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João Menezes faz “jogo da vida”, mas perde no tie-break para ex-número 3 do mundo

Em sua primeira Olimpíada, João Menezes cede a virada contra Marin Cilic, número 36 do mundo, e se despede do torneio de simples dos Jogos Olímpicos

João Menezes - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
(Fernando Gavini/OTD)

João Menezes fez aquela que foi a melhor partida da carreira dele, mas não conseguiu vencer o croata Marin Cilic, ex-número 3 do mundo, campeão do US Open de 2014. Depois de vencer o primeiro set por 7/6 e perder o segundo por 7/5, o tenista de Uberlândia, interior de Minas Gerais, chegou a estar perdendo por 5/0 no terceiro, salvou dez match points, conseguiu levar o jogo para o tie-break, mas foi derrotado num apertadíssimo 9/7.

“Analisando de maneira geral, eu acho que eu joguei muito bem. Foi a primeira vez que eu joguei com um top 40 e eu joguei de igual para igual com o cara. Parecia que eram dois caras com o mesmo ranking na quadra. Parece que quando eu coloco a camisa do Brasil, eu começo a jogar de uma forma diferente”, brincou o tenista. “Saio muito feliz com meu desempenho e um pouquinho chateado por não ter saído com a vitória”.

Apesar da derrota, João Menezes acredita que a atuação desta partida vai trazer confiança para que ele possa alçar voos mais altos na carreira. “Eu acho que é um incentivo muito grande porque até este momento do ano eu não vinha jogando muito bem. Esse de longe foi o meu melhor jogo. É um jogo para me dar muita confiança. Eu joguei de igual para igual com um cara que é 36 do mundo, ganhou Grand Slam, ganhou Copa Davis, não sei quantos títulos de ATP, Masters 1000. O currículo que o cara tem é o currículo que qualquer tenista quer ter. Cara, foi ali, faltou apenas um ponto”.

Com o resultado, Marin Cilic, que é o atual número 36 do mundo, vai encarar o espanhol Pablo Carreno-Busta, que venceu o americano Tennys Sandgren em sets diretos. Vale lembrar que João Menezes é o número 217 do ranking e conseguiu a classificação olímpica após ser campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Ele tem apenas 24 anos e fez sua estreia em Olimpíadas.

O tenista ainda espera por uma desistência para entrar no torneio de duplas junto com Thiago Monteiro, que acabou sendo eliminado na estreia de simples pelo alemão Jan-Lennard Struff, em sets diretos. No feminino, por sua vez, Luisa Stefani e Laura Pigossi conseguiram uma grande vitória, superando as cabeças de chave número sete e avançando, então, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Marcelo Melo e Marcelo Demoliner são eliminados

Na chave de duplas masculinas, não deu para os brasileiros. Marcelo Melo e Marcelo Demoliner pegaram uma pedreira logo de cara e acabaram eliminados. Eles foram derrotados pelos cabeças de chave número um, Nikola Mektic e Mate Pavic, em sets diretos, com parciais de 7/6 (8-6) e 6/4.

Vale lembrar que, inicialmente, Marcelo Melo jogaria com Bruno Soares, mas ele teve uma apendicite, precisou passar por uma cirurgia e não pôde competir. Seria a terceira Olimpíada consecutiva de Melo e Soares jogando juntos. Demoliner, por sua vez, jogaria as duplas com Thiago Monteiro, que acabou ficando só em simples.

O jogo de Menezes

O primeiro set foi bastante equilibrado, tanto que levou mais de 1h. Os tenistas começaram bem no jogo, ambos firmes em seus serviços e dando poucas chances de quebra para o adversário. Quando a partida estava empatada em 5/5, João Menezes teve seu primeiro momento mais complicado, precisando salvar três break points. Assim, o jogo se encaminhou para o tie-break, que começou bastante difícil para o brasileiro.

Ele cedeu o mini-break logo no primeiro ponto, vendo Marin Cilic abrir 3 a 0. João Menezes, no entanto, não se abalou e conseguiu dois mini-break na sequência para passar a frente e virar o placar. O croata ainda salvou três set points, mas no quarto, o brasileiro não perdoou e fechou a parcial, largando na frente.

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O segundo set começou igualmente equilibrado. Desta vez, no entanto, quem teve a primeira chance de quebra foi João Menezes, no quinto game, pressionando o adversário, que conseguiu se salvar. No sétimo game, entretanto, o brasileiro conseguiu mais duas chances de quebra e, na primeira, não desperdiçou e conseguiu quebrar o serviço do croata.

Com 5/3 no placar, João Menezes foi para cima e pressionou Marin Cilic, que ainda conseguiu se segurar. Na sequência, entretanto, o brasileiro sacou para o jogo, mas sentiu a pressão e acabou cedendo a quebra e deixando tudo igual em 5/5. O croata, então, confirmou o break e, no game seguinte, de zero, quebrou o saque do mineiro, fechando a parcial e igualando o placar.

“No game que eu saquei para fechar em 5/4, eu não acho que joguei mal. Mas a partir do 5/5 ali eu posso dizer que senti um pouco o golpe”, conta o brasileiro, que, abatido, levou um passeio de Cilic abriu 5/0 e sacou para fechar o jogo com 40/0. “Ali eu só pensei em salvar o game para não levar pneu. Eu salvei e depois ele teve dois match points, mas não fez. Aí quando eu fiz 5/2 eu senti que eu estava no jogo de novo”.

A partir daí, João Menezes conseguiu duas quebras e virou o placar para 6/5. Novamente, o tenista mineiro teve a chance de vencer, chegou a ter um match point a seu favor, mas não fechou o jogo. Cilic levou o duelo para o tie-break e conseguiu derrotar o brasileiro por 9/7.

“Na hora que eu saquei para o set pela segunda vez, eu saquei mal, encolhi o braço, o primeiro saque não entrou e joguei muito com o segundo. No tie-break também joguei muito com o segundo e ele estava devolvendo bem, me pressionando. Enfim… pena! Foi uma montanha russa, uma coisa maluca, dei tudo o que eu tinha, talvez um pouco mais e ficou faltando um ponto”, lamentou.

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