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Ciclistas brasileiros treinam pela 1ª vez no local das provas nos Jogos Paralímpicos

Parte da delegação de ciclismo conheceu o tradicional Izu Velódromo, que receberá as provas a partir de 25 de agosto

Brasileiros conhecem o Izu Velódromo, local de prova dos Jogos Paralímpicos de Tóquio
(Divulgação/Tokyo 2020)

Na reta final da preparação para a estreia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, parte da equipe brasileira de ciclismo conheceu, nesta sexta-feira (20), a pista do Izu Velódromo, em Shizuoka, no Japão. Um dos grandes nomes da modalidade no país, o paulista Lauro Chaman se mostrou empolgado com o primeiro treino no local.

“Esse treino foi especial. Tenho um sentimento de gratidão por andar num velódromo como esse, de ponta, e tendo a oportunidade de participar do maior evento do mundo”, comemorou Chaman.

Dono de duas medalhas nos Jogos do Rio 2016 – prata na estrada C5 e bronze no contrarrelógio C5 -, Lauro Chaman chega a Tóquio com a responsabilidade de ser o principal nome brasileiro no ciclismo. “Sei das expectativas em mim, mas estou feliz por disputar minha segunda Paralimpíada. Vou fazer o possível para conquistar os melhores resultados. Temos treinado muito, estamos focados e, quem sabe, não conseguimos trazer mais medalhas para o Brasil”.

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Lauro Chaman vai participar de todas as provas de ciclismo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio: contrarrelógio, perseguição individual e estrada. A estreia dele no Izu Velódromo será no próximo dia 25, no contrarrelógio. “Estamos com chances em todas as provas. Na perseguição individual temos melhorado nosso tempo, sou campeão mundial e vamos brigar pelo ouro”, completou.

Lauro Chaman entrou no esporte paralímpico aos 22 anos. Ele nasceu com o pé esquerdo virado para trás e, após passar por uma cirurgia de correção, perdeu os movimentos no tornozelo, o que acarretou uma atrofia na panturrilha.

Orgulho

Outro nome de destaque na delegação brasileira de ciclismo é Jady Malavazzi. Aos 26 anos, a atleta é mais uma esperança de medalha para o país. Ainda em Brasília, na fase de adaptação de fuso horário, a paranaense chega em Tóquio no próximo dia 25 e vai disputar as provas de contrarrelógio, em 31/08, e de estrada, no dia 1º de setembro, na classe H3.

“Estou com a consciência tranquila de que fiz a minha preparação dando o meu melhor nos treinos. O sonho é a medalha, mas meu maior objetivo é dar o meu máximo e voltar do Japão orgulhosa por ter representado bem meu país”.

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Até chegar aos Jogos Paralímpicos, Jady superou alguns obstáculos. Durante a pandemia, a atleta passou por um tratamento de saúde e redobrou a atenção para não contrair o vírus. “Tive uma infecção grave e interrompi meus treinos em 2020. Foi desafiador, não só por causa da pandemia, mas pelo o que eu vinha passando. Mas deu tudo certo e estou 100% focada em brigar por medalhas”, finalizou.

Jady perdeu o movimento das pernas aos 13 anos, depois de um acidente de carro. Logo após sua recuperação, começou a jogar basquete. Em 2011, conheceu o ciclismo e tem, entre suas principais conquistas, as duas medalhas de bronze no Mundial de Paraciclismo 2018, em Maniago, na Itália, e a prata na prova de estrada no Parapan de Guadalajara 2011.

Atletas

No Japão, o Brasil conta com uma delegação de cinco atletas e está representado nas provas de pista e de estrada. Entre os homens, além de Lauro Chaman, atual campeão mundial de paraciclismo de estrada, Carlos Soares e André Grizante estão na briga por medalhas. Já no feminino, Jady Malavazzi e Ana Raquel são as representantes do país.

O paraciclismo brasileiro estreia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 25 de agosto, nas disputas das provas de pista, que acontecem até o dia 28 no Velódromo de Izu. As provas de estrada serão entre 31 de agosto e 3 de setembro.

O Izu Velódromo é super tradicional no Japão e foi construído em 1964 para a disputa da primeira Olimpíada realizada em Tóquio. O local foi todo reestruturado, com a troca do teto e da pista, com a madeira sendo completamente renovada.

Técnico da seleção brasileira de ciclismo, o italiano Romolo Lazzaretti espera provas muito velozes. “Pelo que nos vimos aqui, pelo clima quente e úmido, esse é um velódromo muito rápido e, com certeza, alguns recordes paralímpicos serão batidos durante a competição”, concluiu.

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