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Basquete

A renovação da seleção brasileira de Petrovic já começou

Técnico da seleção brasileira masculina já iniciou o processo de rejuvenescimento do elenco visando o próximo ciclo olímpico

Petrovic é otimista com o futuro do Brasil no basquete (Divulgação CBB)

Foi-se o tempo em que a convocação da seleção brasileira masculina de basquete era feita com nomes como Nenê, Leandrinho, Guilherme Giovannoni e Tiago Splitter. Nos últimos anos, apesar de ainda contar com atletas experientes, o técnico Aleksandar Petrovic tem chamado jogadores de uma nova geração. “É preciso dar oportunidade para os mais novos, o Brasil terá um bom futuro”. 

Uma prova desse novo pensamento é a recente convocação da seleção brasileira para a janela de jogos pela eliminatória da Copa América, que acontecerá em 2022. Dos 16 nomes chamados pelo treinador Petrovic, apenas dois tem mais de 30 anos. Alguns jogadores foram lembrados pela primeira vez para a seleção principal, como é o caso de Caio Pacheco, Pedro Nunes e Gui Santos. 

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“Da última convocação, 10 jogadores seguem na lista e isto mostra que estou muito satisfeito com o que ele fizeram. Claro que eu preciso colocar alguns veteranos no grupo. Eu considero Lucas Dias, Jhonatan Luz e Rafael Mineiro os veteranos deste elenco, Yago também já tem três anos de seleção. Caio Pacheco esteve na seleção de base e mereceu uma convocação, assim como Cauê Borges. O Gui Santos é novo mas chama a atenção há algum tempo”.

“Eu gosto das opções que o Brasil me dá com os jogadores que tem para o Pré-Olímpico. Estou ansioso e quero que chegue logo essa janela de jogos das eliminatórias do Copa América para conseguir confirmar o que penso de alguns jogadores como Georginho, Gui Santos, Leo Demétrio e outros que podem ajudar no futuro”, completou Petrovic. 

O futuro é bom 

Desde que chegou ao comando da seleção brasileira, Petrovic trouxe para as convocações os nomes de Yago e Didi. Apesar da pouca idade, a dupla esteve em quase todas as convocações do treinador e disputaram o último Mundial de basquete, realizado na China, em 2019. 

Contudo, a última lista anunciada pelo técnico mostra que eles não são os únicos jogadores observados pelo treinador. Gui Santos, de 18 anos, Pedro Nunes, de 20, Caio Pacheco e Dikembe, de 21, são os mais novos desta convocação e fazem com que Petrovic seja otimista com o futuro.

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Dikembe, Paulistano, MVP do LDB 2019
Dikembe foi MVP da LDB de 2019 com o Paulistano (João Pires/LNB)

“Agora estou convencido que temos futuro. Olhando para o grupo de atletas e tirando todos os veteranos, temos um grupo de seis ou sete atletas que podem jogar em muito bom nível por quatro, cinco anos pela seleção brasileira. Mas também temos os mais novos que estão chegando com qualidade e tem todo o direito de jogar. Imagino que esta equipe mais nova será a equipe na Copa América de 2022 e alguns desses atletas estarão no time do Pré-Olímpico no ano que vem. Estou feliz quando imagino o que a seleção brasileira pode fazer no futuro e em como ela pode jogar”. 

Os novos trazem dor de cabeça boa

A mais recente convocação do Brasil trouxe Caio Pacheco como uma das boas surpresas. Apesar da pouca idade, o armador ganhou notoriedade do grande público por ter se inscrito no draft da NBA deste ano. 

Caio Pacheco em ação pelo Bahía Basket, da Argentina (Reprodução/ar.nba.com)

Diferente da grande maioria dos brasileiros, Caio Pacheco fez sua formação no basquete na Argentina e atualmente defende o Bahía Blanca. Com grandes número na temporada argentina, Caio ganhou destaque e confiança. Em 21 jogos disputados pelo time na Liga Nacional, sendo cinco como titular, teve médias de 19,4 pontos, 6 assistências, 3,1 rebotes e 27,8 minutos por partida.

A temporada pelo Bahía Blanca e as atuações pelas seleções de base chamaram a atenção de Petrovic, que o chamou para a equipe principal. Perguntado sobre o armador, o treinador é direto. “Temos que partir do ponto que ele está no time certo para evoluir na posição. Não só pela comissão técnica e estilo de jogo, mas até pelo presidente do clube (Pepe Sánchez, armador titular da seleção argentina campeã olímpica em Atenas-2004). A leitura dele é boa e tem crescido muito nos últimos anos, vamos ver como será na seleção”. 

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Contudo, Petrovic pondera também a atual situação da posição de armador na seleção brasileira. “Existem posições em que estamos muito bem para o futuro. Um exemplo é a de armador. Consigo te dizer cinco, seis, sete nomes que eu posso convocar e conseguir manter um bom nível na posição, mas só posso levar três”. 

Recado aos mais novos 

Conversando sobre esse chegada de novos nomes para a seleção brasileira de basquete masculino, Petrovic quis deixar claro uma coisa na entrevista exclusiva que deu ao Olimpíada Todo Dia. “O pior jogador é o acomodado. Não será admitido jogador acomodado em quadra na seleção”. 

Georginho Brasil Seleção Brasileira Basquete Tóquio
MVP do último NBB, armador do São Paulo é acompanhado por Petrovic
(FIBA Américas/Divulgação)

Segundo o treinador, os jogadores não podem se preocupar com o tempo que terão em quadra. Jogando por apenas dois minutos, 20 ou os 40, a dedicação tem que ser a máxima que cada um pode dar, sem “estar a meio gás”.

“Não é bom que os jogadores se acomodem. Quando se está acomodado não se está bem. Georginho, do São Paulo, é um exemplo que eu uso para explicar. Eu vejo que joga 30, 35 minutos mas somente 15, 20 deles no máximo que pode e o restante a meio gás. Isso não pode e não vai acontecer na seleção”.

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