A última medalha do Brasil nos Jogos Pan-Americanos Júnior veio com Cristhian Izaias, bronze na categoria acima de 98kg do levantamento de peso masculino. Ele levantou 155kg de arranco, 201kg de arremesso, um total de 356kg, mesma marca do argentino Joaquín Eluney Mesa, prata, e apenas um quilo a menos que o campeão Jhon Mario Martínez, da Colômbia. Muitas pessoas se perguntaram por que ele não tentou um quilo a mais no final para garantir a prata e mesmo tentar o ouro, o atleta do Instituto Mangueira explicou ao Olimpíada Todo Dia o motivo da decisão.
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“Eu nunca tinha tentado 200kg, meu máximo em treino foi 195kg, e em competição 192kg. Até então, no Paraguai, eu só tinha arremessado até 190kg. Fomos pela dança, um subindo 1kg cada vez mais. Mas tentamos não dar esse salto tão grande. Fomos no limite ali, e graças a Deus, a gente conseguiu”, explicou Cristhian.
Alex Tozzi, técnico da seleção de levantamento de pesos juvenil, confirmou a estratégia, frisando ainda que foi a melhor marca de Cristhian e comemorando o fato de ter superado a importante marca dos 200kg. “Foi no limite, chegou a ter um vermelho, então valeu a pena ter feito os 201kg”, indicou. “Até 2027, esperamos que ele consiga a vaga para os Jogos Pan-Americanos Lima-2027 pelo ranking”, completou Tozzi.
Inspiração familiar e busca por vida saudável
Cristhian Izaias disputará em setembro o Campeonato Sul-Americano no Equador. Em seguida, ele irá parao Brasileiro Sub-20, em Três Rios-RJ, onde tentará alcançar o índice para o Mundial da categoria de 2026. “Estava vindo de uma lesão na virilha, vim me recuperando nas últimas semanas com fisioterapia e tive o melhor atendimento no Paraguai. Faz três semanas que eu tenho sentido ela, treinando leve e na semana pré-competição treinamos mais forte”, disse o atleta.
Ele começou no levantamento de pesos com oito anos de idade, incentivado por sua prima Liliane, que estava em Assunção como técnica. Após ter parado de treinar, retornou aos 16 anos incentivado pelo irmão Gabriel Izaias, ex-atleta da modalidade. “Eu estava com obesidade infantil e foi o único esporte com o qual me identificava. Fui crescendo, crescendo, melhorando e hoje estou aqui”, contou o atleta de 19 anos.

Atleta do Instituto Mangueira, onde sempre treinou, Cristhian revelou que a tradição familiar não vai parar com ele. “É muito bom ver as crianças se inspirando na gente, falando ‘quando crescer quero ser que nem vocês’. Isso dá um incentivo, a gente fica feliz. Eu tenho um irmãozinho de 10 anos que está encaminhando também”, completou.
Assunção-2025 abaixo da meta, mas acima de Cali-2021
Alex Tozzi frisou que a meta do levantamento de pesos no Pan Júnior era conquistar três medalhas. Em Assunção-2025, o Brasil terminou com dois pódios. Além do bronze de Cristhian, Matheus Pessanha confirmou o seu favoritismo nos 98kg. Ainda assim, o técnico celebrou o fato de ter superado a campanha de Cali-2021, quando o Brasil levou apenas um bronze, com Taiane Justino.
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Ele ainda tem expectativas para os Jogos Pan-Americanos Júnior de 2029, cuja sede ainda não foi definida. “Temos uma geração sub-17 muito boa, temos meninas de 14 a 15 anos que estão dando um show e já figurando no nacional adulto, entre as três melhores. Temos a Isanelly (Cristina), Micaella (Severiano), Laura Anita (Romeiro), ou o Wagner (Nascimento) no masculino. A Isanelly, nossa campeã mundial, está puxando essa nova geração. Nos próximos Jogos, só o Cristhian poderá voltar”, lembrou o técnico.