra Timo Boll, depois de ver o alemão abrir 2 a 0 e depois 3 sets a 2. (Moregard perderia na final para o eventual campeão, o chinês Fan Zhendong. E vale mencionar que com o vice no Mundial, o sueco subiu para a 31ª posição no ranking, isto é, um salto de 46 posições!)

Na semifinal entre Truls Moregard e Timo Boll, o narrador da transmissão oficial comentou que o alemão estava com uma lesão na região do abdômen – e Timo realmente deixava escapar uma expressão de dor ao final dos pontos mais disputados. Mas ele foi em frente e não deixou de reconhecer a grande atuação de Moregard após a partida.

Timo Boll (Alemanha) e Truls Moregard (Suécia) na semifinal em Houston-2021
Timo Boll (sacando) e Truls Moregard na semifinal em Houston-2021 (Foto: WTT)

Declarações pós-jogo

Veja o que o mesatenista alemão Timo Boll disse à ITTF após a derrota para Moregard na semifinal:

“Dei o meu melhor. Não foi fácil fisicamente, mas comecei bem, estava na frente e me esforcei até mais do que eu acreditava que podia. Mas ele (Moregard) foi se acostumando ao meu estilo, jogou bem no final e venceu. Estou um pouco chateado porque, por um momento, achei que tivesse chance. Mas assim é a vida, como um jogador mais velho isso vai acontecer. De qualquer forma, estou feliz por ter chegado às semifinais.”

“Truls (Moregard) tem um estilo diferenciado, incomum. Foi a primeira vez que nos enfrentamos. Então, para ele foi novidade me enfrentar, meu estilo também não é comum, não é mais um estilo moderno – mas ele também joga de um jeito totalmente diferente, único. Mas no final ele jogou de modo fantástico, acertou golpes difíceis e tem um grande futuro pela frente.”

Timo Boll e a longevidade no tênis de mesa

“Procuro levar a vida de um atleta profissional, tento me adaptar aos estilos modernos e aperfeiçoar o meu estilo. Mas muita coisa tem a ver com a condição física, que não estava perfeita aqui… quando você tem 40 anos, não consegue lidar com isso de modo perfeito.”

“Vou tentar seguir adiante; sempre me surpreendo de ainda poder ir tão longe. Vim para cá sem nenhuma grande expectativa, mas de alguma forma cheguei às semifinais, dei o meu melhor. Perdi para um jovem que está surgindo – isso acontece. Mas estou feliz com a minha performance, me esforcei até o limite… mais (do que isso) não era possível.”

Timo Boll, 40 anos. Para ele, a idade é apenas um número.

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