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Volta Olímpica

Sem patrocínio, Bruno Fontes cita “motivação interna”

Reprodução/Instagram

Atrás da vaga olímpica, experiente velejador Bruno Fontes disputa última regata no Mundial de Vela nesta quinta-feira

Aos 39 anos, Bruno Fontes está na disputa de seu 19º Campeonato Mundial de Vela. Competindo na classe Laser no torneio que está sendo disputado em Aarhus, na Dinamarca, ele tenta a vaga em sua terceira Olimpíada. No momento, está em 23º lugar, e precisa ganhar ao menos duas posições na última regata, marcada para esta quinta-feira (9), para conseguir um lugar para o país em Tóquio 2020.

Experiente, sem patrocinadores, se mantendo com salário da Marinha e como proprietário de uma academia de cross-fit em Florianópolis, ele diz viver um momento bem tranquilo na carreira:

“Perdi o encanto de correr atrás de patrocínio. É um outro momento. Estou em um momento de motivação interna, por mim, estou investindo em mim. É uma coisa pessoal. Antigamente eu fazia muita conta, hoje estou numa vibe de fazer meu melhor mundial, apesar da idade, e o que eu conseguir fazer vai estar de bom tamanho, por que é pelas minhas forças e minha dedicação que estou aqui” – disse.

Bruno está no Mundial com ajuda da CBVELA, que custeou sua inscrição, mas pagou as demais despesas do próprio bolso. E ele não reclama, pois entende o atual momento do esporte nacional:

“A questão da crise, cada vez menos dinheiro para o esporte, tudo mais apertado, recurso público mais difícil, recurso privado, todo mundo em crise Eu não posso esperar o que eu esperava antes da Olimpíada do Rio. Estou caminhando para novos ares. Estou sem técnico, sem parceiro de treino…É difícil não ter o pacote que tinha antes, treinador, sparring, mas esse é o momento” – disse.

A melhor participação de Bruno em Campeonatos Mundiais foi em 2013, quando ficou em oitavo lugar. Em Jogos Olímpicos, ficou em 13º em Londres 2012, e em 27º em Pequim 2008. Cursando a faculdade de Educação Física, é proprietário de uma academia de Cross-fit.

“Eu sou proprietário da academia, tenho curso da cross fit, hoje eu estudo educação física, já sou estagiário dentro da minha academia. Posso puxar uma aula, fico rodando, e o pessoal gosta de ter um atleta olímpico ao lado” – disse.

Atualmente, Bruno ganha um salário da Marinha, e uma quantia de R$ 1000 do Bolsa Atleta, por ser campeão nacional da classe Laser.

“À Marinha eu sou muito grato. A gente tem um processo para entrar, só que não é só estar lá. Temos uma vida ativa lá, correr regata, dar palestras, tem uma troca. A Marinha que mantém meu sonho vivo de velejar” – concluiu.

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