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‘Isso mostra alguma coisa’, diz Carol Solberg sobre CBV

Em entrevista a Folha de São Paulo, atleta respondeu a nota oficial da CBV e a bicampeã olímpica Fabiana usou as redes sociais para se posicionar

Carol Solberg CBV Vôlei de Praia Bárbara Seixas

Nesta segunda-feira (21), Carol Solberg voltou a falar. Após gritar “Fora Bolsonaro” em uma entrevista durante uma etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia  e a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) se posicionar por nota oficial, a atleta deu falou o que pensa. Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, Carol se posicionou. “Isso mostra alguma coisa”. 

“Não sou ativista, mas me sinto na obrigação de me posicionar e é lamentável e curioso que eu possa ser punida por exercer a minha liberdade de expressão contra este desgoverno”, afirmou Carol. “Não tenho a menor ideia do que vai acontecer, mas a reação da CBV no meu caso foi bem diferente do ocorrido com o Wallace. Isso mostra alguma coisa”, disse Carol Solberg para a “Folha”.

Carol Solberg CBV
Carol Solberg é uma das melhores atletas do país no vôlei de praia (Divulgação FIVB)

Posicionamento um pouco diferente

A comparação feita por Carol Soberg com Wallace se deve a um posicionamento do oposto da seleção brasileira masculina de vôlei em 2018. Após uma partida do Mundial daquele ano, o atleta e o central Maurício Souza fizeram com as mãos o número 17, que era o do então candidato Jair Bolsonaro na eleição presidencial daquele ano. 

+ CBV e Comissão de Atletas não entendem o que é democracia

Na época, a CBV também se pronunciou de maneira oficial e informou que “A CBV repudia qualquer tipo de manifestação discriminatória, seja em qualquer esfera, e também não compactua com manifestação política. Porém, a entidade acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários da casa”. 

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A reação do público nas redes sociais foi grande e a ação de Carol Solberg viralizou. Pessoas apoiando e condenando a atitude da atleta se colocaram e a jogadora não sabe o que pode acontecer. 

“Esse grito não foi premeditado, estava no estômago, preso na boca. Recebi, sim, ataques, e mensagens de apoio de amigos, familiares. Muitos estão preocupados comigo, desde minha integridade física até minha carreira, o que mostra como este governo promove o ódio entre as pessoas”, afirmou.

Fabiana também se posiciona 

Outra atleta de grande importância para o vôlei brasileiro se posicionou. A central Fabiana, bicampeã olímpica com a seleção brasileiro de quadra, usou sua conta no Instagram para se colocar sobre o que aconteceu com Carol Solberg e sobre racismo.

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Difícil entender o que aconteceu. Vamos por partes. Primeiro, denegrir é uma palavra de cunho racista e JAMAIS deveria ser usado em qualquer situação. Estamos lutando dia após dia contra atos racistas, fazendo campanhas educativas e protestos, então seria ótimo repensar o uso de certos termos. Com isso já deixo a dica de além de denegrir não usem “lista negra”, “mulata”, “mercado negro”, “a coisa tá preta”, “serviço de preto”, entre outras mais. Segundo, vivemos (ainda) em um país DEMOCRÁTICO, em que atletas ou qualquer ser humano pode expressar suas convicções, desde que elas não sejam ofensivas, criminosas ou que faltem com respeito. Temos que ter muito cuidado com a censura ou flerte com a volta dela, precisamos estar atentos aos nossos direitos enquanto cidadãos. Portanto, não foi muito feliz a nota escrita pela CBV. Eu como atleta preta, que muito conquistei e representei esse país em todo mundo, não posso me calar diante das coisas que vejo. Sempre vou apoiar a democracia, as liberdades individuais e especialmente todo apoio a causa contra o racismo estrutural e diário que ainda insistimos em conviver achando “normal”. #blacklivesmatter #vidaspretasimportam #liberdade

Uma publicação compartilhada por Fabi Claudino 🥇🥇 (@fabiclaudino) em

O primeiro foi sobre o uso da palavra “denegrir”, que está presente na nota oficial da CBV. No post da rede social, Fabiana mostra sua revolta com o uso do termo que tem origem racista e pede o respeito a liberdade de expressão pelo fato do Brasil ser uma democracia. 

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