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Claudiney Batista quebra recorde paralímpico e é bicampeão do disco

Com a marca de 45,59 m, Claudiney Batista quebrou o recorde paralímpico e conquistou o bicampeonato do lançamento de disco F56

Claudiney Batista dos Santos lançamento de disco Jogos Paralímpicos Tóquio 2020
Miriam Jeske/CPB

Claudiney Batista dos Santos repetiu o feito da Rio-2016 e conquistou o bicampeonato do lançamento do disco F56. Para completar, quebrou o recorde paralímpico, que pertencia a ele mesmo, ao marcar 45,59 m, 1,21 m a frente do indiano Yogesh Kathuniya, que ficou com a medalha de prata. O cubano Leonardo Aldana, com 43,36 m, completou o pódio.

“Sabemos da nossa capacidade, do nosso esforço, do sacrifício que é ficar longe da família e longe dos amigos, longe dos filhos, estou com uma bebezinha nova e tenho um filho mais velho também. Então, quando chega esse momento, quando você consegue dar o melhor de si e o final é uma medalha de ouro, o coroamento de todo o esforço, isso não tem preço!”, afirmou Claudiney Pereira, que chegou à prova como o grande favorito por ser o atual campeão, além de recordista mundial e paralímpico.

Claudiney Batista medalha de ouro jogos paralímpicos lançamento de disco
Claudiney Batista conquistou a terceira medalha paralímpica de sua carreira (Miriam Jeske/CPB)

“Cheguei como o cara a ser batido e isso tem um peso, mas eu procuro tirar isso. Não me considero favorito. Sei da minha responsabilidade, mas não desmereço os adversários porque sei que eles trabalham muito e esse coroamento da medalha prova tudo”, afirmou o bicampeão paralímpico.

Na classe F56, os atletas ficam presos a uma cadeira fixa e fazem os seis arremessos de uma vez. Claudiney Batista dos Santos foi o sétimo a competir. Antes dele entrar, a melhor marca era do indiano Yogesh Kathuniya, que lançou o disco a 44,38 m.

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Mas logo na primeira tentativa, Claudiney Batista dos Santos assumiu a primeira colocação ao marcar 44,57 m. Depois de fazer 43,77 m na segunda e queimar a terceira, o brasileiro voltou a melhorar ao alcançar 44,92 m no quarto lançamento. No quinto, ele ampliou a vantagem ao chegar a 45,25 m. Para completar, ele chegou a 45,59 m, quebrando o recorde paralímpico, que pertencia a ele mesmo, em 26 cm.

“Eu me preparei muito! Eu estava confiante de que eu poderia bater de novo o recorde mundial (46,68 m), mas eu entrei um pouco apático porque os adversários anteriores tiveram problemas com queima e isso vem nos acompanhando faz anos ter problema com a arbitragem. Então, eu entrei um pouco retraído com medo de queima”, contou Claudiney Batista dos Santos, que explicou que, apesar dos atletas ficarem amarrados à cadeira na hora de arremessar, qualquer movimento que faça o competidor levantar um pouco o glúteo invalida o arremesso. “É um pouco interpretativo porque é um movimento natural, mas tem árbitro que dá queima. Então, eu entrei com esse medo por ter ficado quase por último para competir. Isso vai gerando aquela adrenalina, você fica ansioso e com um pouquinho de medo. Mas graças a Deus, não tive queima que me atrapalhasse, mas tive que segurar muito e até senti um estiramento no abdômen”, revelou.

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Com o desempenho obtido, no mínimo, ele já tinha a prata conquistada. Mas, para perder o ouro, o grego Konstantinos Tzounis, último a competir, teria que melhor em mais de três metros a melhor marca da carreira dele. Não foi o que aconteceu, o atleta atingiu 42,86 m em seu melhor lançamento, terminou em quarto lugar e Claudiney Batista dos Santos pôde comemorar o bicampeonato paralímpico.

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Foi a terceira medalha paralímpica da carreira de Claudiney Batista dos Santos. Além das duas de ouro no lançamento de disco, ele ganhou uma prata no lançamento de dardo em Londres-2012. O atleta completou nesta temporada 16 anos no esporte adaptado. Em 2005, época em que praticava levantamento de peso, sofreu um acidente em que precisou amputar a perna esquerda. Pouco depois, foi convidado a conhecer o atletismo e se identificou com as provas de campo.

OUTRAS PROVAS

Poliana Jesus arremesso de peso F54 Jogos Paralímpicos de Tóquio
Poliana Santos ficou longe da briga por medalhas no arremesso de peso (MIRIAM JESKE/CPB)

Além da final disputada por Claudiney Batista dos Santos, Poliana Jesus disputou medalha no arremesso de peso F54 feminino, mas passou longe da briga por medalhas ao terminar a prova com a marca de 5,68 m, em sétimo lugar. A campeã foi a chilena Francisca Sepúlveda, que bateu o recorde mundial ao arremessar o peso a 8,33 m. Gloria Guadarrama, do México, ficou com a prata e Nurkkon Kurbanova, do Uzbequistão, conquistou o bronze.

Yeltsin Jacques 1500 m T11 Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020
Yeltsin Jacques se classificou em primeiro lugar para a final dos 1500 m T11 (Miriam Jeske/CPB)

Nas eliminatórias dos 1500 m T11 masculino, Yeltsin Jacques, que já ganhou a medalha de ouro nos 5000 m, se classificou com o melhor tempo para a final. O brasileiro liderou de ponta a ponta a sua bateria, que ele venceu com o tempo de 4min07s34. Na outra eliminatória, Júlio César Agripino dos Santos sofreu uma queda, não conseguiu completar a corrida e foi eliminado.

Thalita Simplício 100 m T11 Jogos Paralímpicos Tóquio 2020
Thalita Simplício (à direita) foi a mais rápida nas eliminatórias dos 100 m T11 femnino (Miriam Jeske/CPB)

Nos 100 m T11 feminino, três brasileiras ficaram entre os quatro melhores tempos das eliminatórias e avançaram para a semifinal. A mais rápida foi Thalita Simplício, que já ganhou a medalha de prata nos 400 m T11, que marcou 12s38. Jerusa Geber dos Santos fez 12s41 e passou de fase com o segundo melhor tempo. A intrusa no meio das atletas do país foi a venezuelana Linda Patrícia Lopez, que fez 12s42, superando por seis centésimos Lorena Spoladore, que ficou com o quarto melhor tempo.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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