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Basquete

Vinda da Mangueira, Rapha Monteiro faz sua rota no esporte

Jogadora de 25 anos começou no esporte no projeto da escola de samba carioca e é um dos destaques do Brasil nos últimos anos

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Jogadora tem passagens pela seleção brasileira de basquete (instagram.com/raphabasket)

“Naveguei cruzando os mares, de verde e rosa eu vim, desvendei tanta beleza e hoje sou feliz assim”. Quando a Estação 1ª de Mangueira começou seu desfile pela Marquês de Sapucaí em 1995, Raphaella Monteiro não tinha nem um mês de vida. Alguns anos depois, a escola de samba carioca foi essencial para que a atleta chegasse na seleção brasileira de basquete. 

“Eu fiz tudo que dava na Mangueira de esporte. Fiz ballet, fiz tudo. Tudo mesmo que dava para fazer de atividade esportiva minha mãe me colocou”. A fala é da própria Raphaella Monteiro. Aos 25 anos, a jogadora coleciona prêmios individuais e títulos no Brasil e no mundo no basquete, esporte que ela decidiu levar para a vida. 

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Rapha passou toda a sua formação esportiva dentro do Instituto Mangueira do Futuro, da vila olímpica da escola de samba carioca. Mesmo passando por tantas modalidades, conseguiu decidir pelo basquete.

Caminhada no profissional

Apesar de não ser muito experiente, Raphaella Monteiro é um dos destaques do basquete feminino brasileiro. Presente na seleção brasileira adulta desde 2017, a ala vem ganhando experiência no decorrer dos jogos e temporadas. 

Aqui no Brasil, já passou por Sport, América, Uninassau, Sampaio Corrêa e Ituano. Além dos times e da LBF (Liga de Basquete Feminino), atuou na Europa defendendo o União Sportiva, de Portugal. Apesar de ter prêmios individuais, como o de revelação da LBF 2016/2017, e conquistado títulos em solo brasileiro e no velho continente, Raphaella Monteiro atualmente está sem clube, muito pelas dificuldades impostas pela pandemia.

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Sobre os últimos anos da carreira, é direta. “Tudo foi muito bom. Consegui crescer e vir ganhando experiência conforme as temporadas, mas nada foi como o ano de 2019. Além do título da LBF pelo Sampaio Corrêa, teve a campanha nos Jogos Pan-Americanos de Lima e fez com que o ano fosse muito especial”. 

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Tudo começou no Morro da Mangueira (instagram.com/raphabasket)

2019 especial

Raphaella Monteiro esteve presente em todas as competições disputadas pelo Brasil nas últimas temporadas. Em 2019, foi a primeira vez que a seleção brasileira se preparou com a comissão técnica de José Neto e, para a atleta, a equipe conseguiu aquilo que todas as jogadoras achavam que faltava.

“Desde que eu entrei na seleção, sempre teve aquele pensamento de ‘podemos mais’. Em 2019, com todo o trabalho que foi feito da comissão, eles fizeram a gente acreditar que era possível. E nas competições nós conseguimos concretizar. Com poucos meses de treinos a gente conseguiu o ouro em Lima”. 

 
 
 
 
 
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Ah 2019, um ano que começou bem difícil, sem muitas portas abertas, mas que depois começou a caminhar bem e quando vi, estava vivendo tudo isso que vivi. Sou imensamente grata por esse ano incrível, Deus é tão bom e generoso que é difícil explicar aqui. E o basquete só me mostrou o quanto eu ainda preciso caminhar, mas me mostrou também o quanto eu amo esse esporte e o quanto eu quero estar aqui. Obrigada a todos que de alguma forma contribuíram para meu crescimento e para eu chegar onde estou. Família, gratidão imensurável; amigos, vocês são pacientes, parabéns haha; torcedores, admiradores de basquete, obrigada por todo carinho!!! Gratidão sempre 🙏🏾 @basquetecbb @sampaiobasquete @ituanobasquete @lbf.oficial #basquetefeminino #basquetebrasil #rumoatoquio2020

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Usando a 5 ou a 55 

Quem acompanha a carreira de Raphaella Monteiro sabe que a atleta tem algumas características marcantes. Além do jogo mais físico, como ela mesma reconhece, o estilo aguerrido, adorando a marcação e se dedicando dos dois lados da quadra, a ala usa, sempre que possível, a camisa 5. 

“Na base eu comecei jogando com outras camisas. Joguei com a nove, com a oito, mas o meu técnico jogava com a cinco e ele vivia falando do número. Falava tanto que eu comecei a querer usar e consegui. Hoje, eu sempre deixo claro que quero usar essa numeração e quando não consigo, seja porque já está ocupado ou por qualquer outra razão, peço a 55”. 

“Eu queria fazer o que ela fazia”

O velho ditado diz que o trabalho enobrece o homem, e Rapha Monteiro concorda com a frase em todos os sentidos. Desde muito nova, a ala sempre entendeu que era preciso se dedicar para que a vitória na vida e no esporte viesse. 

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Janeth foi a primeira referência esportiva de Raphaella Monteiro (Divulgação/CBB)

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Desde os meus 14, 15 anos eu sempre ouvi dos meus treinadores que eu precisava trabalhar e que não basta ter talento, que tem que ser mais do que isso. Quando você vai ver a vida de um Kobe Bryant, um Michael Jordan, acompanha um LeBron James, que estão entre os maiores dos maiores, você vê o quanto eles trabalham. Eu sempre fiz mais do que os outros, não para aparecer ou algo do tipo, mas para que quando as coisas acontecessem eu estivesse mais preparada”.

Se dedicando mais que todas as companheiras, Raphaella Monteiro trilhou seu caminho pelas equipes em que passou. Entretanto, quando começou, a ala também teve suas referências e espelhos no basquete e na vida.

“A minha primeira referência foi minha mãe, Dona Lucia Monteiro. Ela é muito forte e o que ela fez por mim e pela minha família, da forma como fez sempre fez com que ela fosse o meu espelho. No basquete, minha primeira referência foi a Janeth. Quando eu tinha 15 anos ela me treinou e eu assistia muitos vídeos dela. Vi que estava jogando na posição que ela jogava e queria fazer o que ela fazia nas quadras nos tempos dela. No adulto eu comecei a me espelhar na Ariadna. Ela é uma das maiores da LBF e gosta do jogo mais físico, como eu”.

Raphaella Monteiro LBF
Raphaella Monteiro defendendo a Uninassau na LBF (João Pires/Arquivo LBF)

O futuro é bom

Com pouco mais de um ano da nova comissão técnica da seleção brasileira, o basquete feminino mostrou força. Não só pelo ouro em Lima, mas pelo terceiro lugar na Copa América e a disputa pela vaga olímpica até o último jogo. Com isso, Raphaella Monteiro projeta com bons olhos o futuro.

“Se com pouco tempo, apenas alguns meses de treino, conseguimos o que foi feito em 2019, vejo sim que somos capazes de ainda mais. Claro que precisamos manter o apoio e melhorar a cada temporada, mas imagino que podemos fazer mais no futuro”, finalizou.

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